IFSC propõe ações educativas que ajudam a divulgar ciência de forma lúdica

Kits educativos, jogos, educação continuada e Clube de Ciências são algumas das estratégias de divulgação.

Valéria Dias / Agência USP de Notícias

Pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP realizam uma série de ações com o objetivo de divulgar o ensino de ciências. Entre as iniciativas, estão o desenvolvimento de uma série de kits interativos didáticos, com temas como síntese de proteínas e DNA, entre outros, que estimulam o aprendizado e o interesse de alunos do ensino fundamental e médio.

Os docentes do IFSC também ministram, em parceria a Secretaria Estadual da Educação, cursos de educação continuada para professores do ensino fundamental e médio, e ainda mantêm o Espaço Interativo instalado no centro da cidade de São Carlos, onde estudantes e professores podem visitar exposições e participar de oficinas e de um Clube de Ciências.

Os projetos são realizados pelo CBME InFormação, coordenado pelas professoras do IFSC, Leila Maria Beltramini (desde 2000) e Nelma R.S. Bossolan (desde 2007). A iniciativa é uma vertente educacional e de difusão de ciências do Centro de Biologia Molecular Estrutural (CBME) e do Instituto Nacional de Biotecnologia Estrutural e Química Medicinal em Doenças Infecciosas (INBEQMeDI). Esses órgãos são coordenados pelos professores Glaucius Oliva (atual presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, o CNPq) e Richard Charles Garratt, ambos do IFSC.

Segundo a professora Leila, o foco da pesquisa do CBME/INBEQMeDI é a descoberta de novos fármacos, principalmente para doenças negligenciadas como malária, esquistossomose, Chagas, leishmaniose e leptospirose. “Procuramos focar a parte educacional e de difusão de ciências também nessas doenças. Um dos materiais desenvolvidos é a Série Parasitas, uma mídia interativa que aborda a doença de Chagas, levando a um aprendizado fácil e divertido”, conta. A mídia está disponível para download neste link.

O CBME é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID), criado em 2000 pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Já o INBEQMeDI é um dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia criados em 2009 pelo CNPq e pelo Ministério da Ciência, e Tecnologia e Inovação (MCTI). O grupo de pesquisadores envolvidos nos projetos de pesquisa, educacional e de difusão de ciências é interdisciplinar, envolvendo físicos, biólogos, químicos, e engenheiros, entre outros. O apoio vem da Fapesp, do CNPq e também da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), por intermédio do programa Novos Talentos da rede pública.

Estudar brincando

Ainda na área educacional, os pesquisadores do IFSC desenvolveram kits para difusão de ciências. O material é patenteado e uma empresa licenciada se encarrega da fabricação. Olhando à primeira vista parece se tratar muito mais de um brinquedo de montar, semelhantes às peças coloridas da Lego. Entre as opções há o “Kit Construindo as moléculas da vida: DNA e RNA”, “Kit Escola Composição, Estrutura e Duplicação do DNA”, “kit Construindo moléculas de aminoácidos e proteínas” e “Kit Protein Folder”, entre outros. Alguns kits já foram distribuídos, inclusive, para o exterior.

No site do projeto há detalhes destas e de todas as outras iniciativas. Também é possível fazer download de materiais e ter acesso a recursos educacionais, como videoconferências. No link “Interatividade”, por exemplo, pode ser acessada uma série de joguinhos virtuais como o “Jogo da Memória” e o “Quiz da Galinha Perguntadora” (ambos sobre a doença de Chagas), “Sintetizando Proteínas”, “Software células virtuais CBME”, e “Disco de Aminoácidos”.

Na área da educação continuada, existe uma parceria com Diretorias de Ensino (DEs) da Secretaria de Educação Estadual e, com a participação dos coordenadores pedagógicos das DEs, são realizados cursos nas cidades, aos sábados, direcionados para os professores de ensino fundamental e médio da área de ciências da natureza. Além de atualizarem os professores, os pesquisadores desenvolveram uma metodologia para que o conteúdo possa ser abordado nas sala de aula.

Espaço Interativo

No centro de São Carlos, foi montado um espaço interativo em uma casa adquirida pela USP para abrigar especificamente estas atividades. Além de exposições temáticas sobre proteínas recombinantes, biotecnologia e doenças negligenciadas, como doença de Chagas, professores e estudantes podem agendar visitas e participar de oficinas e cursos.

No mesmo local funciona o Clube de Ciências. Os alunos de licenciatura do campus de São Carlos visitam escolas públicas da cidade para explicar o que é um Clube de Ciências. Os estudantes interessados têm a oportunidade de vivenciar a prática científica, acompanhando experimentos como a criação de uma colônia de bactérias e a observação de microorganismos no microscópio, entre outras atividades. Eles também podem participar de viagens didáticas para São Paulo, a fim de visitar espaços educativos como o Catavento, o Instituto Butantan, e a Estação Ciência. “Para cerca de 90% dos jovens que frequentam o Clube, esta é a primeira viagem que eles fazem para a capital paulista”, informa a professora Leila.

As coordenadoras de todas estas atividades contam com a colaboração de outros professores que fazem parte do CBME e INBEQMeDI, pós doutorandos, alunos de pós-graduação do IFSC, particularmente do físico Claudinei C. de Souza no desenvolvimento das mídia, e do curso de licenciatura em ciências exatas, além dos biólogos Luciano S. Abel (atualmente trabalhando no Instituto Oceanográfico da USP) e Gislaine Costa, educadora, atual contratada para atuar diretamente nestas atividades.

Mais informações: (16) 3373-9837 / 9159 ou emails leila@ifsc.usp.br, com a professora Leila Maria Beltramini; ou nelma@ifsc.usp.br, com a professora Nelma Bossolan 

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