Estação Ciência e MZ inauguram exposição sobre Biodiversidade

Parceria apresenta, pelo primeira vez, uma mostra do acervo do MZ fora do ambiente do Museu, em comemoração aos 25 anos da EC e realização da Rio+20.

Nesta quinta-feira, dia 21, a Estação Ciência (EC) da USP, em parceria com o Museu de Zoologia (MZ), também ligado à Universidade, inaugurou a inédita exposição Biodiversidade: fique de olho!, parte das comemorações dos 25 anos da EC. Seu tema remete também à realização da conferência Rio+20, que discute o desenvolvimento sustentável no planeta.

Há cerca de um ano, em virtude de reformas estruturais na sede do MZ, a Pró-Reitoria de Cultura e Extensão sugeriu a abordagem do tema em uma mostra externa ao Museu, fato que ocorre pela primeira vez desde sua inauguração, na década de 1890, quando era chamado Museu Paulista. A partir daí, os curadores da exposição, Maria Isabel Landim e Felipe Elias, coordenaram diversas reuniões para a idealização, planejamento e execução do projeto.

A tônica da mostra é essencialmente baseada em otimismo. “Não temos intenção de ressaltar às pessoas a tristeza da situação da vida no mundo, e sim que existe um outro lado, uma grande biodiversidade a ser conhecida e preservada”, afirma Maria Isabel. Para corroborar com este ideal, estão expostos vários informativos com dados relacionados à biodiversidade, como o fato de que as florestas tropicais, correspondentes à 7% da superfície terrestre, abrigam metade das espécies de seres vivos existentes. Segundo a curadora, a ideia é apresentar uma outra maneira de interação do Museu com o público.

Exposição inovadora

A inovação está presente desde a montagem física: os painéis que dividem as alas da exposição são de OSB – um material composto por pequenas lascas de madeira, em geral de reflorestamento, prensadas em tiras, e que apresentam menor custo e maior qualidade do que outros tipos de aplicação. A disposição dos painéis também chama atenção. “Estão colocados no sentido de imitar as vias públicas, como ruas e avenidas, que são cenários comuns para as pessoas”, explica Maria Isabel, ressaltando ainda que “constrastam com o senso comum, de que a influência humana é meramente artificial e estabelece um limite com a natureza, o que, na prática, não existe. Uma cidade como São Paulo, quarta maior metrópole do mundo, não pode ser vista apenas como problema, e sim como fonte de recursos”. Para orientar a visita dos presentes pelas “ruas”, são colocadas placas que imitam uma sinalização de trânsito de verdade.

Estão expostas diversas espécies taxidermizadas, posicionadas em cenários que simulam biomas brasileiros, como cerrado, caatinga, recifes de coral, o Pantanal e a Floresta Amazônica. Porém, não são só os animais de hoje, como a onça pintada, o tatu e a arara azul, que estão presentes no espaço de 600m² da mostra. Representações de esqueletos de espécies extintas, como a preguiça gigante, o tigre dentes-de-sabre e até um dinossauro, estão colocadas para fazer referência à Teoria da Evolução das espécies, de Charles Darwin (1809-1882). Um detalhe interessante é a ausência de redomas ou vitrines em volta das peças. “Queremos que o público, principalmente as crianças, seja alertado constantemente, durante a exposição, sobre a fragilidade das peças, sempre lembrando que é uma fragilidade que se aplica à realidade das espécies”, esclarece a curadora. Nesse sentido, outra placa posicionada informa que nas últimas cinco décadas, o homem pode ter contribuído para o desaparecimento de 30 mil espécies.

Fique de olho

Para reforçar o tema do evento, a curadoria preparou um estande que dá detalhes sobre o olho humano, assim como placas no formato das de trânsito, mas com figuras de olhos.  “Acompanhando a exposição, as crianças vão ficar mais ‘de olho’, perceber que vão crescer em um mundo com uma biodiversidade bem menor que a geração anterior, e que cabe a elas tomar atitudes para reverter esse quadro”, acredita Maria Isabel. Para atrair a atenção dos mais jovens, entretanto, nada de equipamentos supertecnológicos.

“Desde o princípio, a nossa pretensão era mudar o conceito que as pessoas têm sobre museus, de que são ‘cheios de coisas velhas e chatas’, e a melhor maneira de fazer isso seria apresentar um assunto extremamente atual e com implicações futuras, mas ao mesmo tempo sem a necessidade de nos voltarmos aos equipamentos de última geração. O importante é que, nos baseando em simplicidade no trato dessa importante questão, consigamos gerar uma reflexão, uma mudança de postura do público em relação à natureza que nos cerca”.

A exposição Biodiversidade: fique de olho estará na EC (Rua Guaicurus, 1394 – Lapa) de 21 de junho até 4 de novembro, recebendo visitantes de terça a sexta-feira, das 8 às 18 horas, e aos sábados, domingos e feriados, das 9 às 18 horas. O valor do ingresso, que dá acesso a todo o acervo da EC, é de R$ 4,00 (com direito a meia entrada para estudantes e portadores de deficiência), e há gratuidade para menores de 6 anos e maiores de 60.

Mais Informações: (11) 3871-6750, site www.eciencia.usp.br ou email info@eciencia.usp.br 

Scroll to top