Intercambistas conhecem a USP e a sua história no Giro Cultural

Passeio de circular levou estudantes vindos de diversos cantos do planeta para conhecer a USP e suas unidades.

Uma mistura incompreensível de diversas línguas e sotaques é o que se conseguia ouvir na última sexta-feira (22) dentro de um ônibus circular da Cidade Universitária, em São Paulo. Estudantes vindos dos mais diversos cantos do planeta se reuniram para conhecer o lugar onde passarão os próximos meses: a Universidade de São Paulo.

Promovido pela Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU), o passeio reuniu em dois ônibus cerca de 70 estudantes estrangeiros, vindos através de programas de intercâmbio, para realizar um trajeto de uma hora pelas principais unidades da universidade na Capital e suas instituições culturais. Os estudantes puderam conhecer um pouco mais sobre a história do campus, contada por guias que acompanharam a viagem.

A iniciativa faz parte do programa Giro Cultural da PRCEU, que oferece visitas monitoradas com o objetivo de divulgar a grande riqueza do patrimônio da USP, muitas vezes desconhecido pela própria comunidade uspiana e pelo público que frequenta a Universidade.

“A ideia é criar condições para que a universidade revele seu patrimônio arquitetônico, artístico e cultural, ao mesmo tempo em que possibilite que os estudantes assimilem a importância do consumo e do conhecimento no campo da cultura”, afirma a pró-reitora de cultura e extensão universitária, Maria Arminda do Nascimento Arruda.

Diversidade

A USP já é uma tradicional escolha de estudantes ao redor do mundo que procuram aumentar seu conhecimento e aprender uma nova língua, por ser uma universidades bem conceituadas internacionalmente. Nos últimos dados consolidados (2011), que já foram ampliados, a USP contava com 1687 alunos estrangeiros, matriculados na graduação e pós-graduação ou fazendo pós-doutorado, além de cerca de 527 convênios e acordos internacionais com universidades de todos os continentes.

A América Latina é presença forte entre os intercambistas, que tem sua viagem facilitada pela proximidade e pela similaridade das línguas. Consuelo Fuentes-Pérez, estudante do Chile, conta que veio para estudar economia. “Escolhi o Brasil porque queria conhecer o país, aprender outra língua e enxergar a economia sob outras perspectivas, e a USP é a melhor universidade que encontrei”, afirma.

Também da América do Sul vieram os estudantes Juan Pablo, da Colombia, e David Agustin Pérez, da Argentina. Ambos são estudantes de medicina do quinto ano e foram atraídos pela grande credibilidade da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) na área.

Juan ficará um semestre no Hospital das Clínicas (HC) fazendo um estágio em cirurgia cardíaca, geral e plástica. “Quando me formar, quero fazer a minha residência em cirurgia plástica aqui no HC. Por isso vim para começar a aprender um pouco mais de português”, conta. Já David explica que pesquisou e acabou escolhendo a universidade porque “a FMUSP é um centro de pesquisa muito importante”.

Uma realidade muito diferente é a dos estudantes europeus, cujos valores culturais e o ambiente onde vivem são completamente diversos do que encontraram aqui. Edda Zickert, estudante de arquitetura da Alemanha, escolheu o país para conhecer uma outra cultura. “Escolhi o Brasil por ser muito diferente da Alemanha. Terei a oportunidade de conhecer a arquitetura brasileira”, conta.

Outros europeus que aproveitaram o passeio de ônibus foram o francês Arsène Leroy, a irlandesa Jacqueline Gallagher, o espanhol Alberto Araújo e a inglesa Marianne Foskett. O consenso entre os estudantes é aproveitar  para conhecer pessoas e aprender uma outra língua, além de ter contato com novas perspectivas de estudo em suas áreas.

De mais distante ainda e por razões diferentes veio a estudante japonesa Yukari Kato, que está hospedada na casa da tia, residente no Brasil há muitos anos. “Eu queria vir para São Paulo porque aqui existem muitas comunidades japonesas, e, como pretendo trabalhar com turismo, preciso adquirir a capacidade de falar português”, explica.

Amigo-USP

No meio de tantas nacionalidades, alguns estudantes brasileiros também participaram do passeio pela Cidade Universitária. Mas eles não tinham o objetivo de conhecer a USP, afinal, já estudam nela há alguns anos. Eles são voluntários do Programa USP I-Friends, criado pela Vice-Reitoria Executiva de Relações Internacionais (VRERI), que tem como intuito integrar os estudantes estrangeiros à comunidade universitária.

O amigo-USP, como é chamado, auxilia o intercambista na chegada ao aeroporto, na busca por moradia, na legalização de sua estadia e na integração cultural.

Eduardo Kurashiki, aluno da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, conta que o programa é uma grande oportunidade para conhecer pessoas novas. “Decidi ser um I-friend porque é uma forma de ampliarmos o nosso contato cultural com outros países e fazer amizades novas. Como já morei fora do Brasil, sei da dificuldade de se adaptar a um novo país e quis também ajudar os intercambistas”.

Para ser um Amigo-USP, o estudante deve estar regularmente matriculado na graduação ou pós-graduação da USP, e se inscrever pelo sistema JúpiterWeb.

 Mais informações: Prceu www.prceu.usp.br/programas/girocultural ou Programa USP I-friends http://ifriends.ccint.usp.br/

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