Escritório Piloto da Poli mobiliza estudantes para atuação social

O EP é aberto à participação de qualquer pessoa e possui diversos projetos e parceiros que buscam fortalecer a extensão dentro da universidade.

Apesar das diferenças, os diversos projetos do Escritório Piloto (EP) da Poli e seus parceiros partilham de algo em comum: a vontade de transformar a sociedade. “São abordagens diferentes, mas isso não impede que troquemos ideias. Queremos gerar mudança e intervir na sociedade, não ficar apenas no plano da discussão”, resume Bruno Nogueira Fukasawa, estudante de engenharia ambiental.

Criado há alguns anos na Escola Politécnica (Poli) da USP, o Escritório busca proporcionar aos alunos da universidade uma vivência além da sala de aula,  e reúne iniciativas desenvolvidas pelos próprios estudantes.

Segundo Fukasawa, a ideia inicial era que os alunos aprendessem na prática junto com os professores. A partir de 2000, porém, o EP passou se aproximar mais da ideia da extensão universitária – uma troca entre a universidade e a sociedade, uma levando para a outra conhecimentos e experiências.

Fechado por um período, o EP reabriu entre 2008 e 2009 e hoje reúne trabalhos de cunho social ou ambiental, em conjunto com a sociedade de baixa renda e de maneira participativa, com o objetivo de incrementar o desenvolvimento humano e econômico dessas comunidades.

O EP é aberto à participação de qualquer pessoa, seja da comunidade USP ou de fora, e possui diversos projetos e parceiros que buscam fortalecer a extensão universitária.

Projetos

Os projetos incluem temas os mais variados possíveis, indo desde debates ambientais até o direto à moradia. Neste último, está o Projeto Mauá 340, formado por alunos da engenharia civil, ambiental e arquitetura, que buscam reabilitar um prédio ocupado por movimentos de moradia no centro de São Paulo.“A ideia do nosso trabalho é fazer um produto que será útil para essas pessoas e também para futuros grupos que queiram reivindicar moradia”, afirma Bruno Fukasawa.

Seguindo outra linha, voltada para a discussão de assuntos polêmicos sobre o meio ambiente, o Ambientalize-se é outro projeto recente do EP que realiza palestras, discussões e abaixo-assinados para conscientizar e mobilizar os alunos da USP sobre temas como o Novo Código Florestal e a construção da Usina Belo Monte.

Já o Assistec surgiu com a intenção de prestar assessoria técnica a pessoas e comunidades carentes, atuando em projetos de habitação e oferecendo alternativas sustentáveis que garantam uma melhor qualidade de vida à população de baixa renda.

Ainda, há o Cooperando, que interage junto às cooperativas de catadores. Segundo Genésio Pereira Neto, “o objetivo é atacar os gargalos que limitam a renda dos catadores e cooperados dentro do processo de coleta, triagem e venda de resíduos”. O grupo realiza um mapeamento dos catadores, mutirões, implementação participativa e colaborativa de planos de gestão, entre outras atividades relativas aos resíduos sólidos.

Parcerias

Além de suas atividades, o EP também realiza parceria com outros projetos de extensão da USP. Entre eles, está a Bandeira Científica, fundado por alunos da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) na década de 50. O projeto realiza todo ano uma expedição para uma cidade do interior do Brasil, com o objetivo de tentar levar uma melhora na qualidade de vida e na saúde de uma população.

A Bandeira conta com alunos de medicina, odontologia, economia, administração, comunicação, fonoaudiologia, psicologia, nutrição, entre outros, totalizando quase 200 alunos (dados de 2011). Segundo Nathália D’Alessandro, “a Poli entrou em 2006 para lidar com a parte de prevenção e planejamento ligado a saneamento e tratamento de água”. Para ela, isso deviu-se principalmente a uma necessidade de o projeto  ter continuidade, para que a cidade continuasse a melhorar mesmo depois do fim da expedição.

Outra parceria importante é o Grupo de Estudos de Software Livre (PoliGNU) da USP. De acordo com Haydee Svab, o grupo se dedica, entre outras atividades, ao desenvolvimento e à divulgação de tecnologia, software e cultura livres, especialmente no que se relaciona à engenharia.  “Desde o fim do ano passado, com a aprovação da Lei de acesso à informação Pública, trabalhamos no tratamento e divulgação de dados, sempre com intuito de torná-los públicos e acessíveis para a sociedade”, afirma ela.

Neste ano, o PoliGNU foi premiado na Maratona Hackathon da Câmara Municipal de São Paulo pelo desenvolvimento do aplicativo Radar Parlamentar. “Com ele é possível fazer uma análise gráfica da semelhança entre partidos a partir das votações na casa legislativa”, explica Haydee.

Mais informações: http://escritoriopiloto.org
 

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