Equipe da USP desenvolve método para a detecção do vírus Zika

Método que permite detectar anticorpos mesmo após a eliminação do vírus no organismo será distribuído gratuitamente

Método que permite detectar anticorpos mesmo após a eliminação do vírus no organismo será distribuído gratuitamente

Pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP desenvolveram novo teste para diagnosticar infecções por Zika vírus a partir da identificação de anticorpos específicos no sangue do paciente.

Este método permite diagnosticar com maior eficiência as pessoas infectadas pelo vírus Zika, já que detecta a presença de anticorpos contra o vírus, mesmo após a eliminação do Zika no organismo.

Após a validação laboratorial, o teste foi utilizado em amostras de sangue de mulheres do município de Itabaiana-SE, cidade com um dos maiores índices de microcefalia em relação ao tamanho da população no país. A metodologia desenvolvida pelo grupo permitiu confirmar que a maioria das oito mães de bebês com microcefalia é soropositiva para a infecção pelo Zika vírus, assim como seus filhos; dados que ainda não haviam sido confirmados por outros métodos de diagnóstico disponíveis.

“Com este método podemos demonstrar a especificidade da detecção do Zika, superando uma deficiência séria dos sistemas sorológicos até agora disponíveis”, explica o professor Luís Carlos de Souza Ferreira, Vice-Diretor e coordenador do Laboratório de Desenvolvimento de Vacinas do ICB.

Os pesquisadores evidenciam que a partir desta plataforma diagnóstica será possível obter dados mais precisos sobre o número de infecções por Zika vírus no país, e especialmente, obter confirmação de infecção por Zika em gestantes, para que elas tenham o atendimento adequado.

O desenvolvimento desta metodologia envolveu o uso de técnicas de biologia molecular e resulta de parceria entre os Laboratórios de Desenvolvimento de Vacinas, Virologia Clínica e Evolução Molecular e Bioinformática do Departamento de Microbiologia do ICB, todos integrantes da Rede Zika, força-tarefa de pesquisadores paulista. A pesquisa contou com apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Os reagentes necessários para a realização do teste estão em produção emergencial e serão distribuídos gratuitamente para centros de pesquisa da Rede Zika e para demais laboratórios científicos do país. A equipe busca parceria com o Instituto Butantan para que um novo kit diagnóstico seja produzido e distribuído a hospitais e bancos de sangue de todo o país.

Da Assessoria de Comunicação do ICB

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