Parte da água distribuída no estado de SP tem flúor em quantidade inadequada

dados fazem parte da mais ampla pesquisa já feita no mundo sobre flúor na água e foram divulgados dia 11 de agosto pelo Conselho Regional de Odontologia (Crosp), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e USP.

Análise da fluoretação da água distribuída pelas redes de abastecimento do estado de São Paulo indicou que cerca de 30% das amostras pesquisadas estavam inadequadas. Os riscos para a população que consome essa água são a baixa proteção contra a cárie e o aumento da fluorose dentária (manchas no esmalte dos dentes). Estes dados fazem parte da mais ampla pesquisa já feita no mundo sobre flúor na água e foram divulgados dia 11 de agosto pelo Conselho Regional de Odontologia (Crosp), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a USP.

Das 11.715 amostras coletadas em 2014 em 642 municípios, 71,5% apresentavam concentração de flúor entre 0,6 e 0,8 ppm F (partes por milhão de unidade de fluoreto), medida considerada adequada pela Secretaria Estadual de Saúde. Porém, nas amostras restantes foram encontradas quantidades acima do mineral (14% das amostras), ou abaixo do ideal (14,5%). Três em cada dez amostras coletadas não atendiam ao parâmetro de obtenção do máximo benefício contra a cárie com o mínimo de risco de fluorose. Tanto o excesso como a falta de flúor são prejudiciais à saúde bucal. “A quantidade correta aplicada na água combate a formação da cárie, mas teores altos, por sua vez, também são ruins principalmente para crianças de até cinco anos, quando os dentes estão em formação”, afirma Claudio Miyake, presidente do Crosp.

Celso Zilbovicius, Paulo Frazao, Claudio Miyake, Marco Manfredini, Jaime Cury, Giorgio de Miceli  - Projeto Fluor São PauloFoto: Marcos Santos  / USP Imagens
Celso Zilbovicius (FO-USP), Paulo Frazão (FSP-USP), Claudio Miyake, Marco Manfredini, Jaime Cury e Giorgio de Miceli – Projeto Flúor São Paulo
Foto: Marcos Santos / USP Imagens

 

Municípios

Na lista das cidades que apresentaram concentrações de fluoreto sem benefício anticárie (menor que 0,4 ppm F) estão Altinópolis, Analândia, Boa Esperança do Sul, Guatapará, Ipeuna, Luis Antonio, Morro Agudo, Nuporanga, Orlândia, Pirajuí e Rio das Pedras. Entre os municípios que tiveram concentração de fluoreto acima da dosagem recomendada (maior que 1,4 ppm F) estão Cesário Lange e Pereiras. São Paulo, Sorocaba e Campinas estão entre as cidades com índices adequados.

No Brasil, a fluoretação é adicionada à água de abastecimento desde 1953 e, segundo informação do professor Celso Zilbovicius, da Faculdade de Odontologia (FO) da USP, o tratamento vem reduzindo cerca de 60% do índice epidemiológico de cárie. “A fluoretação da água é uma medida preventiva de doenças, é de baixo custo e democrática. A distribuição é feita de forma equânime para toda a população e o valor é de apenas um real por ano por habitante.”

A fluoretação da água é uma medida preventiva de doenças,
é de baixo custo e democrática.

Depois de compilados todos os dados, os resultados da pesquisa serão encaminhados aos municípios participantes, aos órgãos responsáveis pelo abastecimento e pela fiscalização, ao Ministério da Saúde e à Secretaria Estadual da Saúde, ao Tribunal de Contas e ao Ministério Público.

O estudo foi feito pelo Crosp em conjunto com o Centro Colaborador do Ministério da Saúde em Vigilância da Saúde Bucal (Cecol), órgão vinculado à USP, e pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O Cecol coordenou a metodologia da pesquisa e instruiu os fiscais do Crosp na coleta de material. A Unicamp ficou responsável pela análise laboratorial dos dados.

Mais informações: (11) 3549-5550 / 3253-3227

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