Trabalho da FSP sobre leitos psiquiátricos é premiado em evento internacional

A pesquisa analisa as mudanças no perfil de utilização de leitos psiquiátricos hospitalares no sistema público de saúde na cidade de São Paulo no período de 2000 a 2010.

Da Assessoria de Comunicação Institucional da FSP

O psicólogo Felipe Szabzon, orientando da professora Fabiola Zioni – docente do Departamento de Prática de Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, recebeu o Prêmio de Excelência em Análise de Sistemas de Saúde (Categoria: Tema Principal –  15ª Edição) oferecido por ocasião do 24º Congresso da Associação Latina para a Análise dos Sistemas de Saúde, realizado do dia 29 a 31 de agosto (premiação no dia 31), na Universidade de Rennes 1 e foi promovido conjuntamente com a Escola de Altos Estudos em Saúde Pública (École des hautes études en santé publique), na cidade de Rennes.

O tema principal do congresso versou sobre “As doenças crônicas, uma questão para os sistemas de saúde, uma questão para a sociedade. O trabalho premiado baseava-se na dissertação de mestrado Utilização de leitos psiquiátricos em São Paulo: um estudo exploratório, defendido em setembro deste ano, que contou com a expressiva colaboração do professor Chester L. Galvão César, docente do Departamento de Epidemiologia da FSP.

A pesquisa premiada analisa as mudanças no perfil de utilização de leitos psiquiátricos hospitalares no sistema público de saúde na cidade de São Paulo no período de 2000 a 2010 e visou verificar se o esperado processo de redução das internações em hospitais psiquiátricos especializados e a crescente utilização de leitos em hospitais gerais teriam de fato ocorrido.

Os dados da pesquisa foram obtidos a partir do Sistema de Informações Hospitalares (SIH-SUS), referentes ao registro administrativo “Autorização para Internação Hospitalar” (AIH). Foram identificadas mais de 335.170 autorizações para Internação Hospitalar emitidas entre 2000 e 2010 para residentes da cidade de São Paulo na especialidade de psiquiatria.

Segundo Felipe, “a análise dos resultados aponta que à redução inicial no número de internações psiquiátricas, seguiu-se um aumento no número de internações. Nesse processo, houve a ampliação do percentual de internações realizadas em hospitais gerais e a redução do percentual de internações em hospitais especializados. Ressalta-se que parte das internações permanece ocorrendo em hospitais psiquiátricos, mas que estes reduziram o tempo médio de permanência dos pacientes aproximando-se das recomendações do Ministério da Saúde.”

O pesquisador concluiu que as internações de longa duração em hospitais psiquiátricos de grande porte situados majoritariamente no interior do estado têm diminuído drasticamente. O georreferenciamento das internações aponta que a criação de leitos em enfermarias psiquiátricas de hospitais gerais ampliou o acesso a estes serviços para a população residente das subprefeituras com os indicadores socioeconômicos (IDH) mais baixos.

A apresentação realizada no congresso está disponível no site (Session 8: Évaluation d’un politique de santé mentale).

Mais informações: (11) 9 7144 3151 ou email felipe.sz@usp.br, com Felipe Szabzon 

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