Estudo avalia mobilidade urbana no campus da USP em Piracicaba

Questionário avaliou o nível de satisfação com relação às vagas de estacionamento, sinalização, modo como as pessoas chegam e se deslocam internamente.

Caio Rodrigo Albuquerque / Assessoria de Comunicação da Esalq

De acordo com a Prefeitura do campus da USP em Piracicaba Luiz de Queiroz, circulam diariamente pela área da Faculdade cerca de 5 mil pessoas, 4 mil carros e 400 bicicletas. “Está cada vez mais complicada a mobilidade devido ao número crescente de veículos ocupados por uma única pessoa, entre outros fatores”, comentou José Vicente Caixeta Filho, diretor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, durante a abertura da quinta Reunião de 2012 da Congregação da Esalq, realizada no último dia 28 de junho.

Na oportunidade, foram apresentados os resultados da pesquisa Gestão da mobilidade no Campus Luiz de Queiroz, desenvolvida na disciplina Estágio Supervisionado em Economia, Administração e Sociologia I e II, e orientada pelo próprio professor Caixeta. O estudo, que teve como autores Marcus Vinicius Casadei, Thiago Guilherme Péra, Marina Mendes Zanetti Picolini, Rafael Costa Klaus, alunos de Engenharia Agronômica, e João Victor Rossi de Blasco, aluno do curso de Ciências Econômicas, pretende contribuir com o trabalho já desenvolvido por uma comissão da Prefeitura do Campus Luiz de Queiroz. Essa comissão busca equacionar problemas relacionados aos deslocamentos de alunos e servidores docentes e não docentes e tem implantado ações pontuais para motivar o uso de bicicletas e otimizar o trânsito de veículos.

Os alunos aplicaram junto à comunidade interna um questionário online. As perguntas avaliaram o nível de satisfação com relação às vagas de estacionamento, sinalização, modo como as pessoas chegam e se deslocam internamente. Além disso, mapearam o Campus em regiões e contabilizaram a frequência com que os alunos permanecem em pontos específicos. Apresentam maiores concentrações de pessoas as regiões do Pavilhão de Engenharia e seu entorno, o Pavilhão de Horticultura e a área central, onde estão localizados o Edifício Central, o Centro de Vivência, lanchonete e Restaurante Universitário.

Transporte solidário

O estudo apontou que 50% dos usuários vão ao campus de carro. Deste grupo, metade chega sozinho e apenas 5% chega de carona. “Na Europa é muito comum a formação de pontos de carona dentro e fora dos campi universitários”, lembra Marcus Casadei. O estudante Thiago Péra também compartilha do incentivo ao transporte solidário. “Acredito que existe um potencial muito grande para o transporte solidário (carona) para ser explorado”.

Na opinião do professor Caixeta, ações que motivem o aumento da oferta de caronas poderiam minimizar aglomerações de carros. “Além disso, poderíamos pensar em aumentar a frequência de transporte coletivo a partir da ampliação das linhas que adentram ao Campus. Poderíamos ainda avaliar a possibilidade de termos circular interno, estabelecendo parcerias com montadoras que disponibilizariam ônibus com energias alternativas, por exemplo”, comentou.

Minimizar riscos

Cerca de 30% das pessoas que responderam o questionário moram em um raio de 3 km do Campus. “É bem perto. Se as avenidas Independência e Carlos Botelho tivessem ciclovia ajudaria bastante. Muitos não usam bicicleta pelo risco da convivência com carros e caminhões”, reforçou Casadei. Ainda segundo ele, quem vem a pé ou de bicicleta está envolvido em um risco alto de acidentes no entorno da universidade. “Para atravessar as avenidas Pádua Dias e Independência em horários de pico é muito complicado, mesmo com radares, semáforos e faixas”.

No curto prazo, Thiago Péra indica a educação no trânsito como ponto de partida para uma boa mobilidade no Campus. “Incentivar e educar as pessoas com boas práticas no transporte, tanto para usuários de automóveis e bicicletas quanto para pedestres, ajudará muito”, completa. 

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