Programa financiará projetos em sustentabilidade dentro da USP

Projetos contemplados devem incluir ações de conservação dos recursos naturais; promoção da segurança ambiental e do uso racional de recursos; e educação para a sustentabilidade.

A Superintendência de Gestão Ambiental (SGA) da USP lançou o edital do Programa de Incentivo à Sustentabilidade na Universidade de São Paulo. O programa tem como objetivo apoiar financeiramente projetos de ensino, pesquisa, extensão e gestão acadêmica que promovam a sustentabilidade socioambiental em todos os campi.

O edital prevê recursos de até R$ 50 mil para cada projeto aprovado. Eles deverão contemplar uma ou algumas das diretrizes da gestão ambiental da USP, que incluem ações de conservação dos recursos naturais; promoção da segurança ambiental e do uso racional de recursos; educação para a sustentabilidade, entre outras que podem ser conferidas no próprio edital.

Uma superintendência “verde”

A SGA foi criada, de forma concreta e oficial, no Conselho Universitário em fevereiro de 2012, “mas o movimento que embasou esse trabalho vem desde 2008”, observa o Superintendente de Gestão Ambiental, Welington Braz Carvalho Delitti. Delitti conta que, em 2008, “vários grupos interessados na questão ambiental dentro da USP se reuniram”.

As iniciativas por uma Gestão Ambiental dentro da Universidade ainda não diziam respeito à formação de uma Superintendência, mas sim ao objetivo de que a USP assumisse, num elevado grau administrativo, técnico e científico, os problemas ambientais. Então, desse plano de 2008, surgiu uma proposta de Gestão Ambiental, que foi encampada pela então reitora da época, Suely Vilela Sampaio.

Posteriormente, quando o professor João Grandino Rodas assumiu a Reitoria da USP, passou a apoiar a ideia da Gestão Ambiental, criando o cargo de Coordenador de Gestão Ambiental. Designado a tal cargo, Delitti posteriormente viria a dirigir a Superintendência, diretamente ligada à Reitoria.

A SGA tem como meta não só criar uma Universidade sustentável, como fazer da Universidade um modelo de sustentabilidade para a sociedade.  Para isso, “era fundamental que existisse um órgão de alto nível hierárquico encarregado, e assim não houvesse apenas ações diluídas nas unidades e pró-reitorias”, complementa o superintendente.

Entre os diversos projetos de gestão ambiental na USP anteriores à criação da SGA, Delitti cita o Programa de Uso Racional da Água (Pura), que surgiu em 1997 e gerou uma economia de 39% de água; o Programa de Uso Eficiente de Energia (Pure), também de 1997 e que gerou uma economia de 29%; o Centro de Descarte e Reúso de Resíduos de Informática (Cedir), no campus de São Carlos; e o programa USP Recicla, que foi criado na década de 1990 e que permite uma reflexão complexa e crítica sobre a geração de resíduos. No entanto, ele aponta que essas iniciativas eram de certa maneira desconexas, esparsas. Foi o que se procurou mudar com a criação da SGA. “Tudo ficou mais dinâmico, mais organizado”, ressalta.

Vale destacar que a SGA administra todos os campi da USP, mas é um órgão de planejamento, de direcionamento de projetos, não sendo responsável pela execução de nenhuma ação de gestão propriamente dita. A entidade atua assessorando projetos sustentáveis, criando planos de trabalho – levando-os posteriormente aos presidentes de Conselho de Campi, aos prefeitos e diretores de unidades, e à própria comunidade. Busca, assim, enraizar as ideias de gestão ambiental na Universidade como um todo.

Difusão do pensamento sustentável

Algumas das ações da USP resultaram no reconhecimento de questões ambientais por parte de prefeituras municipais e do Governo do Estado. Um exemplo disso é o caso do manejo das palmeiras australianas que ocorreu na reserva florestal presente na Rua do Matão, no campus da Capital. Visto que tal palmeira era biologicamente muito agressiva (se reproduzia muito, sobrevivendo em demasia e competindo com vantagens em relação às espécies nativas), houve a necessidade de um trabalho para controlar a população dessas plantas. Como resultado desse projeto, “o mesmo trabalho está sendo feito em alguns parques da cidade, pois a palmeira também não é agressiva só aqui [dentro da USP]”, aponta Delitti.

Em outra ação, dessa vez nas obras do Parque dos Museus (próximas ao Portão 3 da Cidade Universitária, no campus da Capital), em que houve a necessidade de retirada de várias espécies,  foi necessário uma audiência pública com as pessoas contrárias à extração das plantas. Nela o público foi esclarecido quanto aos motivos de retiradas de tais plantas, e também informado de que haveria os respectivos replantios compensatórios pelas perdas das espécies. Na avaliação do superintendente, tal prática evidencia claramente qual o papel da Universidade em relação às questões ambientais: analisar os quadros, formar as políticas e partilhar o conhecimento com a sociedade.

A propagação das ideias sustentáveis é também uma busca entre quem está inserido dentro da Universidade. Diversos são os cursos de graduação que têm um direcionamento claro em relação à questão ambiental – como Ciências Biológicas, Oceanografia, Geociências, entre outros -, como também são vários os ramos da pós-graduação que contemplam a temática do meio ambiente – como ecologia, ciências ambientais, energia e construção sustentável.

Com ênfase na questão do ensino do pensamento sustentável, Delitti cita um Grupo de Trabalho (GT) da SGA que estuda o Ensino da Sustentabilidade. Dentre as ações propostas pelo GT, está a formação de um curso para funcionários da USP, com pretensão de atingir até 16 mil funcionários. De acordo com Delliti, a metodologia é a de estimular a criação de uma  consciência ambiental e de ações de liderança. “Um dos objetivos da Superintendência é o de que a USP se consolide cada vez mais como uma liderança na área de Sustentabilidade. São várias as estratégias que estão sendo planejadas para isso”, finaliza.

Edital

O edital lançado pela SGA apoiará cada projeto aprovado em até R$ 50.000,00. Os projetos deverão contemplar uma ou algumas das diretrizes da gestão ambiental da USP, que podem ser conferidas no edital.

A avaliação será feita pela equipe de assessores da SGA e todos os documentos referentes à inscrição deverão ser enviados pelo responsável do projeto para o email sga.edital@usp.br até às 23h59 do dia 22 de junho.

Mais informações: (11) 3091-9191, email sga.edital@usp.br

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