Projeto Híbrida alia arte e tecnologia para ampliar alcance dos sentidos

Artista plástica desenvolveu projeto que visa fomentar, tanto intelectualmente como com auxílio laboratorial, diferentes ideias envolvendo a percepção humana.
Foto: Divulgação 
Híbrida está selecionando propostas para prototipagem de ampliadores da percepção humana

Ampliar a percepção humana, ou seja, sentidos como visão, audição e tato, é algo mais frequentemente associado a histórias de super-herói. Mas esse objetivo ganha um caráter de experimentação tecnológica e reflexão artística em  iniciativa surgida na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP. Ao identificar um subaproveitamento de nossas potencialidades sensoriais, a artista plástica Paloma Oliveira transformou sua dissertação de mestrado em um projeto que tem como meta principal fomentar, tanto intelectualmente quanto com auxílio laboratorial, ideias à primeira vista improváveis.

Batizado de “Híbrida: prototipagem experimental de ampliadores de percepção”, o projeto foi contemplado pelo edital Difusão e Intercâmbio Cultural e Científico da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU) da USP. Nos próximos dias, vão ser selecionadas de quatro a seis propostas para prototipagem – processo que simula um produto final, mas feito com recursos e materiais mais baratos – a serem desenvolvidas no InovaLab@POLI, laboratório experimental transdisciplinar da USP.

Na página do Híbrida é possível consultar um Banco de Projetos com exemplos que mostra, na prática, ideias que têm como mote a expansão da percepção, e que servem de inspiração aos interessados em enviar propostas. Os selecionados terão à disposição uma estrutura que inclui microprocessadores, sensores diversos, impressoras 3D, além de oficinas com especialistas, que ajudarão a integrar técnica e reflexão nos projetos.

“Eureka”

Foto: Pedro Bolle / USP Imagens
Foto: Pedro Bolle / USP Imagens
Paloma Oliveira: projeto quer envolver pessoas de diversas áreas e titulações

Segundo Paloma, o projeto nasceu da sua vivência na própria Universidade, que permitia o trânsito entre as diversas áreas do conhecimento, como a psicologia e a engenharia. “Tanto a vivência de outras aulas quanto conhecer os grupos que misturavam medicina, biologia, engenharia e tecnologia foram fundamentais para a criação do Híbrida.”

Além disso, um ponto fundamental foi a realização de uma performance com o artista mexicano Jaime Lobato, hoje co-autor da pesquisa. A exposição, que foi apresentada no México e na Alemanha, era baseada em uma vestimenta interativa com botões coloridos, inspirada na luta livre mexicana. Conforme os participantes lutavam, sons ou imagens eram disparados para indicar quem estava vencendo.

Foto: Divulgação
Performance realizada na Avenida Paulista, em São Paulo

Por meio da roupa, o público acompanhava, por exemplo, os batimentos dos participantes, seja pela exposição da cor ou da audição do ritmo cardíaco. “De alguma forma, o público podia acompanhar algo que não era visível. Era algo interior que a gente exteriorizava”, comenta Paloma.

Agora feche os olhos. Pergunte ao seu corpo o que verdadeiramente gostaria que pudesse ser ampliado. Que tipo de acoplamento seria útil, importante ou interessante? Para que? O que pensa que mudaria em sua vida? (site do Projeto Híbrida)

Foram as dificuldades enfrentadas para compor essa performance, inclusive, que a motivaram a criar algo que transitasse por diversas áreas do conhecimento. Para isso, contou desde a concepção do projeto com o auxílio de especialistas de outros campos.

Como participar?

Até o dia 14 de fevereiro estão abertas as inscrições de projetos que lidem com a ampliação da percepção humana em três eixos: visão, audição e estrutura. De acordo com Paloma, o ideal seria atingir pessoas de diversas áreas e titulações. “Nós queremos um grupo desierarquizado”, afirma.

Entre 20 de fevereiro e 10 de março, serão abertas as inscrições para interessados em participar da prototipagem, complementando e colaborando com as ideias já selecionadas na etapa anterior.

Foto: Pedro Bolle / USP Imagens
Foto: Pedro Bolle / USP Imagens

O desenvolvimento dos trabalhos levará, ao todo, sete semanas, com reuniões duas vezes por semana. Os encontros teóricos acontecerão no Paço das Artes, na USP, às sextas feiras, das 9 às 12 horas. Já as aulas laboratoriais ocorrem no espaço do InovaLab@POLI com duas turmas distintas. A turma 1 se reúne às segundas e quartas, das 19 às 22 horas; e a turma 2 às terças e quintas, das 9 às 12 horas. As aulas teóricas serão abertas a todos os interessados.

Tudo isso poderá ser acompanhados por meio de um blog criado para que os participantes detalhem passo a passo como fazer os protótipos criados.

Mais informações: emails palomaoliveira@usp.br, projeto.hibrida@gmail.com

Scroll to top