Alunos projetam os quiosques de alimentação da Cidade Universitária

Cocesp realizou concurso envolvendo alunos de graduação das áreas de Arquitetura e Engenharia da USP, que deveriam se juntar em grupos interdisciplinares para montar o projeto.

Bruna Pellegrini / Especial para o USP Online

Desde 2008, a Coordenadoria do Campus da Capital do Estado de São Paulo (Cocesp) tem trabalhado para padronizar e adequar a normas de segurança dos diferentes pontos de comércio de alimentos da Cidade Universitária. As discussões sobre a melhor alternativa para essa reforma culminaram em uma iniciativa que envolveu diferentes setores da comunidade USP: o Concurso de Projetos de Quiosques de Alimentação para a Cidade Universitária Armando Salles de Oliveira.

O concurso foi proposto aos alunos de graduação das áreas de Arquitetura e Engenharia da USP, que deveriam se juntar em grupos interdisciplinares para montar o projeto. Uma das mentoras e organizadoras do concurso foi Cristina Guarnieri, Chefe da Divisão de Relações Institucionais da Cocesp. “Nós buscamos cada vez mais promover o conceito de campus sustentável e a opção por envolver alunos de duas graduações se adequou perfeitamente a esse objetivo”, destaca.

Vencedores

O resultado saiu em novembro com um grupo vencedor dentre 41 equipes inscritas. Além de terem seu projeto contratado, os vencedores receberam um prêmio no valor de R$ 15.000,00.  Bhakta Krpa Das Santos e João Miguel Alves de Moura e Silva, estudantes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) e Fernando Luz Rodrigues, da Escola Politécnica (Poli) da USP formam o grupo que levou o prêmio. “Não imaginávamos que ganharíamos, mas, no decorrer da execução do projeto, ficamos cada vez mais empenhados e fizemos um trabalho essencialmente adequado aos requisitos do concurso”, conta João Miguel.

O concurso envolvia o projeto de 14 quiosques, para substituição das instalações informais dos ambulantes que comercializam alimentos no campus. “Para o edital, fizemos um levantamento dos trabalhadores informais de alimentos, que chegam a estar há 30 anos no campus.  Em um segundo momento, vamos avaliar cada um dos casos para checar a possibilidade de esses próprios comerciantes tomarem os postos nos quiosques”, conta Guarnieri.  Os quiosques estão inseridos no Programa de Pesquisa e Experimentação para a Sustentabilidade do Campus (ProPESC) e sua implantação deve começar em 2012. Os membros do grupo vencedor serão convidados a participar da equipe de desenvolvimento do projeto executivo.

Critérios

Os professores da USP Marcelo Suzuki, do Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU) de São Carlos, Silvio Macedo, da FAU, Laerte Idal Sznelwar, da Poli, Simone Balian da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ), a arquiteta Vera Marques, da Coordenadoria do Espaço Físico (Coesf) da USP e os jornalistas Marcelo Tas, ex-politécnico, e André Palhano, responsável pelo evento paulistano Virada Sustentável, formaram a banca examinadora do concurso. Eles se basearam nos critérios definidos pelo regulamento, com ênfase na funcionalidade, higiene, ergonomia, harmonia com o ambiente, sustentabilidade, vida útil, manutenção e viabilidade do projeto.

O grupo vencedor propôs um modelo de quiosque modular, que possibilita a construção em diferentes tamanhos, de acordo com a necessidade do ponto a ser instalado. “Além de seguir as regras do edital, fizemos pesquisa de referência de outros projetos de quiosques para desenhar o nosso modelo. E fizemos questão de desenvolver um projeto que respeitasse a rotina das pessoas, que fosse simples e garantisse a interação de seus frequentadores. Para isso, visitamos alguns dos ambulantes, a fim de avaliar o que poderia ser conveniente ou não em cada caso,” detalha João Miguel. O cuidado do grupo com a rotina de quem já frequenta e se alimenta no campus da capital dialoga com a premissa do Plano Diretor do Campus Butantã, em que o concurso está inserido, que busca melhorias na qualidade de vida da Comunidade USP.

Engajamento

Este foi o primeiro concurso da Cocesp envolvendo alunos da universidade para melhorias da áreas comuns do campus. Mas não deve ser a a última iniciativa do gênero. “Ficamos bastante satisfeitos com o trabalho desenvolvido ao longo deste um ano, até a conclusão do concurso, mas, principalmente, com o engajamento dos alunos para cuidar de um território que é deles: seu próprio ambiente universitário. Por isso, pretendemos adotar esse modelo mais vezes”, conclui Guarnieri.

Os alunos participantes também aprovaram o modelo, como conta João Miguel. “O mais importante da iniciativa do concurso foi a abertura da Universidade a um diálogo com toda a comunidade USP na construção de seu próprio campus. Do nosso ponto de vista, a administração da Universidade poderia promover mais interações de alunos na melhoria do espaço público, fazendo do campus um modelo para a sociedade”.

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