Coralusp viaja ao exterior com repertório de música brasileira

Depois de 19 anos desde sua última apresentação no exterior, em 1994, na Argentina, o Coralusp voltou a mostrar seu trabalho fora do Brasil. Desta vez na Espanha, com o projeto Semana de Música Brasileira, em Valência, que aconteceu de 29 de setembro a 6 de outubro.

Sofia Calabria / Jornal da USP

Foto: Roberto Nascimento
Foto: Roberto Nascimento

Depois de 19 anos desde sua última apresentação no exterior, em 1994, na Argentina, o Coralusp voltou a mostrar seu trabalho fora do Brasil. Desta vez na Espanha, com o projeto Semana de Música Brasileira, em Valência, que aconteceu de 29 de setembro a 6 de outubro. Organizado pelo maestro e diretor artístico do coral, Alberto Cunha, o projeto configurou-se como um intercâmbio entre a USP e o campus em Valência da Berklee College of Music, uma das mais renomadas universidades de música. Durante uma semana, foram diversas apresentações, entre elas uma na principal praça do centro histórico da cidade.

Ao retomar as atividades internacionais, o evento ampliou o nome do Coralusp em relação ao que vem sendo feito em termos de música coral, tanto nas universidades como no panorama musical como um todo. Para a Semana, os coralistas interessados passaram por uma seleção que resultou em um grupo de 30 pessoas, além dos regentes do Coralusp convidados. “Nós participamos de um momento importante para o coral, que foi essa internacionalização. Levamos o nome da USP para fora. Foi muito interessante porque tivemos contato com coralistas e regentes de outros grupos. Muitas amizades vieram a se formar ali e nós ensaiamos sob a batuta de diversos maestros. Minha paixão pelo canto começou no
coral, o que me levou a prestar Música na ECA”, diz Ana Paula Lingner, uma das coralistas que integraram o projeto.

Para o maestro Alberto Cunha, o projeto trouxe benefícios não só ao coral como um coletivo, mas também para cada participante. “Esse processo todo foi decisivo para o coral e também para o crescimento individual de cada cantor, porque agora eles voltam a integrar os grupos já com uma experiência bem maior. Foi muito enriquecedor.” O Coralusp, que foi contemplado com o edital da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão para realizar a Semana, ofereceu também um workshop além das apresentações. O regente Eduardo Fernandes foi quem ministrou a oficina de Percussão Corporal, aberta à população local.

O repertório

Foto: Roberto Nascimento
Foto: Roberto Nascimento

As músicas foram escolhidas a fim de mostrar um panorama da música brasileira para canto coral, além de arranjos de composições de MPB, como Travessia, de Milton Nascimento, e Procissão, de Gilberto Gil. “O repertório mostra as principais influências da música brasileira, que são a indígena, a africana e a europeia. Escolhemos músicas nas quais
os arranjos são bem feitos, porque um dos nossos objetivos é mostrar qualidade artística”, diz Cunha.

O programa, composto por 16 músicas, foi apresentado para o público brasileiro no dia 25 de agosto, no Masp, antes de o levarem para fora. A resposta, de acordo com o maestro, foi bastante positiva. Questionado sobre uma nova apresentação do projeto, Cunha responde que só falta uma nova oportunidade para que tragam a Semana para o público daqui novamente.

A agenda do Coralusp, no entanto, continua normalmente, e no final deste mês estão previstas duas apresentações na FAU Maranhão (r. Maranhão, 88, Higienópolis), ambas com entrada franca. No dia 23, às 20h, Márcia Hentschel rege os grupos Tarde e Sestina. Será apresentada uma seleção de peças de diferentes épocas e estilos, com destaque para composições que tratam das estações do ano. No dia 30, também às 20h, a obra Stabat Mater, do compositor inglês Karl Jenkins, é apresentada pelo grupo Jupará sob regência do maestro Alberto Cunha.

Proposta e inscrições

Foto: Roberto Nascimento
Foto: Roberto Nascimento

Fundado em 1967 por Benito Juarez e José Luiz Visconti, o Coralusp, que começou como um único grupo, é composto hoje por 11. A proposta de toda a organização é prestar um trabalho de retorno social por parte da Universidade, uma vez que não é necessário vínculo com a USP para integrá-lo. “O Coralusp é um órgão de cultura e extensão e de prestação de serviço, então ele precisa dialogar com a sociedade”, completa Cunha.

Os interessados em participar podem se inscrever pelo site www.usp.br/coralusp/ a partir de 6 de janeiro, além de inscrições no segundo semestre. Ao preencher a ficha de inscrição, o candidato também escolhe a data para o teste. Para participar é necessário ter mais de 18 anos. Alguns grupos do Coralusp requerem experiência prévia, no entanto, também são oferecidas oficinas livres para o público que deseja se iniciar no canto coral. Todas as atividades são gratuitas e os selecionados para integrar o grupo de coralistas recebem aulas teóricas de música, como técnica vocal e de percepção, o que torna o trabalho bastante completo.

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