Exposição marca os 70 anos da morte do escritor Mário de Andrade

A exposição tem curadoria de Bianca Dettino, Marcos Antonio de Moraes e Telê Ancona Lopez.

Da Assessoria de Imprensa da USP

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Imagem: Cláudio Duarte

Nesta quarta-feira, dia 8 de abril, foi aberta ao público, no saguão do prédio da Reitoria, a exposição Traço|Compassos: Mário de Andrade em caricaturas, organizada pelo Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da USP, em homenagem aos 70 anos da morte do escritor.

A exposição reúne cerca de 30 obras assinadas por Nássara, Millôr Fernandes, Paulo Cavalcanti, Antonio Paim Vieira, Hilde Weber, José Corrêa Moura, Nicolielo, Hippert, Baptistão, Cláudio Duarte, entre outros artistas, que retratam os célebres aros redondos dos óculos do escritor, o queixo proeminente, o largo sorriso dentuço, a indisfarçável calvície, o apuro no vestir-se, fixados em grafite, lápis de cor, nanquim, guache e outros processos gráficos.

Mário de Andrade colecionou, em seu acervo, um grande número de desenhos que o representam, obras que fazem parte do patrimônio do IEB desde 1968. Juntou-se a essas caricaturas, em 1998, no setor de Artes Visuais do Instituto, a coleção de desenhos doada pelo funcionário público carioca Carlos Alberto Passos (1923-2008), grande admirador do polígrafo modernista.

Escritor plural, Mário Raul de Morais Andrade é um dos nomes mais destacados da literatura e da cultura brasileira. Participou da Semana de Arte Moderna, em 1922, ano em que lançou “Pauliceia Desvairada”.

Em 1928, escreveu aquela que se tornaria sua obra mais conhecida e estudada: Macunaíma, romance que tem como figura central um anti-herói que, na visão do escritor, sintetiza o multiculturalismo brasileiro.

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Imagem: Baptistão

O autor também se dedicou à música e a pesquisas sobre o folclore brasileiro. Dirigiu o Departamento de Cultura do município de São Paulo (1935-1938), onde planejou a Biblioteca Municipal, implantou a Discoteca Pública e os parques infantis e enviou ao nordeste a missão de pesquisas folclóricas.

Criou, ao lado do jornalista e escritor, Rodrigo Melo Franco de Andrade, o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em 1936. Vivendo no Rio de Janeiro, de 1938 a 1941, foi professor de Filosofia e História da Arte no Instituto de Artes da Universidade do Distrito Federal e trabalhou no Instituto Nacional do Livro. Morreu, aos 51 anos, em 25 de fevereiro de 1945.

A exposição Traço|Compassos: Mário de Andrade em caricaturas tem curadoria de Bianca Dettino, Marcos Antonio de Moraes e Telê Ancona Lopez. Ficará em cartaz até o dia 10 de julho e estará aberta ao público de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas. A entrada é gratuita. O prédio da Reitoria está localizado à Rua da Reitoria, 374, térreo, na Cidade Universitária, em São Paulo.

O Instituto de Estudos Brasileiros

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Imagem: Nássara

Criado por Sérgio Buarque de Holanda, em 1962, o Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) é um centro multidisciplinar de pesquisas e documentação sobre a história e as culturas do Brasil.

Tem sob sua responsabilidade a guarda e a manutenção de uma coleção excepcional, formada por um expressivo conjunto de fundos pessoais – constituídos em vida por artistas e intelectuais brasileiros -, e que estão distribuídos entre o Arquivo, a Biblioteca e a Coleção de Artes Visuais. Manuscritos originais de nomes decisivos para a cultura brasileira, livros raros e obras de arte formam um conjunto de caráter único, que recebe periodicamente novas aquisições, seja através de doação, seja por meio de compra.

O IEB, a coleção e a pesquisa são indissociáveis. As pesquisas são desenvolvidas nas áreas temáticas de Artes, Literatura, Música, História, História Econômica, Geografia, Economia, Antropologia e Sociologia. O Instituto mantém, ainda, o Programa de Pós-Graduação em Culturas e Identidades Brasileiras.

 

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