Treino pliométrico melhora desempenho em corredores de 10 km

Estudo realizado na Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP demonstra que o treinamento pliométrico — com diferentes tipos de saltos — não altera a estratégia de prova utilizada, mas melhora o desempenho.

Estudo realizado na Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP demonstra que o treinamento pliométrico — com diferentes tipos de saltos — não altera a estratégia de prova utilizada, mas melhora o desempenho de corredores em provas de 10 quilômetros (km). O trabalho, intitulado Efeito da economia de corrida sobre a estratégia de prova utilizada durante uma corrida de 10 km, foi realizado por Everton Crivoi do Carmo, entre os anos de 2010 a 2014.

Participaram do estudo 34 corredores do sexo masculino, todos com experiência na prova de 10 km e com capacidade de completá-la em menos de 45 minutos. Os voluntários foram divididos em dois grupos. Durante oito semanas, metade serviu de grupo controle, mantendo sua rotina de treinamento, enquanto a outra metade adicionou à sua rotina o treinamento pliométrico duas vezes por semana no Centro de Práticas Esportivas da USP (Cepeusp).

Oito tipos de saltos foram aplicados nos corredores do último grupo: agachamento com salto, salto com afundo, saltos em progressão, saltos em progressão pernas alternadas, saltos em progressão com uma perna, saltos em profundidade, saltos sobre obstáculo e saltos sobre obstáculo com uma perna. Além disso, antes de cada sessão foi realizado aquecimento geral e específico para este tipo de treino.

Economia de corrida

Após as oito semanas, o pesquisador atestou que a aplicação do treinamento pliométrico melhorou a economia de corrida dos participantes, que representa a capacidade de correr em determinada velocidade com menor consumo de oxigênio. A economia de corrida tem sido atribuída como parte importante do sucesso de corredores africanos em provas de média e longa duração, por exemplo.

Segundo o pesquisador, o efeito benéfico do treinamento pliométrico sobre a economia de corrida pode ter ocorrido devido à melhora na capacidade dos atletas em utilizar a energia elástica potencial acumulada em músculos e tendões durante a fase de contato com o solo e utilizá-la como energia mecânica durante a fase concêntrica da corrida, quando há contração do músculo. Esse efeito é denominado ciclo alongamento-encurtamento.

A economia de corrida tem relação com a estratégia de prova utilizada pelo competidor, ou seja, os ajustes de velocidade realizados durante a corrida para terminar a prova no melhor tempo possível sem se fadigar prematuramente. Em geral, o atleta inicia a corrida com uma velocidade acima da média da competição para logo em seguida diminuir esse ritmo até os metros finais, quando aumenta novamente a velocidade.

A melhora da economia de corrida não alterou o padrão de estratégia de prova utilizada pelos atletas, mas ocasionou em maior velocidade dos corredores na segunda metade da prova (dos 5.200 metros (m) aos 9.600 m), aumentando seu desempenho em 1,6%.

A tese de doutorado defendida em 2014, sob orientação do professor Valmor Tricoli, recebeu Menção Honrosa no Prêmio Capes de Tese 2015. O estudo obteve apoio da Pró-Reitoria de Pesquisa e da Capes. Em 2011, recebeu apoio financeiro do CNPq, Edital MCT/CNPq N 14/2011 Universal. Em 2012, Crivoi obteve o Young Investigator Award Travel Grant para apresentar seu estudo no 17th Congress of European College of Sport Science, em Bruges (Bélgica).

Com informações da Seção de Relações Institucionais e Comunicação da EEFE

Mais informações: email evertoncrivoi@usp.br

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