Estudantes do ICMC desenvolvem reprodutor de vídeo acessível

O Facilitas Player conquistou o segundo lugar no Prêmio Nacional de Acessibilidade na Web, o Todos@Web, na categoria Aplicativos e Tecnologias Assistivas.

Denise Casatti / Assessoria do ICMC

Pesquisadores do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, desenvolveram uma ferramenta que pode ser usada por qualquer pessoa para reproduzir um vídeo numa página web, o Facilitas Player. Para utilizar a ferramenta, basta fazer o download no link http://facilitasplayer.com.

O produto é resultado do projeto Facilitas, um reprodutor de vídeos acessível, que conquistou o segundo lugar no terceiro Prêmio Nacional de Acessibilidade na Web, o Todos@Web, na categoria Aplicativos e Tecnologias Assistivas. O projeto foi desenvolvido pela doutoranda Johana Rosas e pelo estudante recém-formado em ciências de computação Bruno Ramos, durante sua iniciação científica. Ambos foram orientados pelos professores Rudinei Goularte e Renata Pontin, do ICMC.

O projeto Facilitas surgiu a partir da constatação de que a disponibilidade de conteúdo de vídeo na web está crescendo rapidamente devido aos avanços das tecnologias multimídia e da grande quantidade de páginas na internet de compartilhamento de vídeo. Assim, o Facilitas Player foi criado para que qualquer usuário possa acessar esse conteúdo, independentemente da limitação que apresente, seja uma deficiência ou alguma restrição momentânea.

Durante o desenvolvimento do projeto, diversas pesquisas foram realizadas com usuários reais (com e sem limitações), procurando identificar os pontos negativos e positivos dos atuais reprodutores de vídeo, além de testar as novas funcionalidades do Facilitas Player. “Um desses testes foi realizado com 15 idosos que participavam de aulas de informática na Fundação Educacional São Carlos. Outro teste contou com a participação de usuários com deficiência visual”, conta Goularte.

Entre as funcionalidades disponíveis no Facilitas estão controles como reproduzir, pausar, parar, ajustar o volume, redimensionar a janela de exibição, retroceder ou avançar 10 segundos, habilitar ou desabilitar legendas, mudar o tamanho, fonte e cor da legenda e a cor do fundo da legenda. O reprodutor permite, ainda, realizar a busca de palavras ou frases na legenda do vídeo, apresentando como resultado da busca uma lista com o tempo e a frase relacionada com o texto inserido. Nas configurações do reprodutor, também é possível mudar o idioma, sendo oferecidas duas opções: português e inglês. O Facilitas possibilita, ainda, acesso ao vídeo pelo teclado e a inserção de anotações. Esse tipo de funcionalidade permite encontrar um trecho do vídeo de forma direta e, segundo os testes com os usuários, é muito bem-vindo no momento de assistir a tutoriais, noticiários ou vídeos que relatem o passo-a-passo para realizar uma tarefa.

Além disso, existe a função chamada “desligar as luzes”, que possibilita centrar o reprodutor na tela e esconder o resto do conteúdo da página, de forma que o destaque seja somente o vídeo. Outra funcionalidade relevante para pessoas que têm deficiência visual é a opção de áudio descrição.

Atualmente, o Facilitas encontra-se disponível no site GitHub com a licença open-source BSD 3, possibilitando que outros pesquisadores possam colaborar com o projeto e aprimorar a ferramenta.

Todos@Web

O Prêmio Nacional de Acessibilidade na Web, o Todos@Web, é uma iniciativa do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) e do W3C Brasil – órgão internacional responsável pelos padrões utilizados na web em todo o mundo. O prêmio também tem apoio governamental por meio da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) e da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo. O objetivo da iniciativa é promover a acessibilidade do conteúdo web para melhorar a inclusão de pessoas com deficiência no acesso a diversos serviços ofertados na internet, incluindo educação, lazer, compras, finanças, dentre inúmeros outros.

A cerimônia de premiação da terceira edição aconteceu dia 4 de dezembro, no auditório do Memorial da Inclusão, em São Paulo. Além de ganhar um troféu e ter seu trabalho exibido em publicação do W3C.br, os alunos do ICMC receberam R$ 3 mil.

Na segunda edição do prêmio, outros dois alunos do ICMC tiveram seus trabalhos reconhecidos: Filipe Grillo desenvolveu a ferramenta AWMo: Accessible Web Modeler durante o mestrado no ICMC e ficou em segundo lugar na categoria Aplicativos e Tecnologias Assistivas; e William Watanabe ficou em terceiro lugar na mesma categoria, com o trabalho Aria-check, resultado de seu doutorado. Ambos foram orientados pela professora Renata Pontin.

Na primeira edição do prêmio, o reconhecimento foi alcançado pelo projeto AccessibilityUtil, desenvolvido no ICMC em parceira com o Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Goiás (UFG), que também ficou em segundo lugar na categoria Aplicativos e Tecnologias Assistivas. O projeto foi desenvolvido por Thiago Jabur Bittar e Leandro do Amaral sob orientação da professora Renata.

Mais informações: (16) 3373-9666, na Assessoria de Comunicação do ICMC; email comunica@icmc.usp.br

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