Visitantes devem contribuir com ações em Parque Estadual, diz estudo da Esalq

Opinião de visitantes deve ser levada em conta no planejamento de ações em Parques Estaduais.

Alicia Nascimento Aguiar / Assessoria de Comunicação da Esalq

Pesquisa da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da USP, em Piracicaba, avaliou a gestão da visitação do Parque Estadual de Campos do Jordão (PECJ), localizado em São Paulo e criado em 1941. De acordo com o estudo da gestora ambiental Sara Ruiz Hirata, a contribuição dos visitantes é uma das primeiras coisas que deve ser considerada no planejamento das ações. “Suas principais reivindicações referem-se ao incremento da infraestrutura para recepção dos visitantes e também suporte de mais monitores e atividades de educação e interpretação ambiental”, aponta.

O objetivo do estudo foi analisar a gestão de visitação dessa categoria de Unidade de Conservação (UC) no estado de São Paulo, destacando o seu papel como UC e como local de lazer. “O município de Campos do Jordão tem no turismo sua principal atividade econômica e, ao mesmo tempo, se encontra num espaço de áreas protegidas que visam a conservar a biodiversidade. Seu Parque Estadual é o mais antigo entre os paulistas e um dos primeiros do Brasil”, destaca.

A abordagem do caso escolhido apoiou-se na revisão de literatura, análise de documentos e legislação pertinentes, visita a campo, diálogo com a gestão atual e passada do Parque, com os prestadores de serviços de apoio ao visitante e uma amostra do público que visitou a área em julho de 2011.

Em 2011, quando a investigação em campo foi feita, apenas dois anos tinham se passado desde que a Fundação Florestal tornou-se órgão gestor do PECJ, o que limitou a análise a poucos fatos decorridos nesse pequeno período de tempo. “Nessa temporada não foram observadas mudanças significativas, mas foi notado um direcionamento diferente nas propostas atuais em relação ao que ocorria antes. Assim, novas ideias passaram a fazer parte do planejamento e da gestão do PECJ”, afirma.

Por outro lado, o estudo relata que há compreensão dos gestores a respeito da problemática e a incompatibilidade entre os anseios dos visitantes, os esforços da gestão e o acompanhamento de recursos para promover tais medidas, uma vez que, especialmente a construção de instalações e a contratação de monitores são duas requisições que envolvem planejamento e investimentos de recursos, uma limitação recorrente entre as UCs paulistas e brasileiras. “Mesmo cientes desses entraves é preciso se dedicar ao planejamento das ações prioritárias para que, no momento oportuno, elas sejam implantadas e geridas, proporcionando a evolução e efetividade não apenas da gestão, mas da existência de um Parque ou de uma UC.”

Programas de educação

Esses e outros apontamentos são destacados na pesquisa tais como a necessidade de programas de educação e interpretação ambiental; a compreensão de que a área não se trata de um Horto ou mais um atrativo turístico do município, enxergando suas finalidades e papéis originários na preservação de remanescentes dos ecossistemas brasileiros e espaço para desenvolvimento de atividades que envolvam o contato entre o homem e a natureza; o aperfeiçoamento da comunicação entre o Parque e o visitante; parceria entre a gestão do Parque e o Poder Público Municipal para promover o PECJ juntamente com os demais atrativos turísticos, reforçando sua função maior que ultrapassa esse conceito; criação de um site ou inserção em redes sociais como um empreendimento inovador.

Concluindo, em relação à percepção das gestões atual e da passada, notou-se um otimismo sobre o potencial da visitação do Parque, a importância das atividades de recreação, educação e interpretação ambientais. Os representantes dos serviços de apoio à visitação avaliaram positivamente as medidas implementadas que atingiram o uso público e o seu ambiente de trabalho. Os formulários empregados com os visitantes sugerem que as pessoas que vão ao PECJ estão satisfeitos com os atrativos e com a experiência da visita, mas reivindicam por mais infraestrutura de atendimento e monitores ambientais. Como um todo, observou-se que a efetividade de gestão da visitação do PECJ tem sido buscada e passos importantes já foram dados restando, para os próximos anos, o enfrentamento de problemas como falta de recursos e processos burocráticos excessivos para que as funções do Parque sejam plenamente contempladas.

A dissertação Gestão da visitação em Unidades de Conservação: o caso do Parque Estadual de Campos do Jordão, SP foi apresentada no dia 28 de junho, sob a orientação da professora Odaléia Telles Marcondes Machado Queiroz, do Departamento de Economia, Administração e Sociologia, da Esalq, e co-orientada pela professora Solange T. de Lima Guimarães, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA).

Mais informações: email sarahirata@gmail.com, com Sara Ruiz Hirata

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