Prevenção e proteção em busca de um campus mais seguro

A superintendente de Prevenção e Proteção Universitária da USP, Ana Lúcia Pastore Schritzmeyer, explica medidas em favor da segurança na Cidade Universitária – entre elas, a instalação de um novo sistema de monitoramento eletrônico, a requalificação da Guarda Universitária e mais diálogo com as polícias.

Faltam espaços para convivência

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Arte: Pedro Bolle / USP Imagens

Depois da morte do jovem Victor Hugo Santos, a realização de megafestas foi proibida no Cepeusp. As festas na Cidade Universitária têm sido pauta de reuniões entre dirigentes da USP e representantes das organizações estudantis – centros acadêmicos, grêmios e atléticas –, uma delas realizada no dia 1º de outubro. “Foi muito bom ouvir os estudantes”, diz a professora Ana Lúcia Schritzmeyer. Para a superintendente de Segurança, uma das questões centrais a enfrentar é a falta de espaços para convivência fora das áreas de aula e estudo. “O campus é muito pobre em locais para as pessoas se encontrarem”, diz.

Não é o único problema. As festas normalmente ocorrem em horários em que o campus deveria estar praticamente fechado e há menos agentes da Guarda Universitária atuando. O controle do acesso de pessoas não ligadas à comunidade universitária é outro tema complexo, uma vez que alguns eventos podem reunir cerca de 5 mil pessoas – como a festa da qual participava Victor Hugo. O Grêmio Politécnico, responsável pela organização, contratou os serviços de uma empresa de segurança particular, fato criticado pela professora. “Acho muito perigoso que 140 seguranças que não se sabe quem são e como foram recrutados sejam responsáveis por 5 mil pessoas dentro do campus”, diz.

Outro problema diagnosticado pela superintendente é a pequena participação historicamente reservada aos estudantes nos espaços de decisão da Universidade. Exemplos de soluções de consenso obtidas em colegiados mais paritários têm sido dados, por exemplo, no Instituto de Psicologia (IP), em que docentes, alunos e funcionários se reúnem regularmente para debater inclusive sobre as festas – embora, ressalve a professora, em geral se trate de eventos menores, para cem ou 200 pessoas, cenário muito diferente das megafestas. De qualquer forma, defende, as soluções terão que surgir do diálogo entre todos os segmentos.

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