IEA reúne jovens pesquisadores de todo o mundo para estudar o tempo

O Instituto de Estudos Avançados da USP e o Instituto de Pesquisa Avançada da Universidade de Nagoya, do Japão, lideram um projeto interinstitucional, interdisciplinar e de abrangência global: a inédita Intercontinental Academia (ICA).

Fernanda Rezende / Assessoria de Imprensa do IEA

inter1O Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP e o Instituto de Pesquisa Avançada (IAR, na sigla em inglês) da Universidade de Nagoya, do Japão, lideram um projeto interinstitucional, interdisciplinar e de abrangência global: a inédita Intercontinental Academia (ICA).

Iniciativa da rede Ubias, associação internacional que congrega 34 institutos de estudos avançados baseados em universidades de 19 países, a ICA irá reunir 15 jovens pesquisadores de diferentes nacionalidades e áreas do conhecimento para desenvolver estudos sobre o tema “tempo”. Também serão discutidas novas formas de produzir conhecimento. Com seu formato singular, será um laboratório para futuros trabalhos colaborativos em universidades e para a criação de um novo modelo de academia.

Em dois encontros de imersão, um de 17 a 30 de abril de 2015, em São Paulo, e outro de 7 a 18 de março de 2016, em Nagoya, o grupo participará de conferências, workshops e debates. A orientação da pesquisa ficará a cargo de um comitê científico sênior e dos 19 conferencistas que falarão sobre diferentes aspectos do “tempo”.

Esse formato favorecerá a aproximação de renomados cientistas de diversas origens a novos expoentes do pensamento e da ciência mundial. Permitirá também a formação de redes acadêmicas entre jovens pesquisadores – futuros líderes universitários e científicos –, institutos Ubias e um número considerável de pesquisadores relevantes de diferentes disciplinas e ambientes acadêmicos.

Durante os dois encontros, os participantes devem preparar o conteúdo para um Massive Open Online Course – MOOC (curso virtual, gratuito e de nível superior). Na etapa em São Paulo, serão desenvolvidos o conceito, a estrutura e o programa desse curso, enquanto que os roteiros detalhados de cada tema serão elaborados em Nagoya. No período entre os eventos do Brasil e do Japão, os participantes permanecerão em contato por meio da internet.

Além do desenvolvimento do MOOC e inspirada pelo mote Designing Transformative Models, a programação em São Paulo inclui um dia inteiro de debate sobre o futuro da universidade. No período da manhã, a conferência será proferida pelo ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, membro do comitê científico do IEA para a ICA e coordenador do Grupo de Pesquisa “O Futuro nos Interpela” do IEA. À tarde, a discussão reunirá reitores e expoentes na pesquisa sobre educação superior, com mediação do presidente do CNPq e ex-vice-diretor do IEA, Hernan Chaimovich.

Os encontros acadêmicos da ICA serão precedidos por uma experiência cosmopolitana em São Paulo, que dará destaque ao papel da USP na formação da cidade. Representando três continentes e nove países (Alemanha, Reino Unido, Finlândia, Índia, Japão, China, Taiwan, Estados Unidos e Brasil), o grupo de pesquisadores participará de um roteiro científico-cultural pela capital paulista. A programação inclui passeios temáticos pelo centro, pela região periférica da cidade e no circuito da Avenida Paulista.

Programação

Durante o primeiro encontro no dia 17, em São Paulo, e no segundo, que será realizado no início de 2016, em Nagoya, esse jovens pesquisadores irão preparar o conteúdo de um Massive Open Online Course (MOOC), curso virtual, gratuito e de nível superior. Na etapa em São Paulo, serão desenvolvidos o conceito, a estrutura e o programa do curso, enquanto que os roteiros detalhados de cada tema serão elaborados em Nagoya. No período entre os eventos de imersão do Brasil e do Japão, os participantes permanecerão em contato por meio da internet.

O encontro em São Paulo será aberto no dia 17 pelo ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, que é membro do comitê científico do IEA para a ICA, pelo reitor da USP, Marco Antonio Zago, pelo pró-reitor de Pesquisa, José Eduardo Krieger, pelo presidente do CNPq, Hernan Chaimovich, e pelo diretor do IEA, Martin Grossmann.

No dia 18, os participantes acompanharão um tour por São Paulo para conhecer marcos da influência do modernismo na arquitetura da USP e da cidade. A atividade, coordenada pelo diretor do IEA, Martin Grossmann, destacará os aspectos econômicos, sociais e culturais envolvidos nessa influência.

A manhã do dia seguinte será dedicada à visita de pontos da periferia de São Paulo, na qual os pesquisadores receberão informações sobre aspectos sociais da cidade de quatros pesquisadores: a fisiologista Ana Lydia Sawaya, da Unifesp e coordenadora do Grupo de Pesquisa Nutrição e Pobreza do IEA; a psicóloga Sylvia Dantas, da Unifesp e coordenadora do Grupo de Pesquisa Diálogos Interculturais do IEA; o especialista em saúde pública Fernando Mussa Abujamra Aith, da Faculdade de Medicina da USP e da Cátedra Unesco de Educação pra a Paz, Direitos Humanos, Democracia e Tolerância, sediada no IEA; e a urbanista especialista em saúde pública Suzana Pasternak, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP.

O primeiro conferencista será o físico José Goldemberg, ex-ministro da Educação e ex-reitor da USP, que fará a aula magna da programação, no dia 20. No mesmo dia, haverá apresentações do físico teórico Matthew Kleban, da University of New York, Estados Unidos; do sociólogo Laymert Garcia dos Santos, da Unicamp; do químico René Nome, da Unicamp; e do físico de partículas Eliezer Rabinovici, da Universidade Hebraica de Jerusalém, Israel.

O dia 21 terá conferências do filósofo Sami Pihlström, diretor do Collegium Helsinque de Estudos Avançados, Finlândia; da fisiologista Carolina Escobar, Universidad Nacional Autónoma de México (Unam); do neurobiólogo Ruud Buijs, também da Unam; do astrofísico Hideyo Kunieda, vice-reitor de Pesquisa da Universidade de Nagoya; e do cronobiólogo Till Roenneberg, vice-diretor do Institute of Medical Psychology da Ludwig-Maximilians University em Munique, Alemanha.

A bióloga Vera Lúcia Imperatriz-Fonseca, do Instituto de Biociências (IB) da USP e do IEA, o ecólogo Tiago Quental, também do IB-USP, e o astrofísico Luiz Gylvan Meira Filho, ex-professor visitante do IEA, farão uma apresentação conjunta no início dos trabalhos no dia 22. Ainda nessa data, haverá apresentações do antropólogo Karl-Heinz Kohl, diretor do Instituto Frobenius, Alemanhã, e do biólogo Takao Kondo, da Universidade de Nagoya.

No dia 23, um debate sobre o futuro da universidade, acontecerá em dois tempos: pela manhã, em um wokshop liderado pelo ministro Renato Janine Ribeiro (evento fechado para convidados); e à tarde, em um seminário que reunirá Marco Antonio Zago, reitor da USP; Carlos Vogt, presidente da Univesp; Klaus Capelle, reitor da UFABC; Naomar de Almeida Filho, ex-reitor da UFBA; e Luiz Bevilacqua, ex-reitor da UFABC. Esses debates serão condensados em relato a ser produzido pelo físico Marcelo Knobel, da Unicamp. A sessão poderá ser acompanhada ao vido pela web.

O dia 25 terá apresentação do psicanalista Leopold Nosek, pela manhã, e de um representante do Coursera, à tarde.

Nos dias 26 e 27, haverá conferências do antropólogo Massimo Canevacci, professor de antropologia cultural e de arte e culturas digitais da Università degli Studi di Roma La Sapienza, Itália, e professor visitante do IEA, e da fisiologista Regina Pekelmann Markus, professora do Instituto de Biociências (IB) da USP e conselheira do IEA.

Mais informações podem ser obtidas na página do evento e no site do IEA.

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