Pesquisa da FMRP compara medicamentos para o controle do colesterol

A farmacêutica Ana Paula Cardoso desenvolveu pesquisa sobre grupos de medicamentos na FCFRP.

Rosemeire Soares Talamone, do Serviço de Comunicação Social da Coordenadoria do Campus de Ribeirão Preto

Uma pesquisa na Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP comparou dois grupos de medicamentos, um a base de estatinas e outro de fibratos, utilizados no controle do colesterol e dos triglicerideos. De acordo com o estudo, na classe das estatinas, a atorvastatina, que tem maior custo, levou a menos ocorrências de problemas cardiovasculares como, por exemplo, dor no peito, ou angina pectoris, e realização de exames. Além disso, os custos com exames laboratoriais também foram menores nos pacientes que utilizaram a atorvastatina. Nesse grupo foram avaliadas a atorvastatina e a sinvastatina.

Quanto aos fibratos, os dois medicamentos analisados, bezafibrato e ciprofibrato, não mostraram diferenças significativas. Segundo a autora do estudo, a farmacêutica Ana Paula Cardoso, a pesquisa teve como objetivo analisar economicamente e a influência desses medicamentos sobre a mortalidade por causas ligadas a doenças cardiovasculares em portadores de altos níveis de gordura, os chamados dislipidêmicos. “Os resultados podem contribuir para a decisão do médico na hora de prescrever o medicamento, uma vez que várias pesquisas no mundo já demonstraram que a prescrição regular de hipolipemiantes pode reduzir a ocorrência de eventos cardiovasculares e diminuir a mortalidade.”

Ela diz que a atorvastatina, mesmo com um custo três vezes maior, chega R$ 994,69 paciente/ano, enquanto a sinvastatina custa R$ 337,61. Esse medicamento teve o menor gasto com exames laboratoriais e complementares e também apresentou menores taxas de problemas cardiovasculares e realização de exames, como aterosclerose e dor no peito.

Medicamentos

O estudo foi feito com 332 pessoas que utilizaram medicamentos fornecidos pelo Programa de Medicamentos Excepcionais do Ministério da Saúde. “O estudo foi observacional, descritivo e transversal. As pessoas foram sorteadas aleatoriamente dentre 1.067 pacientes de ambos os sexos”, revela a pesquisadora.

Ela diz que 51% eram do sexo masculino, com faixa etária entre 15 e 63 anos. Mais de 73% dos pesquisados faziam uso de estatinas e mais de 17% usavam fibratos e 10% eram do grupo controle”. O perfil lipídico, diz, foi mais elevado no grupo atorvastina e bezafibrato e no período de um ano, durante o estudo, ocorreram 253 eventos e/ou procedimentos, com maiores incidências de aterosclerose, dor no peito e insuficiência cardíaca. Outro dado encontrado é que no grupo estudado houve predomínio da população idosa que faz uso desses medicamentos e maior número de óbitos de homens.

A pesquisa de mestrado Análise econômica e da influência sobre a morbimortalidade cardiovascular de estatinas e fibratos em portadores de dislipidemias de Ribeirão Preto – SP, foi defendida em novembro de 2010, na FCFRP, e orientada pelo professor Evandro José Cesarino.

Mais informações: (16) 3602-4708; e-mail anafarma_usp@yahoo.com.br, com Ana Paula

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