Estudo da FORP avalia eficácia de cremes dentais clareadores

Os dentifrícios clareadores podem causar alteração de cor nas resinas restauradoras, utilizadas nas obturações.

Cuidado se você quer ter os dentes brancos somente com o uso de cremes dentais clareadores. Estudo na Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (FORP) da USP comparou a ação de cremes dentais clareadores e concluiu que eles não são eficazes como se anuncia.

A pesquisa foi feita pelo cirurgião-dentista Lourenço de Moraes Rego Roselino, que também concluiu que esses cremes dentais podem causar alteração de cor nas resinas restauradoras (utilizadas nas obturações), dependendo do material da resina.

Os testes foram feitos com três amostras diferentes de três tipos de cremes dentais e com três de resinas utilizadas para a restauração, sendo que dois dos cremes tinham indicação de clareamento e um sem a indicação. Participaram do estudo 30 voluntários, que utilizaram os três tipos de cremes dentais por 90 dias.

Após esse período foi constatado que não houve diferença na alteração da cor. A notícia boa é que não houve aumento na rugosidade da superfície do dente, isto é, os cremes dentais clareadores não causaram maior desgaste no dente, quando comparados a escovação com creme dental não clareador.

Pesquisa clínica

Roselino diz que um dos diferenciais desse estudo é que essa foi uma pesquisa clínica, enquanto a maioria desses tipos de testes, tanto no Brasil como no exterior, são feitos em laboratório. “As alterações de cor e de rugosidade de superfície das resinas compostas e do dente, foram avaliadas na cavidade bucal, com a presença de saliva e enzimas, por meio da escovação com cremes dentais clareadores, enquanto a maioria dos estudos publicados indicam que foram feitos em laboratório”, enfatiza.

De acordo com o pesquisador, o principal objetivo do estudo foi verificar se os cremes dentais clareadores seriam eficientes ou não para o branqueamento dos dentes sem causar prejuízo para os materiais restauradores estéticos de dentes,  as resinas compostas.

Os próximos passos da pesquisa, diz Roselino, é comparar os resultados clínicos com o estudo laboratorial, feito previamente, para analisar se as diferentes metodologias apresentam resultados semelhantes. A tese de doutorado “Avaliação clínica do efeito de dentifrícios clareadores na cor e rugosidade do esmalte dental e compósitos odontológicos” foi orientada pela professora Fernanda de Carvalho Panzeri Pires de Souza, da FORP.

Crislaine Messias / Serviço de Comunicação Social da PUSP-RP

Mais informações: email lourencoroselino@yahoo.com.br

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