Mestrado profissional da EEL capacitará professores do ensino básico na região

Com uma proposta inovadora no país, o programa tem o objetivo de melhorar a qualidade do ensino de ciências exatas e biológicas.

Em um projeto inovador que busca fortalecer os laços da Universidade com instituições de ensino básico da região, a Escola de Engenharia de Lorena (EEL) da USP irá oferecer o Programa de Pós-Graduação em Projetos Educacionais de Ciências (PPGPE). O programa é um mestrado profissional stricto sensu com o objetivo de melhorar a qualidade do ensino fundamental e médio de ciências exatas e biológicas, contribuindo para uma maior qualificação e valorização do professor.

A EEL já possui tradição com programas de extensão voltados para as escolas de Lorena. Em 2005, a Escola realizou a primeira Olimpíada de Física de Lorena (OFL), o que deu início a uma série de outros programas e atividades, resultando no projeto Movimento Com Ciências (MCC), em 2008. Com isso, os professores começaram a pedir que a faculdade oferecesse um curso que os ajudasse a solucionar problemas enfrentados no dia-a-dia.

Os interesses coincidiram quando a Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PRPG) solicitou às unidades da USP que desenvolvessem um programa de mestrado, em um tema que já estava sendo desenvolvido pela EEL há alguns anos como um programa de extensão universitária do MCC. A Escola enviou a proposta, que foi aprovada pela USP em 2012 e recomendada pela CAPES este ano.

“Nosso objetivo é oferecer um mestrado que atenda aos professores atuantes na área na solução de problemas cotidianos da escola. Como consequência, estaríamos resgatando a formação do professor por meio de sua formação em nível de pós-graduação”, afirma a professora Sandra Giacomin Schneider, uma das idealizadoras do programa.

A proposta multi e interdisciplinar do curso, oferecido por uma escola de engenharia, é inovadora no país e acontece num momento em que a EEL trabalha para se tornar um polo de engenharia no Vale do Paraíba, interior de São Paulo. “Existe um certo preconceito de que engenheiro não deve trabalhar com educação. A nossa proposta junta um grupo de pessoas com formação em engenharia e apresenta para a sociedade uma alternativa de melhoria no ensino”, aponta Carlos Alberto Moreira dos Santos, coordenador do programa.

Valorização do professor

O interesse dos professores de Lorena pelo curso tem se manifestado há algum tempo com os programas de extensão realizados na cidade. No ano passado, durante a Semana de Ciência e Tecnologia, a EEL realizou um fórum sobre mestrado profissional e pôde avaliar a demanda e a aceitação dos profissionais.

De acordo com Sandra, não há nenhum curso em um raio de 200 km que ofereça essa possibilidade de especialização para professores em nível stricto sensu, o que faria que eles tivessem que migrar para outras regiões.

“O mestrado profissional veio trazer a possibilidade de interferir na qualidade da aula através do professor e não mais do aluno. Queremos motivar o professor e resgatar a sua carreira, que está cada vez mais desvalorizada na sociedade”, aponta ela.

Sala de aula

O programa contará com 15 professores permanentes e receberá cerca de 30 alunos por ano, que precisarão apresentar um projeto vinculado a uma instituição da região. “Nossa intenção é que seja um trabalho voltado para a realidade da sala de aula, e não um trabalho acadêmico. Queremos conhecer a dificuldade e a realidade de cada escola para assim propor uma soluções por meio das dissertações”, afirma o professor Carlos Alberto.

Poderão se inscrever no programa os atuais professores do ensino médio e fundamental, graduados em engenharia, química, física, matemática, biologia e ciências. A ideia é iniciar o mestrado por volta de setembro deste ano.

Mais informações: (12) 3159-9911/ 3159-9929, site http://site.eel.usp.br

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