O caminho das letras

Reportagem especial sobre a Feira de Profissões apresenta a história de atuais alunos da USP e conta como seus professores na época da escola ajudaram na escolha do seu curso.

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Desde muito cedo, eu aprendi a gostar de ler. Então, na sétima série, eu conheci uma professora de inglês que me explicou o que era o curso de Letras. Isso porque eu não sabia qual era a formação de um professor de português ou de língua estrangeira. Achei tudo muito interessante. Na oitava série, tive uma professora de português, Sônia, que me apoiou muito, eu a considero uma mãe. Tudo isso fortaleceu, no Ensino Médio, a ideia de fazer Letras.

No terceiro ano do Ensino Médio, meu objetivo era passar na primeira fase da Fuvest, pois nunca acreditei que conseguiria passar sem fazer cursinho. Passei na primeira fase, e minha mãe e minhas professoras me incentivaram a fazer a segunda fase. Não achei que ia passar, mas no final do terceiro dia de prova, comecei a acreditar, mesmo com o pé atrás, que eu ia conseguir. E acabou acontecendo.

Eu sempre tive professoras na escola que ensinaram a mim e aos meus colegas que a gente tinha o mesmo direito que qualquer um de estudar em uma universidade pública de qualidade. Além disso, a escola sempre incentivou os alunos a prestar o vestibular; os professores avisavam os alunos sobre as datas de inscrição, etapas da prova e coisas do tipo.

Não sei se existe um caminho fácil para chegar a uma boa universidade, um que não exija esforço e dedicação

Eu tento manter contato com a professora Sônia, a gente se vê poucas vezes, mas sempre que a gente se encontra é muito recompensador. Outras professoras também marcaram a minha formação: teve a professora Marina, de História, que foi uma das que mais acreditou em mim, a Adelina, de Geografia, a professora Érika, de Química. Todas essas mulheres, assim como a minha mãe, acreditaram em mim.

Não sei se existe um caminho fácil para chegar a uma boa universidade, um que não exija esforço e dedicação. Para o aluno de escola pública, ele tem que primeiro, acreditar em si mesmo e, segundo, se esforçar de fato pra isso acontecer. Acreditei nisso e fui atrás. Valeu muito a pena.

Leia o depoimento da professora de Natanael:
Sônia Antônia Batista Marques Borba da Silva – Ler além das palavras
“É como a Marilena Chauí fala, mais do que uma leitura das palavras, eu quero que eles façam uma leitura do mundo”.

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