Salário de professores é maior que o de não professores de carreiras típicas de docência

Pesquisa na FEARP mostra que os professores do ensino fundamental ganham mais do que outros profissionais com a mesma formação e que atuam na mesma região geográfica

Da Assessoria de Imprensa da FEARP

Pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Economia Aplicada da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEARP) da USP mostra que os professores do ensino fundamental ganham mais do que outros profissionais com a mesma formação e que atuam na mesma região geográfica. Com o título Comparação de distribuição de salários de professores e outras ocupações: uma análise do diferencial, a pesquisa foi orientada pelo professor Luiz Guilherme Dácar da Silva Scorzafave e comparou a diferença do salário-hora entre professores e não professores graduados em carreiras típicas de docência como ciências da educação, matemática, biologia e química, formação de professores, língua materna e com perfis sociais semelhantes.

“Para quem estuda o assunto, o que mais surpreende é a ordem de grandeza que encontramos”, afirma a administradora de empresas Laura Muller Machado, autora da pesquisa. Os dados obtidos indicam que professores ganham em média R$ 12,13 por hora enquanto os não professores recebem em média R$ 10,67, uma diferença de R$ 1,46 por hora.

O estudo se restringiu aos profissionais com idades entre 18 e 27 anos que atuam no ensino fundamental. O objetivo era comparar os rendimentos entre grupos que tiveram a docência como primeira escolha profissional. De acordo com a pesquisa, deste grupo, cerca de 80% são mulheres, sendo 70% formadas em pedagogia com média de idade de 26 anos.

Qualidade do professor

A pesquisadora partiu da premissa, já comprovada em outras pesquisas, de que a qualidade do professor é o principal fator para o sucesso do aluno. “O que constatamos foi que, dentre as pessoas com formação típica para docência no ensino fundamental, os que ganham mais são os que já atuam como professores”, afirma Laura.

“Partindo do pressuposto de que o grupo que recebe melhor salário concentra os melhores profissionais, podemos dizer que dentre os ‘potenciais professoráveis’ já temos os melhores”, conclui. “Fica então a pergunta: se dentre os formados para a docência já temos os melhores profissionais por que então nossos desempenhos escolares são ruins?”, questiona ela.

A pesquisadora conclui que diante destes resultados, aumentar o salário não necessariamente seja o único caminho a ser seguido e que talvez uma das alternativas exija outra formação destes professores.

Mais informações: (16) 3931-1313

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