Estudo traça perfil de gestores de clubes socioesportivos em São Paulo

A pesquisa aponta falta de primoramento profissional dos gestores de clubes.

Pesquisa feita na Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP mostra deficiência no aprimoramento acadêmico de gestores de clubes socioesportivos da cidade de São Paulo. O trabalho comparou dados de 2006 e 2014 e foi desenvolvido por Cacilda Mendes dos Santos Amaral, em coautoria de Rosiane Raduan Alexandrino e sob orientação da professora Flávia da Cunha Bastos.

A pesquisa aplicou questionário aos voluntários buscando conhecer dados demográficos, formação e situação profissional. Os resultados mostraram que eles tinham entre 30 e 59 anos e não buscavam aprimoramento por meio de cursos de extensão e ou de especialização, situação encontrada em 2006 e se repetia em 2014. Quando a formação dos funcionários, era diversificada em 2006 e mais direcionada para a área de educação física, em 2014.

A estagnação se refletiu no salário que apenas acompanhou a inflação do período, tendo pouca evolução considerando avaliação e atuação na carreira. O estudo revelou também que o funcionário não participava de discussões e decisões estratégicas, restringindo se ao serviço operacional. Os motivos que levaram o gestor dos clubes a não buscar aprimoramento profissional é uma incógnita, porém, Cacilda explica que, dentre as razões possíveis, estão o pouco estímulo da empresa e a falta de tempo.

Comparando os dois estudos, de 2006 e de 2014, foi possível observar que havia pouca presença feminina nos clubes. Na primeira fase do trabalho participaram dez profissionais e nenhum deles era mulher. Em 2014, apenas dois eram do sexo feminino. As respostas do questionário apontaram que a maioria dos profissionais foi admitida no cargo por meio de promoção ou por já pertencerem ao quadro funcional. Na opinião da pesquisadora, a mulher ainda enfrenta preconceito para atuar em algumas áreas como o futebol, por exemplo. “Se a mulher não está nem no corpo de funcionários da instituição, é complicado ela ascender e se destacar, chegando a um cargo gerencial”.

O estudo integra parte de seu mestrado – defendido na EEFE em 2014 – e foi apresentado no 6º Congresso Brasileiro e 3º Congresso Internacional sobre Gestão do Esporte, realizado dias 27 e 28 de Novembro no Rio de Janeiro. No evento, a pesquisa ganhou o Prêmio Lamartine DaCosta, destinado a pesquisadores em gestão do esporte. Em sua tese de doutorado, seu enfoque são os modelos de gestão das instalações esportivas. O objetivo é abranger a amostra para instituições de fora do município de São Paulo.

Com informações da Seção de Relações Institucionais e Comunicação da EEFE

Mais informações: email comunicaeefe@usp.br

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