INCT-Petrotec traz técnicas para a descoberta de campos petrolíferos

O INCT-Petrotec busca desenvolver estratégias para criar novos métodos analíticos aplicados principalmente à área de descoberta de novos campos de petróleo e gás

O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Técnicas Analíticas Aplicadas a Exploração de Petróleo e Gás (INCT-Petrotec) surgiu como uma forma de agregar os melhores grupos de pesquisa científica do país nas áreas de petróleo e gás. A meta deste INCT é desenvolver estratégias para criar novos métodos analíticos aplicados principalmente à área de descoberta de novos campos de petróleo e gás.

Em conjunto com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a Universidade de Brasília (UNB) e a Universidade Federal do Pará (UFPa), a USP faz parte dos quatro maiores laboratórios que desenvolvem esse tipo de pesquisa no país. Juntas, elas integram a Rede Nacional de Estudos Geochronológicos, Geodinâmicos e Ambientais (Rede Geochronos), fundada há aproximadamente oito anos.

Segundo o professor Colombo Celso Gaeta Tassinari, diretor do Instituto de Geociências (IGc) da USP e coordenador do INCT-Petrotec, antes do INCT esses laboratórios trabalhavam de forma

independente no desenvolvimento de técnicas. “Com a fundação [do INCT], essa área de geologia isotópica começou a ser feita de uma maneira organizada, maximizando recursos e informações, de tal forma que não há superposição de pesquisas”, afirma.

 

A inauguração do edifício do Laboratório de Geocronologia de Alta Resolução, ocorrida no fim de 2010, fez com que técnicas pudessem ser disponibilizadas para empresas do setor que antes só realizavam esse tipo de análise no exterior. Segundo Tassinari, “essas técnicas não são exclusivamente responsáveis por descobrir um campo de petróleo, elas fazem parte de um conjunto de informações que envolve inúmeras etapas e análises”. O edifício fica em frente ao IGc, na Cidade Universitária, em São Paulo.

Como exemplo, o professor cita um projeto de pesquisa e desenvolvimento que está sendo feito com a Petrobras, principalmente na Bacia de Santos, e acrescenta que o Instituto está aberto também para outras empresas interessadas.

Progresso

Um dos maiores objetivos do INCT era a montagem da Microssonda Iônica de Alta Resolução tipo Shrimp IIe, um equipamento de alta precisão com grande aplicabilidade nos estudos de evolução geológica em trabalhos associados à exploração de petróleo, gás e minerais. Segundo Tassinari, existem pouco mais de uma dezena de exemplares semelhantes no mundo. O mecanismo realiza a análise física dos isótopos de um elemento e serve por exemplo para calcular a idade de um mineral, o que é essencial para a avaliação das bacias de petróleo.

Somente esse ano a máquina saiu da fase de testes e começou a ser utilizada, como conta o professor.

“A microssonda já está funcionando perfeitamente há mais ou menos quatro meses e várias pessoas já a utilizaram, não só pra área de petróleo, mas também para estudos acadêmicos do Brasil e do exterior”

Além disso, de 2008 até hoje o professor comenta que ocorreram simpósios internacionais, workshops, reuniões interuniversitárias, atividades científicas de formação de recursos humanos, geração de teses e atividades de divulgação para a sociedade, através de um programa do Instituto de levar às escolas secundárias informações técnicas sobre a geologia.

Ao lado da microssonda, está sendo construído um novo laboratório para outro equipamento, também de datação de rochas, chamado Argônio-Argônio (Ar-Ar). Ele também fará análises pontuais, mas utilizando a tecnologia a laser. Espera-se que ele fique pronto em janeiro do próximo ano.

Mais informações: site www.igc.usp.br/index.php?id=365

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