Doutoranda do Ipen desenvolve macarrão com resíduo da extração do óleo de linhaça no Cena

A pesquisadora Márcia Lage de Oliveira desenvolve seu trabalho no Cena, com orientação do professor Valter Arthur.

Da Assessoria de Imprensa do Cena

O Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da USP foi a instituição escolhida pela aluna do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), Márcia Lage de Oliveira, para desenvolver sua tese de doutorado referente à criação de um novo tipo de macarrão, com orientação do professor Valter Arthur.

A matéria prima para o inovador macarrão utiliza o material proveniente da extração a frio do óleo que compõe o vegetal. ‘’Ao utilizarmos o resíduo da linhaça, além de criarmos um produto barato, temos um alimento enriquecido com fibras, ácidos graxos essenciais (Ômega 3  e Ômega 6), proteínas, vitaminas e antioxidantes. Com isso, podemos utilizar o macarrão como um alimento funcional e, porque não dizer, prebiótico’’.

Márcia iniciou sua pesquisa extraindo o óleo e triturando o resíduo para gerar a farinha. Os testes de sua receita de macarrão se iniciaram com a utilização de 5% desse novo ingrediente para fazer a massa. Atualmente, passados os primeiros testes, a experiência já usa 20% desse subproduto da linhaça, associado à farinha de trigo, na composição total do talharim.

A receita, que é inédita ao utilizar esse subproduto, vem para dar uma pitada de consistência ao macarrão corriqueiro, feito somente de trigo, que possui poucos atributos nutricionais. “Na verdade, obtivemos uma farinha e, com ela, desenvolvemos a massa para macarrão, mas podemos utilizar a fécula para fazer pães, bolos, biscoitos e tantas outras receitas”. Outra vantagem é a quantidade de fibras solúveis e não solúveis apresentadas, se comparado às massas comuns vendidas no supermercado.

Apesar da conversa ser boa e esse assunto estar dando fome, alguns devem estar perguntando: o que um órgão da USP, de excelência na aplicação e uso da energia nuclear na agricultura, tem a ver com isso? “Como a pesquisa utiliza um resíduo, que pode possuir contaminantes, a parte do Cena no experimento é a utilização da radiação como esterilizante e no aumento da vida útil do produto”.

A pesquisa vem sendo realizada no laboratório de Radiobiologia e Ambiente do Cena, sob a coordenação do professor Valter Arthur. “São múltiplas as utilidades da radiação e nas mais diversas áreas da ciência. Portanto, é muito importante para a instituição encampar essas iniciativas. Até mesmo para desmistificar o uso da energia nuclear”, afirma Arthur.

Mais informações: site http://cena.usp.br

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