África reúne brasileiros e estrangeiros em revista acadêmica

Pretendendo servir como um elo cultural de ligação entre o Brasil e a África, revista do Centro de Estudos Africanos publica textos inéditos em português, inglês, francês, espanhol e crioulo de Cabo Verde.

Durante seus 35 anos de existência, pouco foi alterado no formato da revista ÁFRICA. Dentre as pequenas transformações, o que se destaca é a mudança no layout das capas – que traz o símbolo do Centro de Estudos Africanos (CEA), uma máscara Bakota.  Este artefato foi escolhido pois abrange e representa todos os diferentes povos e etnias africanas, relacionada ao culto dos antepassados. Portanto, compreende a ideia de tempo e sua concepção entre o passado e o presente. Tem sua origem em uma zona de transição, próxima ao rio Congo, entre o mundo Banto e o Sudanês. Assim, representa a todos e não privilegia nenhuma etnia ou povo, do mesmo modo como a revista.

A publicação é editada pelo CEA, ligado à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, e traz artigos de especialistas de diversas áreas do conhecimento, busca organizar trabalhos inéditos, associados com realidades africanas e afro-brasileiras.

São pesquisadores, economistas e sociólogos que contribuem para o impresso cobrindo a área das humanidades. A proposta é estabelecer um intercâmbio acadêmico entre a África e outros continentes, com a divulgação dos resultados de pesquisas realizadas no Brasil e no exterior.

Além de especialistas nacionais, trabalhos dos pesquisadores europeus, norte-americanos e africanos marcam forte presença. Segundo a professora Tânia Macedo, diretora do CEA, os artigos são submetidos a um Conselho Editorial, que faz a seleção dos que serão publicados. Os textos de fontes tão distintas favorecem um espaço para o diálogo, além de trazerem uma pluralidade teórica no material apresentado pelo impresso.

Revista que cresceu com o CEA

Sobre o surgimento da revista, a professora conta que seu desenvolvimento coincidiu com o do próprio Centro em diversos momentos. “Ela foi pensada pelo grupo de professores que criaram o Centro de Estudos Africanos (em 1965) e mescla-se com a própria história do CEA. Em janeiro de 1978, a ÁFRICA foi lançada publicando matérias na língua original dos autores”. Além dos artigos em português, a revista traz originais em inglês, francês e espanhol.

Estas escolhas editoriais vêm ao encontro da proposta inicial da publicação. Tânia Macedo ressalta que a ÁFRICA tem como missão aproximar o Brasil aos países africanos. “Queremos congregar as comunidades acadêmicas e despertar a atenção dos estudantes e estudiosos em geral”. Este valor está presente na revista desde sua criação, quando o grupo de professores e pesquisadores do CEA, liderado pelo professor Fernando Albuquerque Mourão, concebeu o projeto. “Também nesse sentido, a Revista está intrinsecamente ligada à própria história do CEA”, ressalta a professora.

O impresso não atua com temas e propostas pré-definidas pelo Conselho Editorial na publicação dos textos. O único pressuposto da ÁFRICA é que seus artigos e resumos se refiram ao continente africano, não somente em seu espaço físico, é importante ressalvar. “Eventualmente, também, são apresentadas questões atinentes à diáspora africana, especialmente no Brasil”, diz.

Entretanto, a última edição da ÁFRICA foi especial. Dedicada ao fundador do CEA, professor Fernando Augusto Mourão, e ao seminário que aconteceu em sua homenagem, o CEA buscou agrupar textos que dialogassem com o trabalho do pesquisador , que se dedicou

Para a edição de 2013, o Conselho já selecionou 11 artigos a serem publicados, no total. Seu lançamento está previsto para o início de setembro. A ÁFRICA pode ser adquirida pelo site do CEA e é editada pela Editora Humanitas da FFLCH.

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