FMUSP comprova que estatura é determinante no equilíbrio de jovens saudáveis

Estudo da Medicina comprovou que em jovens com IMC dentro da média, equilíbrio depende basicamente da estatura

Paloma Rodrigues / Agência USP de Notícias

O Laboratório do Estudo do Movimento, do Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), comprovou por meio de estudo que o equilíbrio de um jovem (entre 20 e 40 anos), saudável e com seu Índice de Massa Corporal (IMC) dentro da média depende apenas de sua estatura. A pesquisa analisou o equilíbrio postural de homens e mulheres com o peso normal ou sobrepeso em uma plataforma fixa.

“Foi possível atestar que os homens têm o equilíbrio mais influenciado pelas variáveis antropométricas, como massa gorda e massa magra, mas esses fatores não são significativos dentro da análise. O único fator relevante que interfere no equilíbrio dos dois grupos é a altura. “Quanto mais alto, pior o equilíbrio”, diz a fisioterapeuta e educadora física Angelica Castilho Alonso.

No caso das mulheres, o fator que mais influenciou seu equilíbrio foi a densidade mineral óssea, além da estatura.

O IMC considerado saudável é aquele que está entre 18,6 e 24,9. Este valor é determinado pela divisão da massa pelo quadrado da altura da pessoa.

A análise do equilíbrio é importante porque define quais grupos estão mais suscetíveis à queda. “Se a pessoa oscila demais, ela pode estar mais propensa a sofrer quedas”. A tese de doutorado A influência dos fatores antropométricos no equilíbrio postural: a relação entre composição corporal e medidas em adultos jovens foi orientada pela professora Julia Maria D’Andréa Greve.

O teste

O teste é realizado com o voluntário parado sobre uma plataforma de força, considerado padrão ouro nos testes de equilíbrio. A plataforma é ligada a um software que capta todo e qualquer movimento que a pessoa faça. “A partir desse software eu obtenho variáveis, como o deslocamento medio-lateral, deslocamento anteroposterior, velocidade e área.” Com isso, Angelica pôde obter dados com o movimento total das pessoas e mapear o equilíbrio dos grupos.

São realizadas duas etapas: primeiro, o teste é feito com os olhos abertos. Em seguida, com os olhos fechados. Em ambos, os voluntários têm de ficar parados durante um minuto sobre a plataforma. A pesquisadora explica que os resultados foram bastante próximos nos dois testes.

Angelica diz ter se surpreendido com os resultados. Em um trabalho anterior, a pesquisadora havia realizado testes em superfícies instáveis — uma plataforma que fazia movimentos contínuos e multiaxiais, ou seja, para todos os lados. Nesse trabalho, ela identificou que a massa gorda, o IMC e a estatura são mais significativos para esses casos de superfície instável, do que em superfícies estáveis. “É surpreendente porque imaginávamos que, onde buscamos esmiuçar a composição corporal, considerando valores de como a massa magra, massa gorda,densidade mineral óssea e outras 12 variáveis, poderíamos ter resultados mais precisos, já que o IMC não é uma medida fidedigna, e esta fariam a diferença. Mas, comprovamos que em superfície estável, isto não acontece” explica.

A conclusão é importante porque esclarece quais as variáveis necessárias para se mapear o equilíbrio de determinado grupo. “Agora se sabe que, para fazer uma avaliação num jovem, com o IMC dentro da normalidade, a única variável com a qual eu tenho que me preocupar é a estatura, facilitando assim processos de análise futuros, que agora podem fazer uso de uma metodologia mais definida.”

Mais informações: email angelicacastilho@msn.com

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