Poli completa 122 anos apoiando projetos de inclusão pela educação

Fundada em 24 de agosto de 1893, a Escola Politécnica tem contribuído com diversos projetos importantes para o país.

Envolvendo diariamente mais de 10 mil pessoas no amplo espaço físico que ocupa no campus da USP da capital, e agora também na cidade de Santos, com 140 mil metros quadrados divididos em nove prédios, a Escola Politécnica (Poli) da USP tem grandes números e projetos, que se refletem em grandes responsabilidades. A Poli foi fundada em 24 de agosto de 1893, e desde então tem contribuído com diversos projetos importantes para o país, como o lançamento do primeiro computador brasileiro, em 1972, entre muitos outros. Criada para promover o desenvolvimento tecnológico do Estado de São Paulo e do país, a unidade da USP tem buscado formas inovadoras também de contribuir com a inclusão de alunos da rede pública no ensino superior, seja na USP ou em outras grandes universidades.

Um dos exemplos de sucesso é o projeto de Pré-Iniciação Científica. Iniciado pela reitoria da USP em 2011, desde o seu início encontrou um forte apoio e envolvimento de professores da Escola Politécnica. Com o objetivo de aproximar a tecnologia e a pesquisa científica dos alunos da rede pública de educação, o programa assumiu o papel de tornar a universidade mais próxima de jovens de baixo poder aquisitivo. Entre os professores que contribuem com a iniciativa na Poli está o professor Diolino José dos Santos Filho, que desde 2011 trabalha no projeto, e acredita na capacidade de mobilização que a Pré-Iniciação Científica possui. “Como pesquisa é uma forma da gente começar a trabalhar essa questão de desenvolver as capacidades do aluno, e começar a mostrar para ele qual é o seu verdadeiro potencial”, afirma. Os resultados da Pré-IC na Poli, com depoimentos de quem trabalha com a iniciativa são apresentados com mais detalhes nessa reportagem.

Mas não apenas projetos desenvolvidos por docentes estão contribuindo com a sociedade neste sentido. Muito além de ensinar física ou matemática, estudantes da Poli estão levando novas perspectivas a estudantes de ensino médio da rede pública na cidade de São Paulo. Do ensino de conceitos básicos à preparação mais ampla para o vestibular, quatro projetos são apoiados pelo programa de responsabilidade social Poli Cidadã e, em diferentes formatos, os voluntários tentam suprir lacunas na educação básica e dividir com os alunos suas visões sobre as oportunidades depois do ensino médio. O Cursinho do Grêmio Politécnico, que oferece um curso pré-vestibular gratuito para estudantes de baixa renda, e os projetos Kali, Matemática em movimento e Potência, que dão aulas aos sábados em um formato de reforço de conteúdos escolares, estão descritos na matéria disponível no link.

Para a vice-diretora da Poli, professora Liedi Légi Bariani Bernucci, é motivo de orgulho para a Escola ter alunos envolvidos com projetos de alto impacto social e de cidadania, buscando soluções e o aprimoramento dessas atividades. “Essa solidariedade e essa vontade de melhorar o mundo me dá um otimismo muito grande, de ver pessoas dispostas e de coração aberta a tentar ajudar”. O programa Poli Cidadã valoriza projetos com três diferentes frentes características importantes: que os alunos usem suas habilidades, que eles interajam com públicos-alvo externos à universidade, fazendo com que eles cresçam na perspectiva social, encontrando nesses públicos novas realidades que os façam crescer, e projetos que tenham continuidade e que coloquem em prática as habilidades de estudantes, de futuros engenheiros, em projetos estruturados com continuidade. “Esses projetos têm as três características, e isso para nós é importantíssimo para a Poli e para o Poli Cidadã, e apoiá-los é a nossa missão”, explica Mariani.

No dia 17 de agosto, os voluntários do programa de inclusão digital do Poli Cidadã receberam seus certificados e o reconhecimento do diretor da Escola. O curso de “Introdução ao Uso do Computador” foi aplicado a duas turmas formadas por funcionários da USP, grande parte de empresas terceirizadas. Os alunos monitores e outros que participam dando suporte técnico trabalham de forma voluntária no projeto, que em 2015 ofereceu aulas a vinte funcionários. Os participantes recebem apostilas com os conteúdos, elaboradas pelos alunos monitores, e aprendem desde o mais básico, como ligar o computador, até a navegação na Internet, o uso do Facebook e de e-mail. “É uma enorme satisfação dirigir uma Escola que tem alunos como vocês”, afirmou o professor José Roberto Castilho Piqueira, que também ressaltou que a Poli foi fundada por um grupo de republicanos abolicionistas, convictos de que a Escola deveria ser um ente condutor do desenvolvimento científico-tecnológico do País. “Vocês representam as pessoas daquela época. Vocês estão produzindo, melhorando, difundido o conhecimento entre a sociedade, e vão construir um País do qual poderemos nos orgulhar”.

O professor Diolino dos Santos Filho, também presente no evento, destacou que a iniciativa dos alunos corresponde aos valores que a Poli procura transmitir na formação do corpo discente. “Estamos sempre à disposição para apoiar nossos estudantes em projetos como esse, que se alinham ao atendimento de demandas sociais e de políticas públicas, uma das metas estabelecidas pelo PET-Mecatrônica e que refletem as metas gerais da Poli”, apontou.

O PET-Mecatrônica é um grupo regulamentado pelo MEC, desenvolvido por grupos de estudantes, com tutoria de um docente, e que tem como objetivo garantir aos alunos do curso oportunidades de vivenciar experiências não presentes na estrutura acadêmica regular, proporcionando uma formação global, bem como integração com o corpo docente e a comunidade. Existente na Poli desde 1992, o programa é orientado pelo professor Diolino. Entre outras atividades, o PET-Mecatrônica realiza anualmente a Escola Avançada de Engenharia Mecatrônica (EAEM), um evento em que 25 estudantes de ensino médio assistem a aulas introdutórias sobre o curso durante uma semana, concluindo com a criação de um carrinho autoguiado. Leia mais sobre o projeto no link.

O projeto mais recente da Escola, liderada pelo diretor, foi uma parceria firmada com o Anglo Vestibulares, que oferece mais de 60 vagas para estudantes carentes da Zona Leste, viabilizado pelo Movimento por Educação de Qualidade na Zona Leste e outras lideranças sociais dessa região da cidade de São Paulo. A ideia de propor esta parceria surgiu devido ao fato de que a comunidade local não estava plenamente incluída no vestibular da USP. Segundo o diretor da Poli, dos 100 alunos que ingressaram no curso oferecido na região, apenas um morava na Zona Leste. “Os estudantes das escolas públicas da Zona Leste não conseguem entrar na Poli porque concorrem em condições de desigualdade. A Poli acredita que pode fazer algo sobre isso”, completou Piqueira. Uma matéria completa conta o que a Poli tem projetado para a Zona Leste de São Paulo.

A diretoria da Escola Politécnica está sempre aberta a apoiar projetos de inclusão social”, conclui o diretor da Escola. “Minha sala estará sempre aberta àqueles que desejem propor projetos que façam a diferença por meio do que fazemos melhor aqui – educação, desenvolvimento tecnológico e consequentemente desenvolvimento social, seguindo a missão proposta na criação da Poli há 122 anos.

Do Serviço de Comunicação Social da Poli

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