Estudantes de publicidade da ECA pesquisam imagem de Portugal no Brasil

Os trabalhos levantaram pontos positivos e negativos levados em conta pelo universitário brasileiro na hora de fazer um intercâmbio para Portugal.

Flávia Luz /Laboratório Agência de Comunicação

Os alunos do 4º semestre de Publicidade e Propaganda na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP têm na disciplina Pesquisa em Publicidade, ministrada pelo professor Arlindo Ornelas Figueira Neto, do Departamento de Relações Públicas, Propaganda e Turismo (CRP), a possibilidade do desenvolvimento prático de um projeto completo na área.  A fim de investigar o tema: o interesse do universitário brasileiro em realizar intercâmbio para Portugal, a turma de 2011, dividida em grupos, aplicou  diferentes metodologias de pesquisa qualitativa em estudantes da USP e de outras grandes instituições de ensino. A ideia era descobrir a imagem que possíveis intercambistas fazem daquele país, e conhecer os fatores que impulsionam ou restringem a escolha de Portugal como destino de intercâmbio.

O projeto acabou despertando o interesse da professora Susana Costa e Silva, da Universidade Católica do Porto (UCP), em Portugal. Buscando traçar o estereótipo do país, ela propôs aprofundar a pesquisa iniciada na USP, só que agora de modo quantitativo, através de um estudo Country of Origin (COO).

Como resultado da crescente internacionalização da ECA e reflexo dos incentivos da Pró-Reitoria de Graduação à participação dos alunos em atividades no exterior, a aluna Larissa Saggioro Macedo do Lago, do curso de Publicidade e Propaganda, foi convidada a apresentar, em outubro de 2012, na UCP, os trabalhos de pesquisa realizados por sua turma. Paralelamente, também foram estudadas novas formas de incremento do convênio acadêmico ECA/ UCP já existente.

Imagens negativas nos dois lados do Atlântico

De acordo com Larissa, com a pesquisa pôde se observar que as pessoas têm uma imagem muito negativa de Portugal,  de um país retrógado e saudosista.

“A língua (idioma) apareceu como fator bom e ruim na hora de decidir fazer intercâmbio em Portugal. Bom porque facilita a adaptação, e assim é mais fácil de se comunicar. E ruim,porque o aprendizado de um novo idioma é o principal objetivo de muitas pessoas que resolvem fazer intercâmbio. A pesquisa mostrou que o interesse em Portugal é explicado por se tratar de um país economicamente mais atraente, pelo custo de vida baixo, e uma porta de entrada para o resto da Europa. A pessoa vai morar lá para pagar menos, mas seu interesse é  viajar para o resto do continente.”.

Larissa comentou ainda que os alunos portugueses foram muito receptivos com os resultados da pesquisa.  “Eles aceitaram bem a parte negativa, até perguntaram como mudar essa imagem, como divulgar o país. Eles se mostraram muito interessados. Os portugueses também têm uma imagem negativa do Brasil, então foi legal, pois ocorreu uma troca de informações e opiniões.”

Ao final da pesquisa, ainda esse mês, Larissa irá reunir todos os resultados em um artigo para a USP, que também será apresentado pela professora Susana Costa na UCP.
A aluna foi escolhida para a apresentação em um processo interno de avaliação, em que foram destacados o desempenho no curso e na disciplina e a disponibilidade para reunir os estudos em um única apresentação. Larissa então fez a junção e  iniciou a nova pesquisa com orientação dos professores Arlindo Ornelas e Susana Costa.

A exposição foi feita para professores e alunos do primeiro ano de mestrado em Marketing, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP. Os alunos, segundo Larissa, eram formados em graduações diversas, não necessariamente vinculadas à área de Marketing. “Como eles estavam no primeiro ano de especialização, ainda não tinham nenhuma ideia sobre o assunto. Para apresentar as nossas  pesquisas eu tive que explicar as metodologias, as técnicas aplicadas por cada grupo. Acho que para eles acrescentou bastante”.

A primeira pesquisa, orientada pelo professor Ornelas, foi qualitativa e foram entrevistadas cerca de 1.000 pessoas. De acordo com Larissa, na pesquisa qualitativa, a pessoa pode abstrair, responder mais livremente. Já a segunda pesquisa, sob orientação da professora Susana Costa, é quantitativa, pois busca o levantamento de dados para ter algo mais definido. Na qualitativa, as respostas podem variar muito. Entretanto, Larissa comentou que não foi difícil de levantar os dados: “Pudemos perceber que na USP e em São Paulo as opiniões são muito parecidas, não divergem muito”.

O objetivo do segundo estudo é também selecionar uma mostra de 1.000 pessoas pelo Brasil inteiro. “A pesquisa da professora Susana Costa, com o intuito de colher opiniões de outros lugares,  vai ser aplicada online. Vamos espalhar pela região Sudeste e Nordeste, através do Facebook. Além disso, não vamos analisar apenas as opiniões de estudantes. A professora propôs também selecionar pessoas já formadas, porque elas têm uma ideia bem diferente, assim conseguimos um público bem variado. Depois filtramos para a pesquisa do professor Arlindo apenas as entrevistas dos estudantes”.

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