Economista agrícola da FEA analisa alta dos legumes e verduras

A repórter Miriam Ramos, da Rádio USP, conversou com Décio Zylbersztajn, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP, para falar sobre como o preço dos legumes e verduras sofreu um aumento de aproximadamente 50%.

Devido às chuvas que assolam boa parte do país, o preço dos legumes e verduras sofreu um aumento de aproximadamente 50%. Para saber mais sobre o assunto, a repórter Miriam Ramos, da Rádio USP, conversou com Décio Zylbersztajn, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP.

O docente explica que, em se tratando de produtos agrícolas, é muito comum observar uma “flutuação” de preços ao longo do ano em função de características técnicas, a exemplo do modo como períodos de maior pluviosidade costumam afetar a produção de hortaliças e folhosas. Apesar dos efeitos negativos, Zylbersztajn explica que problemas dessa natureza têm produzido um impacto cada vez menor, já que a técnica da plasticultura vem sendo bastante utilizada no Brasil. “Flutuação de preço é normal no mundo do agro. Em geral, a gente se lembra quando o preço sobe, mas se esquece quando o preço cai. Alguns chamam isso de ‘sazonalidade'”, afirma.

Apesar do fenômeno da flutuação já ser esperado, Zylbersztajn esclarece que o termo inflacionário também exerce sua influência no bolso do consumidor. “Os preços administrados, como o da eletricidade, impactaram tremendamente os custos de produção agrícola em tempo recente da mesma maneira que impactou o orçamento doméstico. No caso da agricultura, principalmente aquela mais tecnificada, utiliza-se muita energia elétrica”, defende. Nessa conta, o economista agrícola também acresce a desvalorização da moeda local, um empecilho de grande impacto, visto que boa parte dos insumos agrícolas é importada.

Se produtos como abobrinha, pimentão e cebola ficaram mais caros, o professor também encontra uma justifica na expectativa inflacionária. “Todo mundo procurando inflar os preços pra se proteger, portanto esse é um momento muito delicado na economia brasileira. Sobem todos os preços da economia, e não será diferente com os produtos agrícolas”, conclui.

Ouça a entrevista na íntegra:

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