Trabalho premiado da FFCLRP usa padrão de metadados para catalogar obras de arte

Ambiente virtual, com características de museu digital, disponibiliza obras da artista plástica ribeirão-pretana Odilla Mestriner.

Rosemeire Soares Talamone / Serviço de Comunicação Social da Coordenadoria do Campus de Ribeirão Preto

O trabalho de catalogar, tratar e disponibilizar virtualmente obras de arte ganhou mais uma alternativa com uma pesquisa realizada por Henrique Ribeiro Soares, do curso de  Ciências da Informação e Documentação, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP. Ele criou e customizou um ambiente virtual, com características de museu digital para a disponibilização das obras da artista plástica ribeirão-pretana Odilla Mestriner. O trabalho teve a orientação do professor José Eduardo Santarem Segundo, da FFCLRP.

Para a descrição dos dados na catalogação das obras, Soares adaptou o padrão Dublin Core, um esquema de metadados. Com isso, o Dublin Core passou a ter uma proposta de uso também para a catalogação de obras e objetos de arte e seu tratamento no ambiente virtual. Soares foi mais longe, criou também um manual explicativo para utilização do Dublin Core para essa finalidade e publicou os códigos fontes de programação utilizados para adaptação do ambiente virtual.

Segundo o professor  da FFCLRP, dentro do atual contexto de interatividade e a expansão da rede virtual, a pesquisa é mais uma alternativa para o compartilhamento deste conhecimento e emprego efetivo desta nova modalidade de catalogação.

“O museu digital é uma plataforma digital, neste caso o processo de catalogação tem como principal importância descrever as obras. Assim, quem tiver acesso ao catálogo poderá identificar as principais características de cada uma delas como nome, série que faz parte, material utilizado, tamanho, dono”, conta Santarem Segundo. “No caso de usar um padrão internacional como o Dublin Core, como foi feito por Soares, permite que outros ambientes ou museus ao redor do mundo possam fazer o processo de troca de informações com o Museu Digital Odilla Mestriner”.

Customização e interoperabilidade

Dublin Core é um padrão internacional para objetos digitais de forma genérica. Para os pesquisadores, sua customização e uso pode permitir a interoperabilidade entre os dados do museu em um padrão de reconhecimento global. O padrão Dublin Core é livre de custos, aberto e com uma concepção padronizada de descrição.

Santarem lembra que não apenas no Brasil, mas em todo o mundo a catalogação é uma das principais disciplinas da área de Biblioteconomia e Ciência da Informação para a descrição de objetos. “Utilizada desde muito tempo atrás, há indícios que existiam listas que descreviam tábuas de argila. Mais recentemente em catálogos bibliográficos (livros) e, atualmente, com a alta demanda por acervos, bibliotecas, repositórios e museus digitais o processo de catalogação é imprescindível para que seja possível identificar e recuperar da melhor forma os objetos em plataformas digitais”, enfatiza.

O autor da pesquisa observa que existem vários padrões de catalogação, porém são específicos para outros nichos. “Nesse caso foi criada uma customização específica, que atende obras de arte dada a sua especificidade”, revela Soares. O Museu Digital Odilla Mestriner, que compreende várias outras atividades, será lançado na Feira do Livro de Ribeirão Preto, que acontece em maio deste ano.

O trabalho O uso do padrão Dublin Core para a catalogação de obras de arte: uma proposta para repositórios e museus digitais, recebeu em outubro de 2013 o Prêmio de TCC Abecin (Associação Brasileira de Educação em Ciência da Informação), região de São Paulo, na área de Biblioteconomia. Soares concluiu o curso de Ciência da Informação em 2012 e atualmente é Diretor Técnico do Núcleo de Biblioteca, Publicação e  Documentação Científica, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Mais informações: (16) 3602-4683, email santarem@usp.br

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