Ipen completa 56 anos de fundação

Durante a solenidade, será assinado convênio com Ministério da Saúde, que traz investimentos para radiofarmácia. Presença do governador Alckmin reitera parceria com o Estado de São Paulo.

Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), que fica dentro da Cidade Universitária e tem associação com a USP no programa de pós-graduação em Tecnologia Nuclear, realiza solenidade comemorativa pelos 56 anos de sua fundação, dia 31, às 14 horas, no auditório Rômulo Ribeiro Pieroni, em São Paulo.

O evento marca a assinatura de um convênio entre a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, o Ipen e a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), com a interveniência do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e da USP, que disciplina a utilização, gestão e gerenciamento de bens e instalações do Ipen pela CNEN. Pelo acordo, os investimentos estaduais no instituto nos próximos 25 anos totalizam R$ 18,8 bilhões. Com isso, fica assegurada a continuidade de mais de 190 linhas de pesquisa estabelecidas no plano de trabalho institucional.

Na ocasião, será assinado um acordo de cooperação e assistência técnica entre o MCTI, para fortalecer a produção, modernizar e qualificar as plantas produtivas do Ipen e do Intituto de Engenharia Nuclear, ligados à CNEM. Participam da solenidade o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, o presidente da CNEN, Angelo Fernando Padilha, o superintendente do Ipen, Nilson Dias Vieira Junior, entre outras autoridades, dirigentes e gestores de instituições científicas.

Vieira Junior reforçou a importância do convênio como apoio técnico ao empreendimento do Reator Multipropósito Brasileiro, “um dos mais importantes projetos do MCTI e fundamental para a independência brasileira na produção de radiofármacos”, que atendem 10 mil pacientes por dia ou 3 milhões de procedimentos médicos por ano. O gestor destacou ainda a operação do reator IEA-R1 a sua potência máxima de projeto, de 5 megaWatt, e a produção no instituto do 100º elemento combustível para reator de pesquisa. Outro importante resultado foi obtido na atividade de formação de recursos humanos: em agosto chegou-se a 2.000 títulos de mestrado e doutorado outorgados, como prova da importância do instituto no cenário científico e tecnológico nacional.

O investimento do Ministério da Saúde será feito nos próximos dois anos e tem como objetivo adequação da infraestrutura da produção de radiofármacos às normas recentes da Anvisa. Até 2014 toda a área passará por adequações, para atender todos os requisitos legais da Agência, estabelecidos no final de 2009. O instituto ministrou cursos de capacitação para a Agência e para vigilâncias estaduais, a fim de auxiliar na elaboração desta legislação. Após os dois anos, além da estrutura mais adequada, a radiofarmácia terá equipamentos mais modernos.

O acordo é realizado no âmbito do Programa para o Desenvolvimento do Complexo Industrial da Saúde (Procis), com investimento no Ipen de R$ 17,4 milhões, para a área de radiofarmácia, onde são produzidos elementos radioativos utilizados em medicina nuclear para terapia e diagnóstico em várias áreas, como oncologia, neurologia, cardiologia, entre outras. Também são desenvolvidas pesquisas visando a obtenção de novos radiofármacos e radioisótopos, em parceria com a classe médica.

Durante a solenidade serão homenageados também 21 servidores aposentados do Ipen que prestam serviços como pesquisadores voluntários na instituição. O Ipen é uma autarquia estadual gerenciada técnica, administrativa e financeiramente pela Comissão Nacional de Energia Nuclear.

Radiofarmácia

“A medicina nuclear brasileira é em grande parte abastecida pelos produtos do Ipen, com um amplo alcance social”, destaca João Alberto Osso Junior, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Radiofarmácia. O produto de maior utilização, o tecnécio-99m, distribuído na forma de gerador e empregado em mais de 80% dos procedimentos de medicina nuclear, tem crescimento de cerca de 7% ao ano. Dos radiofármacos de tecnécio, destacam-se o MDP e o MIBI, para diagnóstico ósseo e cardíaco, respectivamente. Depois do tecnécio, o de maior alcance é o iodo-131, na forma de iodeto, para diagnóstico e terapia de disfunções da tireóide.

São 380 clínicas e hospitais que recebem os produtos fabricados no Ipen, dos quais 30 são da rede pública. Entretanto, vários desses centros médicos também atendem pacientes pelo Sistema Único de Saúde. No total, estima-se que 30% dos procedimentos ocorrem pelo SUS.

Com informações da Assessoria de Comunicação do Ipen

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