Poli lança laboratório e disciplina de graduação voltados para a inovação

Iniciativas visam uma formação voltada para a solução de problemas da prática, envolvendo envolvem competências de trabalho em equipe e de empreendedorismo.

Da Assessoria de Comunicação da Poli

Foto: Divulgação / InovaLab@POLI
Foto: Divulgação / InovaLab@POLI

Em um momento em que cresce no Brasil o debate sobre a necessidade de modernizar o ensino de graduação das engenharias e de se buscar maior inserção internacional, a Escola Politécnica (Poli) da USP lança três iniciativas para oferecer ao aluno espaço físico e experiências de aprendizagem diferenciadas. Visando uma formação voltada para a solução de problemas da prática e ao mesmo tempo, de forma mais ampla, as ações envolvem competências de trabalho em equipe e de empreendedorismo, de forma alinhada às tendências mais modernas observadas nas universidades de ponta no mundo.

Desde meados de 2013, os alunos de graduação da Poli passaram a ter acesso ao novo InovaLab@POLI, um laboratório de graduação multidisciplinar, aberto, que pode ser utilizado pelos alunos para a realização de trabalhos de diversas disciplinas. “Tradicionalmente o ensino de engenharia é ‘departamentalizado’, enquanto os problemas da prática exigem hoje uma abordagem multidisciplinar. No InovaLab@POLI, oferecemos aos alunos a oportunidade de trabalhar de forma multidisciplinar, aplicando os conhecimentos adquiridos em sua formação específica”, afirma a professora Roseli de Deus Lopes, coordenadora do projeto.

O InovaLab@POLI oferece uma sala de projetos equipada com diversos softwares de engenharia, mesas e salas de reunião, vários tipos de materiais e quatro impressoras 3D. Além disso, o laboratório oferece uma oficina mecânica, equipada com máquinas e equipamentos altamente flexíveis. Estão previstas ainda uma oficina eletrônica e uma sala de aula adaptável para trabalho em equipe em diferentes configurações, que passa a funcionar em fevereiro. “Dois diferenciais dessa iniciativa são a abertura para os alunos trabalharem em seus projetos e o incentivo para a prototipagem. Com as impressoras 3D e os demais equipamentos disponíveis na oficina, nossos alunos conseguem rapidamente prototipar um projeto e avaliar os seus resultados”, afirma o professor Eduardo Zancul, também coordenador do projeto.

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Em outubro passado, uma equipe de quatro alunos de diferentes cursos passou a utilizar o InovaLab@POLI em uma iniciativa de internacionalização, realizada em conjunto com alunos da Universidade de Stanford. Os alunos do Brasil são dos cursos de Engenharia de Produção, Engenharia Elétrica e Design, enquanto que os alunos de Stanford são dos cursos de Engenharia Mecânica e Aeronáutica. Segundo o professor José Roberto Cardoso, diretor da Poli, “esta atividade de internacionalização é inovadora na medida em que, através de um projeto, alunos de duas instituições de diferentes países se envolvem em um único projeto, o que garante uma reciprocidade no relacionamento. A internacionalização deve ser encarada como um processo de duas vias, como é o caso, e não um processo de via única, no qual a escola brasileira apenas envia o aluno para o exterior sem receber a devida contrapartida. Temos certeza que este projeto do InovaLab@POLI quebrará outros paradigmas no relacionamento internacional entre instituições de ensino e pesquisa na área das engenharias”, afirma.

Temos certeza que este projeto do InovaLab@POLI quebrará outros paradigmas no relacionamento internacional entre instituições de ensino e pesquisa na área das engenharias

Foto: Divulgação / InovaLab@POLI
Foto: Divulgação / InovaLab@POLI

Nesse projeto, a equipe da Poli e de Stanford aplicaram um método de projeto conhecido como Design Thinking para desenvolver soluções novas para problemas complexos relacionados com acessibilidade. Segundo Eduardo Zancul, o método de projeto aplicado enfatiza o profundo entendimento das necessidades dos usuários e a prototipagem de soluções realmente inovadoras para um problema de difícil solução. “É uma grande oportunidade de trabalhar em um projeto em conjunto com alunos de diferentes áreas, conhecer o método de projeto empregado em outra universidade de ponta e estar muito próxima da aplicação prática. Essa combinação está gerando ótimas soluções, deixando os resultados mais ricos”, afirma Amanda Mota, que compõe a equipe junto a Guilherme Kok, Luiz Fernando Durão e Rodrigo Monteiro.

Nova disciplina

A experiência acumulada no InovaLab@POLI e no projeto com Stanford levou os professores Eduardo Zancul e Roseli Lopes a propor uma nova disciplina de graduação, com abordagem multidisciplinar, focada em desenvolvimento de produtos inovadores. A disciplina prevê a participação de alunos de toda a USP, atuando conjuntamente. De acordo com os professores responsáveis, serão 10 equipes, cada uma composta por seis alunos, sendo três das engenharias, um da administração ou economia, um aluno de design ou arquitetura e mais um aluno de outra especialidade da USP. “Essa composição de equipe, com diferentes perspectivas, tem como objetivo gerar soluções mais inovadoras e mais alinhadas com as necessidades da sociedade. A multidisciplinaridade permite melhor entendimento dos requisitos, melhor aproveitamento de ideias complementares, bem como melhor exploração das possibilidades técnicas”, explicam. Durante o curso, os alunos aplicarão o Design Thinking para desenvolver soluções para problemas reais, trazidos por empresas e instituições. As soluções serão desenvolvidas e prototipadas no InovaLab@POLI.

Lançada em dezembro, a disciplina Desenvolvimento Integrado de Produtos – que é optativa para alunos da USP – teve uma grande procura, que superou a expectativa dos responsáveis. “Tivemos 141 inscrições na primeira edição, para 60 vagas, o que indica que há interesse dos alunos em aprender como atuar de maneira inovadora”, afirma Roseli Lopes. Segundo Eduardo Zancul, a disciplina está sendo concebida para ser uma experiência ampla de aprendizagem, proporcionada pelo desafio de problemas práticos complexos, uma equipe multidisciplinar de trabalho, acesso ao InovaLab@POLI e disponibilidade de um orçamento para a equipe gerenciar na confecção de seus protótipos. Para o professor Paul Jean Etienne Jeszensky, Presidente da Comissão de Graduação da Escola Politécnica, “a grande procura demonstra o interesse dos alunos na interdisciplinaridade, tão comentada, mas pouco praticada, no âmbito da nossa Universidade”.

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Recursos para inovação

O projeto chamou a atenção da equipe de avaliação técnica do fundo patrimonial Amigos da Poli, uma iniciativa de ex-alunos para apoiar projetos inovadores da Escola. Lançado em 2012, inspirado por instituições de renome, o fundo trouxe para o Brasil o conceito de endowment para o ensino superior, muito comum nos Estados Unidos. Em 2013, o fundo realizou sua primeira chamada de projetos na Poli e o lançamento da nova disciplina foi contemplado com a maior soma de recursos dentre os projetos aprovados.

“O projeto é um exemplo de iniciativa pioneira por conjugar internacionalização, inovação, pesquisa acadêmica e por se basear no trabalho dos estudantes; daí ter recebido o apoio integral e entusiástico dos Amigos da Poli”, afirma Pedro Wongtschowski, presidente do Conselho do Amigos da Poli. Segundo os professores responsáveis, os recursos do fundo serão utilizados principalmente para viabilizar a prototipagem das soluções propostas pelos alunos, de forma complementar ao grande investimento que a USP e a Escola Politécnica estão fazendo no InovaLab@POLI.

Mais informações:  (11) 3091-5295, site www.pro.poli.usp.br/inovalab

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