Aparelho desenvolvido no IFSC trata lesões osteoneuromioarticulares

O aparelho desenvolvido é portátil, de baixo custo e utiliza técnicas de ultrassom para tratar lesões osteoneuromioarticulares.

Assessoria de Comunicação do IFSC

Foto: Divulgação / IFSC
Foto: Divulgação / IFSC

Um novo aparelho, portátil e de baixo custo, desenvolvido no Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP, utiliza a técnica de ultrassom associada ao laser para tratar lesões osteoneuromioarticulares e aliviar as dores provocadas pela osteoartrose, uma doença crônica que compromete as articulações do corpo – segundo especialistas, a população vem adquirindo essa patologia cada vez mais cedo.

A pesquisa dessa nova metodologia, realizada pela professora Alessandra Rossi Paolillo, pesquisadora do IFSC, em conjunto com os pesquisadores Fernanda Rossi Paolillo, Jessica Patrícia João, Herbert Alexandre João e com o professor Vanderlei Salvador Bagnato, do Grupo de Óptica do IFSC, tem como principal objetivo consolidar as fraturas ósseas, a analgesia, ação anti-inflamatória e reparação de tecidos. “No início, nós fizemos estudos experimentais em animais, em que obtivemos resultados positivos nas comparações das técnicas, utilizando um tratamento somente com laser, depois outro apenas com o ultrassom e, por fim, associando os dois métodos, que se mostraram eficientes na consolidação de fraturas e no tratamento da dor”, explica Alessandra Paolillo. A pesquisadora conta que a junção dessas duas técnicas se deve ao fato de ambas serem potentes agentes anti-inflamatórios e analgésicos, além de estimularem as fibras de colágeno de pacientes que na maior parte das vezes se limitam a realizar atividades físicas devido às dores. “O interessante desse método é que ele é não-invasivo e não-farmacológico, ou seja, é uma alternativa segura”, diz Alessandra.

Há alguns meses, aproximadamente 350 pacientes se inscreveram para participar dos testes clínicos, onde se realizaram as aplicações nas mãos de mulheres idosas. A professora Fernanda Paolillo diz que, durante a fase de testes, o tratamento foi aplicado apenas nesse público-alvo, pois homens e mulheres possuem hormônios diferentes, o que poderia prejudicar os resultados. “A mulher têm massa óssea, força muscular, flexibilidade e velocidade diferentes das do homem. Então, sempre evitamos juntar homens e mulheres nas avaliações, porque seus padrões são diferentes”, explica.

A aposentada Dilma Buonadio, de 66 anos, é uma das pacientes que participa dos testes clínicos há aproximadamente cinco meses. Ao sentir uma dor, ela foi ao médico, que a diagnosticou com osteoartrose nos joelhos. Hoje, além de participar do projeto do IFSC, ela pratica exercícios físicos. Desde que iniciou o tratamento, Dilma nunca mais sentiu dores. “O projeto tem sido ótimo para mim. Além disso, sou uma pessoa elétrica, todos os dias eu me exercito e isso me ajuda a não sentir mais dores. Minha qualidade de vida tem melhorado bastante”, afirma.

A professora Fernanda Paolillo conta que no tratamento da Dilma foi utilizado o parâmetro para joelho, diferente do aplicado nas mãos, em que se utiliza o ultrassom pulsado. “Na intervenção da Dilma, nós aplicamos o efeito térmico, ou seja, o ultrassom contínuo com o laser, que eleva a circulação sanguínea e obtém mais fluxo, permitindo o aumento da funcionalidade dela na realização de exercícios físicos, já que é uma pessoa bastante ativa”, explica a pesquisadora do IFSC.

Resultados

Foto: Divulgação / IFSC
Foto: Divulgação / IFSC

Alessandra diz que alguns voluntários sentem melhoras já nas primeiras aplicações, porém, normalmente, a metodologia inovadora leva cerca de três a cinco sessões para apresentar excelentes resultados, sendo que cada uma dura entre quinze e trinta minutos.

“A aplicação nas mãos é feita em trinta minutos, ou seja, quinze em cada mão, porque uma tecnologia potencializa a outra. Então, temos um limite de energia para irradiar a região da pele”, explica Alessandra Paolillo, que destaca a evolução rápida em curto tempo provocada pela nova metodologia. “No caso da osteoartrose, que é uma doença sem cura, apenas aliviamos os sintomas, permitindo uma qualidade de vida melhor aos indivíduos. De acordo com nossos estudos, conseguimos atingir o objetivo, inclusive porque muitos pacientes voltaram a realizar atividades físicas após o tratamento”.

O aparelho, idealizado por uma equipe da qual Alessandra faz parte, já se encontra patenteado, tendo como principal objetivo aplicar o ultrassom e o laser na pele do paciente, com a utilização de um gel que é responsável pela transmissão da onda à região corpórea. “O professor Vanderlei desenvolveu a geometria da máquina, bem como o posicionamento dos lasers, para que eles possam cobrir uma área maior já com o ultrassom embutido”. Assim, enquanto a região do corpo do paciente é tratada com o ultrassom, o laser estimula o tecido.

Segundo a professora Alessandra, devido aos resultados positivos obtidos com o equipamento no tratamento da dor e inflamação, diversas empresas e profissionais da área clínica já têm demonstrado grande interesse em adquiri-lo.

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