Fórum na ECA debate Novas Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de jornalismo

Realização do Fórum é uma parceria da Socicom com a ECA, SBPJor, FNPJ, FENAJ, SJSP e Intercom.

Letícia Sakata / Laboratório Agência de Comunicação da ECA

No dia 14 de fevereiro, a Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP sediou o Fórum Diretrizes Curriculares Nacionais – Curso de Graduação de Jornalismo, que teve como objetivo analisar e debater as novas Diretrizes Curriculares Nacionais, instituídas em setembro de 2013.

O Fórum foi promovido pela Federação Brasileira das Associações Científicas e Acadêmicas de Comunicação (Socicom) em parceria com o Departamento de Jornalismo e Editoração (CJE) da ECA, a Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor); o Fórum Nacional dos Professores de Jornalismo (FNPJ); a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ); o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo (SJSP); e a Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom).

O evento, realizado no Auditório Freitas Nobre do CJE, foi aberto por um discurso da professora Margarida Kunsch, diretora da ECA. Antes de dar prosseguimento ao debate, Margarida pediu a todos que fizessem um minuto de silêncio em homenagem ao cinegrafista Santiago Andrade, que foi atingido por um rojão em uma manifestação no Rio de Janeiro. Para a professora, a morte do repórter marcou “um momento muito triste para a liberdade de expressão”.

A abertura também contou com a professora Mayra Rodrigues Gomes, chefe de departamento do CJE; José Marques de Melo, presidente da Comissão de Especialistas do MEC e diretor da Cátedra Unesco-Umesp de Comunicação; Cláudia Lago, presidente da SBPJor; Mirna Tonus, presidente da FNPJ e Valci Zuculoto, diretora da FENAJ.

Em seguida, um painel apresentou as novas diretrizes curriculares para o curso de jornalismo que deverão ser implantadas em todas as universidades até 2015. Participaram o professor Carlos Chaparro; Eduardo Meditsch, que explicou o projeto pedagógico das novas diretrizes; Valci Zuculoto, que apresentou o formato do estágio curricular obrigatório; Cláudia Lago, que tratou do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC); e Mirna Tonus. A professora Roseméri Laurindo apresentou o modelo da Universidade Regional de Blumenau, que implantou o curso de jornalismo este ano já se adequando às novas DCNs.

Durante o painel, Eduardo Meditsch ressaltou a necessidade do curso “formar profissionais com capacidades técnicas, teóricas e tecnológicas” de forma balanceada. De acordo com ele, os cursos de jornalismo têm um foco na prática acadêmica maior, muitas vezes por conta de interesses dos professores e, também, pela própria organização departamental da universidade. A prática profissional deve ser mais valorizada durante a graduação. O papel de formar acadêmicos, de acordo com Meditsch, é da pós-graduação.

Além disso, Meditsch é um dos defensores da inclusão de disciplinas que abordem a assessoria de imprensa na matriz curricular, já que muitos jornalistas acabam atuando nessa área após a graduação e não tem nenhuma preparação na faculdade. Este ponto foi um dos focos do debate que foi realizado após o painel, já que alguns professores, como Eugênio Bucci e Alice Mitika Koshiyama, ambos do CJE, são defensores da distinção entre o papel social do jornalista e do assessor de imprensa.

Outro aspecto das novas DCN que despertaram debate entre professores de diversas universidades do país que estavam presentes foi o TCC. As novas diretrizes estabelecem que os trabalhos podem ser monografias teóricas ou projetos práticos, como programas de rádio ou documentários, que sejam acompanhados de um texto de reflexão teórica. Caso o trabalho seja uma monografia, seu objeto de estudo precisa ser ligado ao jornalismo. Se o trabalho for prático, o jornalismo entra como ferramenta, dando maior liberdade na escolha do tema de estudo. Além disso, as novas DCN estabelecem que os TCCs devem ser, obrigatoriamente, individuais, e este é o aspecto que despertou certo descontentamento da parte de muitos docentes. Essa política já é vigente no curso de jornalismo da ECA, porém outras universidades permitem trabalhos coletivos em casos de projetos mais trabalhosos, como documentários.

As DCN serão debatidas em outros eventos nacionais, confira o calendário:

  • 2 a 6 de abril – Congresso FENAJ, em Maceió (AL)
  • 24 a 26 de abril – Congresso FNPJ, em Curitiba (PR)
  • 2 a 5 de setembro – Pré-Congresso INTERCOM / encontro SBPJOR, Foz do Iguaçu (PR)
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