Esalq anuncia projeto de criação do Memorial Luiz de Queiroz

Ideia foi anunciada na Semana Luiz de Queiroz pelo diretor da Esalq José Vicente Caixeta Filho. A proposta está em fase de concepção, mas já conta com o apoio professora Marly Therezinha Germano Perecin, que será a orientadora técnica do projeto.
Foto: Gerhard Waller       Comunicado foi feito durante a abertura da exposição Luiz de Queiroz – vida e obra, uma percepção humanística
Foto: Gerhard Waller

Comunicado foi feito durante a abertura da exposição
Luiz de Queiroz – vida e obra, uma percepção humanística

Caio Albuquerque/ Assessoria de Imprensa da Esalq

No segundo dia da 56ª Semana Luiz de Queiroz, foi inaugurada na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP a exposição Luiz de Queiroz – vida e obra, uma percepção humanística. A mostra é composta por dez painéis bilíngues (português e inglês), apresentando informações sobre a genealogia do idealizador da Esalq, sua educação e convívio familiar, a personalidade notável e a busca pela inovação e visão empresarial. A exposição, construída com fotos e textos históricos, também conta com uma linha do tempo de 1849 até os dias atuais.

Durante a abertura da exposição, instalada nos espelhos d’água ao lado do Edifício Central, o diretor da Esalq José Vicente Caixeta Filho anunciou o projeto para a criação do Memorial Luiz de Queiroz. Ainda sem data e local definidos, a proposta está em fase de concepção. “Foi dado início a uma proposta feita pela Diretoria da Esalq da construção do Memorial para que os registros históricos de nosso benemérito pudessem ser apreciados pelas gerações futuras. Visitamos a professora Marly Therezinha Germano Perecin, para consultá-la sobre a possibilidade de que a mesma pudesse ser a orientadora técnica do memorial histórico de nosso idealizador, em virtude de todo seu notável conhecimento, além da participação significativa da mesma no Memorial do Empreendedorismo da ACIPI”, comentou Caixeta.

De acordo com Marly, autora do livro Os passos do saber: a Escola Agrícola Prática Luiz de Queiroz, trata-se de uma missão audaciosa. “O Memorial terá que demonstrar a uma arrojada visão de uma instituição que já é internacional, em um mundo conectado”. Marly destaca que um memorial se ajusta muito bem à ideia de linha do tempo e à evolução do discurso científico e lembra que a tecnologia terá que ser uma aliada na execução do projeto. “A tecnologia é de tal maneira sem fronteiras, há tantas possibilidades e será útil para contar uma história rica como a de Luiz de Queiroz. Minha expectativa é muito grande com relação à ousadia dos próprios membros da comissão envolvidos nessa proposta. Inovação, ousadia, empreendedorismo, USP com dimensão internacional, tudo isso requer muita imaginação e criatividade”.

O legado de Ermelinda

Na sequência à abertura da exposição, o público acompanhou a palestra Os pioneiros e seu tempo: o legado de Luiz e Ermelinda de Souza Queiroz, ministrada por Jacques Marcovitch, professor titular da Faculdade de Economia, Administração e Contabildiade (FEA) da USP, autor de livros sobre os grandes empreendedores e pioneiros do Brasil, entre eles Luiz de Queiroz.

Segundo Marcovitch, na época de Luiz de Queiroz, havia uma ausência da mulher no cenário social e político. “É de se esperar, principalmente a partir da década de 70 do século passado, quando a mulher passa a ter maior participação na sociedade, que se faça justiça e se vá procurar nas fontes disponíveis o papel por elas desempenhado”. Sobre Ermelinda, Marcovitch, lembra que era uma mulher interessada nos temas do mundo, antes mesmo de se casar com Luiz de Queiroz, aos 24 anos. “Ela já viajara para os Estados Unidos, para a Europa e para a Ásia antes do casamento. Ela viveu em um núcleo familiar já conectado com os grandes temas da atualidade porque era filha do senador Christiano Benedicto Cristiano Ottoni, empresário do setor ferroviário. Eles conviviam com os desafios da infraestrutura, da saúde, enfim, do desenvolvimento. Ela nasceu no Rio de Janeiro, capital do país, em pleno período monárquico, portanto conhecia os desafios. Quando casaram, Luiz de Queiroz tinha 30 anos e, a partir dos depoimentos colhidos, percebemos uma parceria nesse casal, em sua vivência e em suas realizações”. Ermelinda Ottoni De Souza Queiroz nasceu em 1856 e faleceu em 1936.

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