Alunos da Esalq vivenciam produção vegetal em expedição ao cerrado brasileiro

Alunos percorreram mais de sete mil quilômetros e, além de ganhar conhecimento técnico, puderam conhecer novas culturas.

Raiza Tronquin / Assessoria de Imprensa da Esalq

Cinco carros, 23 alunos, 14 dias e mais de sete mil quilômetros pela frente. No dia 20 de janeiro, estagiários do Grupo de Experimentação Agrícola (GEA), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, partiram para mais uma edição da viagem “Expedição Cerrado”. Focado em produção vegetal, mais especificamente de grandes culturas, o GEA realiza, anualmente, essa que é considerada a maior viagem técnica de estudantes de Engenharia Agronômica, no Brasil.

O roteiro conta com a colaboração de alunos formados, que atualmente desenvolvem trabalhos pelo cerrado. “O grupo entra em contato com eles para saber o que tem de interessante na região em que estão. Assim, eles indicam fazendas, sistemas produtivos, entre outros aspectos interessantes para visitação”, comenta Julio Cesar Polo, estudante do quinto ano de engenharia agronômica e estagiário no GEA.

As visitas sempre acontecem em regiões distintas, e permitem o contato com grandes ou pequenos produtores. Neste ano, o grupo percorreu os estados do Tocantins, Pará, Maranhão, Piauí, Bahia e Goiás, e conheceram regiões produtivas de milho, soja, algodão, feijão, arroz, café, cultura de cobertura em geral (milheto, crotalária, braquiária etc), assim como algumas empresas do agronegócio, entre outros. “A expedição é esclarecedora, pois as conversas com técnicos e produtores rurais proporcionam noções de como funcionam os sistemas produtivos de cada região”.

O estagiário participa da expedição desde 2012 e comenta que os assuntos mais discutidos mudam de acordo com as peculiaridades de cada ano. “Um ano o tema que está em alta são doenças, no outro pragas, logística etc. No mesmo ano, em diferentes propriedades, ocorrem adversidades diferentes. Cada propriedade tem sua particularidade, independente da característica da região, por isso cada visita é diferente da outra e proporciona novos conhecimentos”.

Segundo Polo, o aluno que vai pela primeira vez adquire uma bagagem muito importante. “O ensino dentro da Esalq proporciona o conhecimento dos sistemas de produção, porém uma maneira de melhor compreender isso é fazendo estágio e viajando muito. Assim, conseguimos fazer a conexão dos diversos conhecimentos adquiridos na escola”. Por outro lado, a expedição também é interessante para os produtores, já que o GEA forma um elo entre a Universidade e o produtor, possibilitando a troca e atualização de informações. “O grupo de estágio aprende muito nas visitas técnicas, e é aí que percebemos a importância de viajar para conhecer as regiões produtoras”.

Nesta edição, a expedição contou também com um evento técnico beneficente, realizada pelo GEA, em Balsas (MA), para profissionais do agronegócio. Para tanto foram convidados os professores Carlos Eduardo Pellegrino Cerri, do Departamento de Ciência do Solo (LSO), e José Laércio Favarin, do LPV. O alimento arrecadado foi doado para uma instituição carente.

O objetivo das visitas, a cada ano, volta-se para produtores que buscam sempre boas práticas de manejo, visando formas mais econômicas e sustentáveis. “A viagem não traz apenas o conhecimento técnico, mas trata-se também de uma grande experiência cultural, pois é possível conhecer vários tipos de cidades e pessoas de culturas diferentes. Isso enriquece muito!”, conclui o esalqueano.

Todo o recurso utilizado na viagem partiu exclusivamente de iniciativa privada, sem nenhum capital público. Empresas do setor agro, que apoiam e mantêm uma grande rede de contatos com o GEA, tornam possível a atividade.

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