Projeto de geração solar fotovoltaica da USP é premiado

Projeto, que já em fase de avaliação e monitoramento, conquistou o 1º Prêmio Inovação e Tecnologia Brasil Solar.

Projeto que implantou quatro estações de energia solar fotovoltaicas, integradas ao sistema de abastecimento de energia elétrica, no campus da USP, em São Paulo, conquistou o “1º Prêmio Inovação e Tecnologia Brasil Solar”, promovido pelo EnerSolar+Brasil – Feira Internacional de Tecnologias para Energia Solar.

O sistema foi desenvolvido pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEE) da USP, com participação da Escola Politécnica (Poli) da USP e das empresas Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP) e Cesp. A premiação aconteceu pela contribuição do projeto no avanço do conhecimento, que ficou em primeiro lugar na categoria “Melhor Projeto Acadêmico de 2015”.

De acordo com o professor Roberto Zilles, do IEE, que coordenou o projeto, as quatro estações totalizam 540 kW de potência instalada no campus da USP, no bairro do Butantã, em São Paulo. As estações estão instaladas desde 2014, sendo três delas no prédio do IEE e outra no Instituto de Estudos Brasileiros (IEB), na Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin.

À equipe da Poli coube estudar o comportamento e características do consumo, as melhores formas para disponibilizar a energia, trabalhar com previsão de demanda e consumo, entre outros elementos. Na USP, os pesquisadores puderam fazer a pesquisa em escala real. Uma estação do sistema está instalada no teto da Biblioteca Brasiliana. As outras três estão operando na área do IEE dentro no campus: uma em solo; uma na cobertura do estacionamento; e outra no telhado. “Por sua dimensão e diversidade de atividades, a USP é um laboratório natural, já que tem hospital, biblioteca, escola, clínica veterinária, clube poliesportivo, como uma minicidade”, explica o professor Marco Antonio Saidel, do Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétricas da Poli.

O docente explica que, no projeto, pretende-se pesquisar diferentes arranjos de conexão (a interconexão à rede elétrica, ou seja, como ligar o sistema solar fotovoltaico à rede elétrica já existente) para um estudo aprofundado das características e propriedades do sistema. “Estamos procurando, nessa pesquisa, identificar a melhor maneira de aproveitar a geração solar fotovoltaica de acordo com o perfil de consumo brasileiro”, afirma. “O projeto de implantação, em si, foi concluído. Agora estamos na fase de acompanhamento, avaliação e monitoramento dos resultados”, avisa. As fases de avaliação e moniotramento deverão ser concluídas em abril de 2016.

Funcionamento

O professor Zilles explica que a geração distribuída de eletricidade com sistemas solares fotovoltaicos, micro e minigeração,  é caracterizada por pequenas plantas geradoras conectadas à rede de distribuição de eletricidade, em média ou baixa tensão. “A unidade consumidora utiliza a energia que é produzida pelos módulos fotovoltaicos durante o período no qual há geração, durante o dia,  e se houver excesso de produção o excedente é entregue à rede de distribuição e contabilizado como crédito para consumo noturno”, descreve. Esta forma de operação está regulamenta pela Resolução ANEEL 482/2012.

O custo para a instalação das usinas, de acordo com o coordenador, foi de aproximadamente R$ 7.000,00 por kW. Zilles ainda antecipa que há planos de contribuir com pelos menos 3% da demanda de eletricidade do Campus da USP, no Butantã, até ano 2020 com a implantação e operação de sistemas fotovoltaicos de micro e minigeração. “Atualmente a usina em operação contribui com 1% da demanda de eletricidade do campus”, estima.

O projeto, que tem o apoio da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), é resultado de uma iniciativa antiga dos pesquisadores da USP. “Por um tempo, a USP foi a única universidade do Brasil com unidades de geração de energia solar fotovoltaica registradas na Aneel, algo que fizemos em meados da década de 2000. Essas duas primeiras estações foram importantes para começar a trilhar o caminho que nos levou a ter essas outras quatro unidades e desenvolver o novo projeto”, lembra Saidel, que também foi coordenador do Programa Permanente Para Uso Eficiente de Energia na USP entre 1997 até março de 2015.

A iniciativa do prêmio tem o apoio da RBS Magazine – Revista Brasileira de Energia Solar, do Portal Brasil Solar, da Associação Brasileira de Energias Alternativas e Meio Ambiente (Abeama) e da Fiera Milano.

Com informações de Érika Coradin, da Acadêmica Agência de Comunicação

Mais informações: (11) 5081-5237 / (11) 5549-1863; email erika@academica.jor.br

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