Revista Cultura e Extensão USP destaca cidadania e memória

O 11º número da publicação traz entrevista do reitor Marco Antonio Zago, discorrendo sobre o papel e o alcance das atividades de cultura e extensão universitária.

Sylvia Miguel / Jornal da USP

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Foto: Divulgação

A revista semestral Cultura e Extensão USP abre seu 11º número com uma entrevista do reitor Marco Antonio Zago, discorrendo sobre o papel e o alcance das atividades de cultura e extensão universitária. “Uma das missões importantes da Universidade é a preservação e análise crítica da cultura. A cultura tem que fazer parte mais ativa da vida universitária. No passado, a USP foi um foco importante de criação da cultura brasileira. Isso precisa ser recuperado”, diz o reitor, na edição de maio.

Zago destaca que as tecnologias digitais deverão ser utilizadas de forma mais intensiva, possibilitando a uma “massa” de cidadãos frequentar a Universidade especialmente por meio da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp TV). “No passado, tivemos mais de 50 mil pessoas participando de cursos (de extensão e especialização) na USP. É um número impressionante. Com o uso mais intensivo das tecnologias digitais, nós podemos ampliar esse número e, assim, dar acesso a uma parcela muito maior da população à expertise que existe na USP”, disse.

Outro personagem da seção “Entrevistas” é o professor Jorge Alberto Silva Machado, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, que analisa o potencial da internet para a promoção da cidadania, bem como sua face perversa, que leva ao controle dos hábitos dos cidadãos.

O entrevistado analisa fatos relacionados à rede mundial de computadores que marcaram o ano de 2013. Fala sobre o programa de espionagem empreendido pela National Security Agency (NSA) e denunciado pelo agente da CIA Edward Snowden; passa pelo advento do Marco Civil da Internet, aprovado em abril; analisa articulações sociais como os “rolezinhos”, a “marcha da liberdade”, a “marcha das vadias” e outros movimentos que ganharam força por meio de espaços virtuais. “Hoje, qualquer centro de inovação científica e tecnológica, seja público ou privado, corre o risco de ter todas as suas informações acessadas pelo governo dos Estados Unidos ou por outros governos”, diz Machado.

Cultura da memória

A seção “Reportagem” aborda os 80 anos da USP e sua história, fortalecida pelos projetos de preservação e restauração de acervos encabeçados pela Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU) da USP, através do seu Programa Editais. A guarda, conservação e estudos dos acervos da USP dependiam de iniciativas pontuais das unidades e dos servidores. O programa institucionalizou e deu norte para tais ações, a partir do estabelecimento de diretrizes e incentivos financeiros, que somaram R$ 35 milhões nos anos de 2012 e 2013.

Outro destaque é a reportagem “Intercâmbio cultural aproxima Brasil e México”, mostrando que o curso de Teatro do Centro Universitário de Teatro (CUT), vinculado à Coordenação de Difusão Cultural da Universidade Autônoma do México (Unam), possui muitas semelhanças com o que é oferecido hoje na Escola de Arte Dramática (EAD) da USP. A principal delas é o fato de que ambas as instituições formam atores em nível técnico. Ou seja, mesmo após os quatro anos de preparação para a carreira, o aluno não sai com um diploma de graduação. Tal estrutura impõe limitações ao aluno que queira prosseguir os estudos acadêmicos ou dar aulas. Essa e outras experiências vêm sendo compartilhadas pelos profissionais da área por meio de um convênio de intercâmbio cultural firmado entre essas duas instituições.

Mais do que cooperação acadêmica, a Unam e a EAD buscam demarcar o debate sobre “teatro universitário” e “teatro vocacional”, comparando cursos e minimizando preconceitos existentes entre nações latino-americanas, afirma o diretor do CUT, Mario Espinosa, em depoimento à nova edição da revista Cultura e Extensão.

A seção “Artigos” abre com um estudo sobre a Experimentoteca do Centro de Divulgação Científica e Cultural (CDCC) da USP, mostrando depoimentos de seus criadores e discutindo os resultados de 30 anos dedicados ao ensino de ciências. Sediado na USP de São Carlos, o CDCC é um dos diversos centros e museus de ciências criados no Brasil nos anos de 1980. A Experimentoteca em questão é um laboratório de ciências portátil, que disponibiliza kits para as escolas de primeiro e segundo graus. O artigo é uma coautoria de Rafael Cava Mori e Antônio Aprigio da Silva Curvelo, do Instituto de Química de São Carlos.

Outros artigos nessa edição destacam experiências de ensino-aprendizagem com o uso de cinema e vídeo; a interface jornalismo esportivo e ambiente na cidade olímpica de Piraju (SP); o Centro de Documentação e Memória Mogiana, sobre a documentação histórica do café; a promoção da saúde possibilitada pelo Programa Composições Artísticas e Terapia Ocupacional (Pacto); a questão da zooterapia, ou a introdução de diferentes animais para a terapia de idosos; e ainda, o Projeto Carroceiro, da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP, para a promoção da saúde e bem-estar de animais utilizados para tração de carroças por famílias sem condições financeiras.

Produzida no formato impresso e digital, a revista é uma publicação da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP e está disponível pelo link. Tem como objetivo ampliar a divulgação das atividades de cultura e extensão da USP, mostrando as interfaces do ensino e da pesquisa desenvolvidas no âmbito dessas atividades.

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