Pesquisa premiada da EEL utiliza filme plástico descartado para fabricação de biocompósitos

Na Escola de Engenharia de Lorena, projeto com rejeito da reciclagem comercial recebe o Prêmio Jovem Cientista.

Simone Colombo Lopes / Assessoria de Imprensa da Escola de Engenharia de Lorena

Um estudo desenvolvido na Escola de Engenharia de Lorena (EEL) da USP busca diminuir o impacto ambiental causado pelo descarte de filmes plásticos em meio aos resíduos sólidos municipais, utilizando esse material na fabricação de biocompósitos. O projeto foi desenvolvido pela aluna Cibele Rosa Oliveira, do curso de Engenharia Industrial Química.

“Buscamos conciliar a experiência do grupo em fazer compósitos misturando fibras naturais com polímeros (plásticos). No caso, usamos as folhas plásticas descartadas como lixo comum”, explica o orientador da pesquisa, o professor Adilson Gonçalves. Segundo ele, a ideia é dar uma aplicação mais racional para o enorme volume de plástico que é descartado no meio ambiente.

A proposta da pesquisa é, após essa triagem, buscar alternativas de uso para esse material. “Com a experiência prévia do grupo, decidimos por misturar esse plástico com fibras naturais, especialmente bagaço de cana, para obter biocompósitos que possam ser usados como divisórias ou painéis automotivos ou mobiliários, que têm uma boa resistência mecânica e são mais biodegradáveis que painéis plásticos convencionais, uma vez que possuem as fibras naturais”, aponta.

Gonçalves conta que foi feita uma triagem do material plástico que é descartado como lixo comum. Foram separadas as folhas plásticas que revestem alimentos, que são usadas em embalagens de biscoitos e também as sacolas plásticas. Este material, mesmo que devidamente limpo e separado, não é coletado pelos catadores. “Ele corresponde de 5% a 6% da massa do resíduo sólido municipal e causa impactos negativos nos aterros, pois não é degradável e impermeabiliza o solo onde o lixo for depositado”, relata.
A obtenção de compósitos e aplicações está em desenvolvimento na EEL sem resultados para comparação por enquanto. “A ideia é que com a visibilidade do prêmio, possamos sensibilizar alguma empresa de reciclagem ou de filmes plásticos para apoiar a etapa seguinte, de coleta do resíduo em maior escala e fazer painéis grandes para serem efetivamente aplicados”, diz.

Cidades Sustentáveis

O trabalho Diminuição do impacto ambiental dos resíduos sólidos municipais: caracterização e quantificação de filmes plásticos rejeitados na reciclagem comercial e sua utilização em biocompósitos, conquistou o segundo lugar no Prêmio Jovem Cientista na categoria Estudante do Ensino Superior. O Prêmio é uma parceria do governo federal com a Fundação Roberto Marinho e busca, há 30 anos, estimular talentos na área de ciência e tecnologia que possam contribuir para o desenvolvimento do País. O tema do concurso deste ano foi: Cidades Sustentáveis. As pesquisas deveriam abordar questões ligadas à sustentabilidade, planejamento urbano e qualidade de vida, gestão de águas e resíduos, políticas de mobilidade, agricultura urbana e impactos de mudanças climáticas. Foram mais de 2,3 mil trabalhos inscritos.

A cerimônia de premiação ocorreu no último dia 6 de dezembro, no Palácio do Planalto, em Brasília. Cibele Rosa Oliveira recebeu das mãos do presidente da Fundação Roberto Marinho, José Roberto Marinho, o troféu pela conquista do prêmio.

Estiveram presentes na premiação: Beatriz Gerdau Johanpeter, vice-presidente do Instituto Gerdau; Glaucius Oliva, presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); Reinaldo Garcia, presidente da GE para a América Latina, e a equipe da Fundação Roberto Marinho.

A cerimônia contou também com a presença da presidente Dilma Rousseff; do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, da ministra-chefe da Casa Civil, Gleise Hoffmann, e do presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia.

Imagens cedidas pela pesquisadora

Mais informações: (12) 3159-5171 ou email simone@adm.eel.usp.br, com Simone Colombo Lopes, na Assessoria de Imprensa da Escola de Engenharia de Lorena

Scroll to top