Cedir da Esalq recebe descarte de informática da população

Computadores e impressoras podem ser encaminhados ao Centro de Descarte e Reúso de Resíduos de Informática.

Valéria Dias / Agência USP de Notícias

Apenas entre 2010 e 2012, o Centro de Descarte e Reúso de Resíduos de Informática (Cedir), ligado ao Centro de Informática do campus Luiz de Queiroz (Ciagri) da USP, em Piracicaba, realizou a destinação correta de cerca de 38 toneladas de computadores, impressoras e telefones descartados por alunos, funcionários e pelas unidades da USP na cidade. O Cedir/Ciagri abre o serviço para que os moradores de Piracicaba (somente pessoa física) e região também tenham um local adequado para o descarte desses equipamentos.

O Cedir/Ciagri foi criado em abril de 2010 e teve como inspiração o Cedir instalado no campus da Cidade Universitária, em São Paulo. O funcionamento de ambos é semelhante: as partes dos equipamentos que ainda podem ser aproveitados são remontados, reformados e encaminhados, via empréstimo, para entidades assistenciais. Os aparelhos inservíveis são desmontados, descaracterizados e suas peças são separadas (plásticos, metais e placas de circuito impresso) e encaminhadas para recicladores.

Somente entre abril de 2013 e janeiro de 2011, foram entregues 100 kits completos, com equipamentos reformados, contendo monitor, desktop, mouse, teclados e cabos de energia, para entidades assistenciais de Piracicaba e região. Já em relação às peças separadas, os plásticos e metais são encaminhados para recicladores do projeto Reciclador Solidário; já as placas vão para a Prefeitura Municipal, que se encarrega da destinação final adequada. No caso dos monitores CRT (da sigla em inglês cathode ray tube, ou tubo de raios catódicos, também conhecidos como “monitores de tubo”) ou de LCD, algumas empresas fabricantes já desenvolveram programas de logística reversa e realizam a coleta dos equipamentos deixados no Cedir/Ciagri.

“A Prefeitura Municipal já tem um projeto semelhante ao Cedir mas, no caso deles, aceitam todo e qualquer equipamento que possa ser ligado na tomada. Nosso caso é diferente, pois ficamos restritos a equipamentos de informática e aparelhos de telefone. Eventualmente recebemos aparelhos de TV se estiverem funcionando”, conta Silmara Bortoletto, funcionária técnica do Cedir/Ciagri.

O professor responsável é Luiz Carlos Estraviz Rodriguez, diretor do Ciagri; a parte técnica da recuperação e reciclagem dos materiais fica a cargo de Regno da Silva Salgado. A equipe conta ainda com o chefe da Seção de Suporte e Manutenção de Microinformática do Ciagri, Marcelo Zacarias da Silva.

Computadores reciclados

Na Escola Municipal Anna Maria Fontabele Avansi, em Piracicaba, a sala de informática foi montada com os computadores reformados pelo Cedir. “Uma das crianças tem necessidades especiais e somente consegue acompanhar as aulas porque fizemos o empréstimo de um notebook para ela utilizar”, comemora Silmara. A equipe também presta auxilio técnico caso o equipamento cedido via empréstimo apresente algum problema.

Além do reaproveitamento de equipamentos que ainda têm condições de uso e das peças que podem ajudar a montar outras máquinas — iniciativa que beneficia essas e outras instituições —, é preciso também levar em conta outros fatores. De acordo com o relatório Recycling – from e-waste to resources (Reciclando – do lixo eletrônico aos recursos) publicado em fevereiro de 2010 pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a geração de lixo eletrônico em todo o mundo cresce cerca de 40 milhões de toneladas por ano. Já o Brasil descarta 96,8 mil toneladas de computadores a cada ano.

Também é preciso pensar que, em 2010, foi aprovada a Lei 12.305, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). A Lei apresenta as diretrizes a serem tomadas pela sociedade em relação a gestão e ao gerenciamento de resíduos sólidos, entre eles computadores, celulares e impressoras. Além de todos esses fatores, é necessário ainda considerar que equipamentos eletrônicos levam em sua composição elementos químicos que podem prejudicar a saúde das pessoas e contaminar o meio ambiente como mercúrio, cromo, chumbo, arsênio.

O Cedir/Ciagri funciona atualmente em uma área de 85 metros quadrados no anfiteatro desativado do Ciagri. Em 2013, foi firmada uma parceria com a Secretaria de Meio Ambiente de Piracicaba que cedeu um galpão em um bairro rural da cidade. O local está se transformando em um ponto de coleta de resíduos eletrônicos para os moradores da cidade e região.

As pessoas de Piracicaba e região que necessitam dar uma destinação adequada para seus equipamentos de informática podem procurar a equipe do Cedir/Ciagri pelos telefones (19) 3429-4515/4548, de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 11h30 e das 13h30 às 17 horas. É preciso ligar antes para agendar o horário de entrega. “Vale destacar que recebemos apenas descarte de equipamentos de informática de pessoas físicas. Pessoas jurídicas são excluídas pois, segundo a Lei 12.305, são obrigadas a desenvolver seus próprios projetos de logística reversa”, finaliza Silmara.

Mais informações: email cedir.ciagri@usp.br, com a equipe do Cedir/Ciagri

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