Alunos do Procam organizam evento interdisciplinar sobre ciência ambiental

Inscrições de participantes são gratuitas e ficam abertas até a véspera do evento.
Foto: Divulgação / Sicam
Inscrições de participantes são gratuitas e ficam abertas até a véspera do evento

Inicialmente pensado para ser restrito aos acadêmicos da Pós-graduação em Ciência Ambiental da USP, foi com surpresa que os organizadores do I Simpósio Interdisciplinar de Ciência Ambiental receberam inscrições de trabalhos de vários locais do país. “Nós percebemos que essa abordagem da ciência ambiental ainda não está muito fortalecida no Brasil, que existe uma demanda por esse tema, seja dos alunos, seja dos professores”, comenta a mestranda Clara Ribeiro Camargo, da comissão organizadora do evento.

Com programação de quatro dias, o simpósio do Programa de Pós-graduação em Ciência Ambiental (Procam), do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP, recebeu, além dos acadêmicos, inscrições de profissionais de empresas, de ONGs e de órgãos públicos envolvidos com questão. O evento contará com mesas redondas no período da manhã e com apresentações orais e de pôsteres à tarde. Para a seleção dos trabalhos, foram considerados temas atuais e assuntos que, em geral, ainda não fossem tratados no programa de pós-graduação.

Participaram da seleção dos trabalhos docentes do programa, entre eles Pedro Roberto Jacobi, que fará parte da mesa redonda de quinta-feira (5/12)– “Mudanças Climáticas e suas Implicações na Biodiversidade, Governança Ambiental e Ferramentas de Valoração Econômica”. A mesa também contará com a presença dos professores Humberto Ribeiro da Rocha, Yara Schacffer Novelli e Paulo Sinisgalli.

O professor Jacobi vai falar sobre os últimos acontecimentos envolvendo os desafios das políticas governamentais, como é o caso das decisões da Conferência das Partes de Mudanças Climáticas (COP 19), que aconteceu no mês de novembro em Varsóvia, na Polônia, e que, segundo o docente, “obteve pouquíssimos resultados, mostrando que as grandes potências mundiais não têm avançado em termos de resultados mais relevantes para promover ações em torno das mudanças climáticas”. Jacobi também discutirá a importância atual da emissão de dióxido de carbono (CO2), que está vinculada a um perfil de vida humana, especialmente relacionado à mobilidade e à produção de energia.

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Ainda que com apoio dos professores, o simpósio foi idealizado e realizado pelos próprios discentes do Procam, que apostaram na proposta de se construir o conhecimento por meios não exclusivamente acadêmicos. Assim, no último dia, a programação terá oficinas de espiral de ervas, de horta e compostagem e de aproveitamento de resíduos. Com coffee break de baixo carbono, financiado de forma colaborativa por uma “vaquinha” na internet, e outras ações sociais, “a ideia é justamente colocar a mão na massa, pois estamos falando de ciência ambiental e nós entendemos que é importante criar uma relação mais próxima com a natureza”, explica a mestranda Clara Camargo.

A ideia é colocar a mão na massa, pois estamos falando de ciência ambiental, e é importante criar uma relação mais próxima com a natureza.

Além de participar da organização, Clara também apresentará no simpósio seu estudo, que versa sobre os sistemas participativos de garantia, uma forma de se certificar um produto orgânico. De acordo com a pesquisadora, o Brasil é um dos únicos países que reconhece essa prática, tornando-a uma política pública a partir de 2011. Nesse modelo, os agricultores têm que se organizar em associações e cooperativas para visitar as propriedades e garantir que os produtos são orgânicos. As conclusões do estudo, até o momento, indicam que o sistema funciona, inclusive, melhor do que as auditorias – o modo mais tradicional de se fazer a certificação –, pois é mais difícil para o produtor ludibriar uma rede que fiscaliza. O sistema também possui a vantagem de facilitar uma maior participação no mercado de orgânicos do pequeno produtor. Clara enfatiza que a fiscalização e a colocação do selo de orgânico não fica a cargo exclusivamente das associações, existindo todo um relacionamento com o Ministério da Agricultura, com técnicos e com consumidores.

Foto: Wikimedia
Foto: Wikimedia

O modelo, que tem se mostrado funcional, é utilizado em pequena escala, porém há propostas em andamento para a sua expansão. Mesmo países como Itália e Espanha possuem projetos de utilizar ações semelhantes através de cooperação internacional com o Brasil, que é referência mundial no assunto.

A programação do simpósio, dentre inúmeros temas, também tratará da segurança alimentar, por meio de um debate entre três professores ligados ao Procam: Eduardo Caldas, Cristina Adams e Luiz Carlos Beduschi. Os docentes trabalham com a visão da política pública para a segurança alimentar. A importância do tema se coloca, por exemplo, quando se tem que o Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos. Desse modo, a ideia é discutir como o Estado pode construir políticas que visem a um alimento seguro, saudável e que possibilite a manutenção da população produtora no ambiente rural.

Serviço

O evento acontece de 3 a 6 de dezembro, das 9 às 17h30 e também será transmitido pela IPTV USP. Na parte da manhã, será realizado no Auditório Oswaldo Fadigas Pontes Torres, no prédio do Centro de Computação Eletrônica (CCE), centro de eventos da Escola Politécnica (Poli) da USP. Já à tarde as apresentações orais serão na sala da Diretoria do IEE e a sessão de pôsteres no espaço do Grêmio dos Funcionários do IEE, onde também acontecerá o coffee break.

As inscrições para o simpósio são gratuitas, e vão até a véspera do evento, 2 de dezembro

Mais Informações: http://www.simposiocienciaambiental.com

Foto: Divulgação / Sicam

Inicialmente pensado para ser restrito aos acadêmicos da Pós-graduação em Ciência Ambiental da USP, foi com surpresa que os organizadores do I Simpósio Interdisciplinar de Ciência Ambiental receberam inscrições de trabalhos de vários locais do país. “Nós percebemos que essa abordagem da ciência ambiental ainda não está muito fortalecida no Brasil, que existe uma demanda por esse tema, seja dos alunos, seja dos professores”, comenta a mestranda Clara Ribeiro Camargo, da comissão organizadora do evento.

Com programação de quatro dias, o simpósio do Programa de Pós-graduação em Ciência Ambiental (Procam), do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP, recebeu, além dos acadêmicos, inscrições de profissionais de empresas, de ONGs e de órgãos públicos envolvidos com questão. O evento contará com mesas redondas no período da manhã e com apresentações orais e de pôsteres à tarde. Para a seleção dos trabalhos, foram considerados temas atuais e assuntos que, em geral, ainda não fossem tratados no programa de pós-graduação.

Participaram da seleção dos trabalhos docentes do programa, entre eles Pedro Roberto Jacobi, que fará parte da mesa redonda de quinta-feira (5/12)– “Mudanças Climáticas e suas Implicações na Biodiversidade, Governança Ambiental e Ferramentas de Valoração Econômica”. A mesa também contará com a presença dos professores Humberto Ribeiro da Rocha, Yara Schacffer Novelli e Paulo Sinisgalli.

O professor Jacobi vai falar sobre os últimos acontecimentos envolvendo os desafios das políticas governamentais, como é o caso das decisões da Conferência das Partes de Mudanças Climáticas (COP 19), que aconteceu novembro em Varsóvia, na Polônia, e que, segundo o docente, “obteve pouquíssimos resultados, mostrando que as grandes potências mundiais não têm avançado em termos de resultados mais relevantes para promover ações em torno das mudanças climáticas”. Jacobi também discutirá a importância atual da emissão de dióxido de carbono (CO2), que está vinculada a um perfil de vida humana, especialmente relacionado à mobilidade e à produção de energia.

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Ainda que com apoio dos professores, o simpósio foi idealizado e realizado pelos próprios discentes do Procam, que apostaram na proposta de se construir o conhecimento por meios não exclusivamente acadêmicos. Assim, no último dia, a programação terá oficinas de espiral de ervas, de horta e compostagem e de aproveitamento de resíduos. Com coffee break de baixo carbono, financiado de forma colaborativa por uma “vaquinha” na internet, e outras ações sociais, “a ideia é justamente colocar a mão na massa, pois estamos falando de ciência ambiental e nós entendemos que é importante criar uma relação mais próxima com a natureza”, explica a mestranda Clara Camargo.

A ideia é colocar a mão na massa, pois estamos falando de ciência ambiental, e é importante criar uma relação mais próxima com a natureza.

Além de participar da organização, Clara também apresentará no simpósio sua estudo, que versa sobre os sistemas participativos de garantia, uma forma de se certificar um produto orgânico. De acordo com a pesquisadora, o Brasil é um dos únicos países que reconhece essa prática, tornando-a uma política pública a partir de 2011. Nesse model,o os agricultores têm que se organizar em associações e cooperativas para visitar as propriedades e garantir que os produtos são orgânicos. As conclusões do estudo até o momento indicam que o sistema funciona, inclusive, melhor do que as auditorias – o modo mais tradicional de se fazer a certificação –, pois é mais difícil para o produtor ludibriar uma rede que fiscaliza. O sistema também possui a vantagem de facilitar uma maior participação no mercado de orgânicos do pequeno produtor. Clara enfatiza que a fiscalização e a colocação do selo de orgânico não fica a cargo exclusivamente das associações, existindo todo um relacionamento com o Ministério da Agricultura, com técnicos e com consumidores.

Foto: Wikimedia
Foto: Wikimedia

O modelo, que tem se mostrado funcional, é utilizado em pequena escala, porém há propostas em andamento para a sua expansão. Mesmo países como Itália e Espanha possuem projetos de utilizar ações semelhantes através de cooperação internacional com o Brasil, que é referência mundial no assunto.

A programação do simpósio, dentre inúmeros temas, também tratará da segurança alimentar, por meio de um debate entre três professores ligados ao Procam: Eduardo Caldas, Cristina Adams e Luiz Carlos Beduschi. Os docentes trabalham com a visão da política pública para a segurança alimentar. A importância do tema se coloca, por exemplo, quando tem-se que Brasil o maior consumidor mundial de agrotóxicos. Desse modo, a ideia é a de se discutir como o Estado pode construir políticas que visem a um alimento seguro, saudável e que possibilite a manutenção da população produtora no ambiente rural.

Serviço

O evento acontece de 3 a 6 de dezembro, das 9 às 17h30 e também será transmitido pela IPTV USP. Na parte da manhã, será realizado no Auditório Oswaldo Fadigas Pontes Torres, no prédio do Centro de Computação Eletrônica (CCE), centro de eventos da Escola Politécnica (Poli). Já à tarde as apresentações orais serão na sala da Diretoria do IEE e a sessão de pôsteres no espaço do Grêmio dos Funcionários do IEE, onde também acontecerá o coffee break.

As inscrições para o simpósio são gratuitas, e vão até a véspera do evento, 2 de dezembro

Mais Informações: http://www.simposiocienciaambiental.com

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