Teleodontologia otimiza assistência e educação em saúde bucal à distância

Programa busca integrar ensino e serviço, utilizando como ferramenta novas tecnologias de informação e comunicação para promover a assistência e a educação.

O prefixo tele, de origem grega, junta-se a uma outra palavra para acrescentar a ela a noção de “distância”. Na telessaúde, no entanto, a ideia é encurtar o caminho em que informações tão importantes são transmitidas.

O Núcleo de Teleodontologia (NTO) da Faculdade de Odontologia (FO) da USP foi criado em 2007, marcando o início da participação da odontologia no Programa Telessaúde Brasil Redes, coordenado pela Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde. O programa nacional busca integrar ensino e serviço, utilizando como ferramenta novas tecnologias de informação e comunicação (NTICs) para promover a Teleassistência e a Teleducação. Tais tecnologias podem apoiar ações educacionais e de assistência à saúde. Já as teleconsultorias consistem na troca de informações em saúde entre profissionais, à distância.

Os trabalhadores das Redes de Atenção à Saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) podem, por exemplo, esclarecer dúvidas sobre procedimentos clínicos e ações de saúde em tempo real, via chat ou videoconferências. Os principais objetivos são melhorar a qualidade e agilidade do atendimento na Atenção Básica SUS, promover educação permanente dos profissionais de saúde e reduzir custos e tempo de deslocamento.

Na FO, acontece algo no mesmo sentido. Os coordenadores do NTO – o professor João Humberto Antoniazzi e as professoras Ana Estela Haddad e Mary Caroline Skelton Macedo – explicam que o núcleo deve ter um trabalho de suporte e apoio ao uso das tecnologias educacionais interativas para todo o corpo docente da faculdade. A criação do núcleo veio acompanhada da criação da disciplina de Teleodontologia na graduação e na pós-graduação e da contratação de um docente da área.

“No caso da educação, as novas tecnologias de informação e comunicação agregam uma nova dimensão, influenciada pela percepção de que a sociedade atual é globalmente interconectada, de que o nnosso conhecimento e a nossa visão de mundo são transitórios, estão sempre incompletos e se reprocessando, de que podemos acessar contínua e permanentemente toda e qualquer informação e criar simulações do real”, afirmam os coordenadores do NTO.

O nosso conhecimento e a nossa visão de mundo são transitórios, estão sempre incompletos e se reprocessando.

Uma das metas do núcleo é o apoio ao trabalho em equipe multiprofissional de saúde, através da capacitação de profissionais para a teleconsultoria e da elaboração e catalogação das segundas opiniões fFormativas. Estas são uma derivação das teleconsultorias. “Entre muitas perguntas feitas pelos profissionais por meio das teleconsultorias, algumas são selecionadas pela sua relevância e pertinência. São questões que podem ser respondidas de forma genérica para atender a dúvida de muitos profissionais. Elas são respondidas de forma sistematizada e padronizada”, explicam os professores.

Entre os vários projetos desenvolvidos pelo núcleo, seus coordenadores destacam o da Associação Brasileira de Ensino Odontológico (ABENO), que conta com o apoio do Ministério da Saúde e da Organização Pan-americana de Saúde (OPAS) e cujo objetivo é fomentar a criação de Núcleos de Teleodontologia vinculados a faculdades de odontologia em todo o país. A intenção é ampliar e fortalecer a Rede Nacional de Teleodontologia.

O NTO possui parceria com Núcleos de Telessaúde que desenvolvem atividades de teleodontologia em instituições como as universidades federais do Rio Grande do Sul e do Maranhão, a Universidade Estadual do Rio de Janeiro e a Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso do Sul.

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