Coordenador da Agência USP de Inovação discute desafios para 2016

A nova edição do boletim da Agência USP de Inovação traz uma entrevista com o professor Vanderlei Bagnato, coordenador da Agência.

A nova edição do boletim da Agência USP de Inovação traz uma entrevista com o professor Vanderlei Bagnato, coordenador da Agência. No número, o docente comenta os principais desafios para a inovação e o empreendedorismo em 2016.

O ano novo chega, quais são os novos desafios?

Em termos de início de ano, podemos dizer que pelo menos começamos com o Governo Federal reconhecendo a inovação e pronunciando o marco legal que procura tornar inovação mais fácil e mais rotineira nas instituições de pesquisa. Eu considero isto como parte do esforço que temos que fazer para que a inovação seja uma mola propulsora do desenvolvimento.  Um dos grandes desafios que temos em 2016 é tornar a inovação e o empreendedorismo uma prática prazerosa e parte da rotina de nossos estudantes. Nossa realidade é que um elevado número de estudantes de graduação não conhece esta prática e nem as atividades da Agência. Temos que ser conhecidos e divulgar os benefícios que o empreendedorismo traz para o país. Temos que fazer com que uma fração de nossos estudantes tenha como meta ser geradora de empregos e não procuradora de empregos. Esta é, sem dúvida, a melhor evidência que a geração é empreendedora e inovadora. Nosso desafio para 2016 é bastante ambicioso, mas temos que considerar este ano como o ano da inovação e do empreendedorismo na USP.

O que a Agência USP de Inovação e a USP pretendem fazer de diferente em 2016?

Vanderlei Bagnato, coordenador da Agência | Foto: Divulgação
Vanderlei Bagnato, coordenador da Agência | Foto: Divulgação

Primeiro, não podemos fraquejar diante de tanto negativismo que sonda o país e a USP. Se fraquejarmos perderemos um longo trabalho já feito e que colocou a USP como universidade melhor classificada no quesito inovação em toda América Latina. Mas só esta numerologia não serve, queremos ser genuinamente uma universidade empreendedora e inovadora. Para isto temos que mudar certos paradigmas. O novo curso denominado Oficina de Inovação, oferecido para qualquer aluno de graduação da USP é diferente, e uma excelente oportunidade. Neste curso, o aluno recebe apoio para demonstrar sua ideia de inovação, prova de princípios, e um local para realizá-lo. Ele tem um professor supervisor e no final deverá apresentar para uma banca. É uma iniciação prática da inovação e do empreendedorismo. O curso está sendo oferecido primeiro em São Carlos e deverá ter turmas em todos os campi. Claro que aqui também é uma desafio tornar os estudantes motivados a este curso, já que isto ainda não está dentro de nossa cultura. Ainda para este ano, pretendemos lançar as sementes e nuclear o parque tecnológico da USP. Sendo a maior e melhor universidade do país, me parece um absurdo que ela não tenha sob sua governança um ambiente de convivência empresarial representado pelo parque. Nossa incubadora em convênio com o Ipen teve agora que ganhar mais dimensão. Há também muitas outras atividades que queremos realizar em 2016. Uma coleção de eventos deverá manter ocupados os alunos interessados  e diferenciados para este tema.

Como podemos analisar a relação da universidade com empresas?

A Agência USP de Inovação é o catalisador dessa relação, e para isso deve ter em mãos elementos ágeis que permitam viabilizar parceria em diversos níveis. Desde o financiamento de projetos de pesquisas até a formação de centros de desenvolvimento em parceria devem estar neste pacote. A USP já evoluiu muito nesse tema, a tal ponto que hoje temos quase uma centena de projetos assinados por ano com empresas. Mas ainda vivemos momentos de dificuldade e de uma realidade jurídica que não condiz com a credibilidade e a importância que a inovação e parcerias com empresas têm para a sociedade. Querendo proteger a sociedade, o excesso jurídico acaba por prejudicar. Vivemos um pouco isso nas parcerias com empresas. Sem dúvida queremos melhorar esta situação para ter agilidade e poder resolver com precisão de relevância as necessidades da sociedade.

O que fazer para criar a cultura da inovação?

Não vejo caminhos milagrosos para introduzir a cultura da inovação na USP. Temos que continuar fazendo aquilo que temos feito: um elenco diverso de atividades que procura atingir a todos. Mas é preciso agir em concordância com as iniciativas de todos. Praticamente todas as unidades da USP têm iniciativas nesta frente. A grande contribuição que a Agência USP de Inovação pode trazer é tornar essas iniciativas relevantes e com sucesso.

Como disseminar a Propriedade Intelectual na USP?

O patrimônio de inovação representado pelas mais de 1000 patentes que temos tem que encontrar os interessados de forma mais direta. Temos trabalhado na divulgação de nossas patentes, e com isso temos atingido excelentes números de licenciamento. Mas isso não é suficiente. Iremos começar a divulgar nossas patentes em associações de classe, revistas especializadas e principalmente participar de eventos importantes em cada área. Por exemplo, estamos participando de eventos na área medico-hospitalar e odontologia, e temos tido bons resultados. Vamos implementar as atividades que tornem conhecida nossa reserva de patentes.

Como avalia a inovação em 2015 e o que 2016 pode trazer?

Apesar de 2015 ter sido um ano de negativismo, os resultados que alcançamos dentro da inovação são bastante satisfatórios. Este ano de 2016, queremos fazer uma campanha maior em prol da inovação, mostrando para as empresas que crises existem para serem vencidas com inteligência, criatividade e inovação. Sem a inovação, as empresas poderão sucumbir em qualquer chuvisco. Temos que prepará-las para enfrentarem os verdadeiros temporais.

Mais Informações: site http://inovacao.usp.br/informativos

 

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