Poli busca recursos da Lei Rouanet para digitalizar acervo histórico

O projeto já foi aprovado pelo Ministério da Cultura e segue para captação de recursos da iniciativa privada.

A Escola Politécnica (Poli) da USP pretende captar R$ 4,9 milhões em recursos junto à iniciativa privada e outros apoiadores para digitalizar e disponibilizar na internet os primeiros 40 anos do seu acervo histórico. O projeto foi aprovado no Programa Nacional de Apoio à Cultura, do Ministério da Cultura, conhecido como Lei Rouanet. Com isso, pessoas jurídicas poderão contribuir com o projeto e deduzir o valor investido do imposto de renda a ser recolhido por elas.

“Parte considerável da história da engenharia brasileira está em nossos arquivos. Vamos procurar empresas que tenham ligação com a escola e buscar apoiadores para esse projeto”, afirma o professor José Roberto Castilho Piqueira, diretor da Poli. Com mais de 120 de existência, a Poli é considerada a maior e a mais tradicional escola de engenharia do País. Nela, formaram  profissionais ilustres como Francisco Prestes Maia, Olavo Egídio Setubal, Roberto Simonsen e Mario Covas, entre  outros. Marcos importantes do desenvolvimento tecnológico brasileiro, como a Usina Hidrelétrica de Itaipu, o sistema Imigrantes-Anchieta e o Metrô paulistano também tiveram o protagonismo de seus engenheiros.

O acervo histórico ajudará a contar sua história, desde a fundação da Escola até os dias atuais. São milhares de documentos reunidos em um total de 1,2 milhão de páginas, entre atas de reunião, programas das disciplinas, currículos de docentes, cartas, revistas, fotos de docentes e alunos, projetos e plantas arquitetônicas e outros materiais relevantes para pesquisadores da história da Ciência, Engenharia, Arquitetura e Urbanismo.

Uma circular assinada por Luiz de Anhaia Mello, na época da Revolução Constitucionalista de 1932, é um exemplo das preciosidades guardadas no acervo. A Poli, alinhada com os ideais defendidos na revolução, se transformou em uma fábrica de material bélico. No documento, o professor mostrava preocupação com o destino das granadas produzidas na escola, pois vários artefatos estavam sendo guardados como souvenir por particulares.

O projeto, cuja direção geral é da Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia (FDTE), prevê  limpeza/higienização, acondicionamento, digitalização, processamento e catalogação dos documentos que ficarão disponíveis para consulta pela internet. Também será feita a reestruturação física do ambiente onde estão os documentos. O projeto será executado em dois anos e já conta com um patrono de peso, o politécnico Plinio Assmann, que presidiu a Companhia do Metrô de São Paulo e a Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa), e foi secretário dos Transportes do Governo do Estado de São Paulo.

Os patrocinadores do projeto de digitalização do acervo da Poli podem depositar o valor desejado em uma conta captação aberta no Banco do Brasil: Agência 1897X – 000000183598.

Mais informações: email vnakata@usp.br, com Vera Nakata

Acadêmica Agência de Comunicação

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