Pesquisa da FSP demonstra que florestas urbanas podem influir na economia das cidades

A pesquisa também destacou a importância e efetividade das florestas urbanas e áreas verdes livres nas alternativas para a diminuição dos impactos causados pela urbanização acelerada em um contexto de alterações do clima.

Avaliar a utilização de uma ferramenta inovadora que quantifique o valor econômico que a vegetação do Parque do Ibirapuera pode devolver à cidade de São Paulo, em linhas gerais, foi o que mostrou a dissertação de mestrado “O pagamento por serviços ecossistêmicos como instrumento de gestão ambiental para o espaço urbano”, de autoria do administrador de empresas Fernando Antonio Tolffo, sob orientação dos professores Leandro Luiz Giatti – docente da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP e Demóstenes Ferreira da Silva Filho, docente da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, defendida no Departamento de Saúde Ambiental da FSP.

Por suas dinâmicas sociais e territoriais complexas, as metrópoles estão sujeitas aos graves impactos causados por eventos climáticos extremos, reais ou esperados. Organismos internacionais multilaterais e extensa literatura acadêmica avalizam a importância do papel dos ecossistemas para a redução dos riscos e na mitigação das consequências dos desastres ambientais, tanto em áreas rurais como urbanas.

O pesquisador propõe com seu estudo, a valoração das áreas verdes livres e dos parques urbanos como recurso que integre estratégias para o desenvolvimento da qualidade ambiental das cidades através dos serviços ecossistêmicos derivados da cobertura arbórea local, divisando-se a manutenção da saúde pública em um meio ambientalmente equilibrado.

Para realizar a pesquisa, Fernando aplicou uma ferramenta tecnológica representada pelo software i-Tree como método empregado para a identificação, quantificação e estimativas de valoração econômica dos serviços ecossistêmicos prestados pelas árvores contidas no Parque Ibirapuera, em São Paulo, que serviu como referência. Esta ferramenta foi aplicada para este propósito de forma pioneira no Brasil, portanto, trata-se de um método inovador de quantificar em valores os serviços que cada árvore da vegetação de um parque pode render à sociedade.

É discutida no estudo, a significância da inserção dos princípios e objetivos do instrumento do Pagamento por Serviços Ecossistêmicos no planejamento, ordenamento e gestão urbanos, integrando-o a políticas de melhoria da saúde ambiental nas cidades. Tal pesquisa é vanguardista no sentido de alinhamento aos países que estão discutindo formas de se valorar financeiramente ações e estratégias de localidades que preservem a natureza com mecanismos como, por exemplo, créditos de carbono, que são negociados em bolsas de valores de vários países desenvolvidos.

A pesquisa também destacou a importância e efetividade das florestas urbanas e áreas verdes livres nas alternativas para a diminuição dos impactos causados pela urbanização acelerada em um contexto de alterações do clima, incluindo a filtragem e absorção de poluentes atmosféricos e escoamento das águas pluviais.

Por fim, o estudo sugere que a utilização do software citado pode subsidiar “os gestores públicos na composição de planos e políticas para cidades saudáveis e que aspirem a sustentabilidade para as atuais e futuras gerações.”

Da Assessoria de Imprensa da FSP

Mais informações: email fernando.tolffo@usp.br

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