Exercícios na menopausa são benéficos contra lesões na meia idade

Na análise principal, foram avaliadas 126 pacientes no período de pós-menopausa, com idade entre 55 e 65 anos, que eram atendidas no Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT) e no Instituto Central (IC) do Hospital das Clínicas (HC) da FMUSP.

Fernando Pivetti / Agência USP de Notícias

Um estudo desenvolvido na Faculdade de Medicina (FMUSP) apontou que exercícios de fortalecimento muscular dos membros inferiores e atividades de promoção do equilíbrio, uma vez feitos desde o início da menopausa, podem ser efetivos na prevenção de quedas e fraturas no período imediatamente após o climatério.

A pesquisa buscou identificar se as mulheres que apresentavam osteoporose lombar tinham um equilíbrio inferior quando ficavam em pé, comparadas com mulheres sem a doença. A análise observou que, em mulheres que vivem uma primeira fase de menopausa, entre 55 e 65 anos, não há diferença na força muscular do joelho e no equilíbrio postural nos dois grupos. A osteoporose é uma doença caracterizada pela diminuição do tecido ósseo, com aumento da fragilidade dos ossos e do risco de fraturas.

Além disso, foi avaliado se existia uma relação do equilíbrio destas mulheres com a força dos músculos do joelho, o nível de Vitamina D no sangue e com o grau de cifose, mais conhecida como corcunda das costas. Segundo o fisioterapeuta Guilherme Carlos Brech, idealizador do estudo, “a cifose torácica e a dosagem de 25 OH vitamina D também não tiveram associação com o equilíbrio postural, nos níveis estudados, em mulheres com osteoporose lombar pós-menopausa”.

O projeto foi pioneiro no assunto e possibilitou uma primeira discussão sobre o alcance dos efeitos da osteoporose à medida que os pacientes envelhecem. Segundo Brech, “com o aumento da incidência da osteoporose, a medicina viu a necessidade de se encontrar alternativas para melhorar a qualidade de vida dos pacientes que já possuem o diagnóstico e auxiliar na prevenção de quedas para esta população”.

O método de análise partiu de um estudo transversal, controlado. No projeto piloto, foram comparados dois grupos de 15 mulheres cada, um com e outro sem osteoporose. Na análise principal, foram avaliadas 126 pacientes que viviam o período de pós-menopausa, com idade entre 55 e 65 anos, que eram atendidas no Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT) e no Instituto Central (IC) do Hospital das Clínicas (HC) da FMUSP. As participantes da análise responderam a questionários do nível de atividade física e foram submetidas a uma avaliação do equilíbrio postural, força muscular de joelho, nível de vitamina D e grau de cifose torácica.

Primeiros resultados

Para o fisioterapeuta, a linha de pesquisa teve um grande avanço ao avaliar se a osteoporose em mulheres em faixas etárias menores poderia estar associada ao pior equilíbrio postural, aumentando o risco de quedas e fraturas. “Podemos observar que a presença de osteoporose não alterou as características de equilíbrio postural e força muscular na comparação com mulheres sem osteoporose e, também, não influenciou ou foi influenciada pelo nível de atividade física e mobilidade funcional. E essa observação é de extrema importância para os tratamentos da medicina”.

Segundo o pesquisador, as constatações feitas ao longo da análise, ainda que necessitem de um complemento de estudos, mostram que a osteoporose não causa limitações às suas portadoras nessa faixa etária. “O tratamento da doença precisa estar associado a medidas preventivas das incapacidades, principalmente na manutenção do equilíbrio postural e força muscular para evitar as quedas. Assim sendo, programas de atividade física específicos de força muscular e equilíbrio postural devem ser incentivados”, completa.

Mais informações: email guibrech@gmail.com, com Guilherme Brech

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