Envelhecimento da população abre espaços para atuação do gerontólogo

Nesta sexta-feira, 24 de março, celebra-se o Dia do Gerontólogo; a EACH, na USP Leste, foi a primeira instituição a oferecer o curso de graduação em Gerontologia.

Nesta sexta-feira, 24 de março, celebra-se o Dia do Gerontólogo; a EACH, na USP Leste, foi a primeira instituição a oferecer o curso de graduação em Gerontologia

Em 2050, a população de idosos brasileiros será quase triplicada e o Brasil será considerado uma nação envelhecida. A classificação é feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para os países com mais de 14% da população constituída de idosos, como é o caso da França, Inglaterra e Canadá. A mudança no perfil sociodemográfico da população abriu mais oportunidades para os profissionais da gerontologia. Eles atuam em várias áreas, cuidando do envelhecimento em seus aspectos biopsicossociais.

Dia 24 de março é dia do gerontólogo, e na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), da USP, onde o curso é oferecido, a categoria tem motivos para celebração. Segundo Eva Bettine, formada na terceira turma da EACH, embora a profissão ainda esteja com sua regulamentação tramitando no Senado Federal e aguardando aprovação terminativa, os profissionais vêm ampliando sua área de atuação: trabalham em hospitais, centros de acolhida de idosos, programas sociais, planos de saúde, atendimento domiciliar e, no meio acadêmico, com pesquisas de doenças como Alzheimer e Parkinson.

Ao ver de Eva, o desafio maior dos gerontólogos é lidar com o envelhecimento sem o país ainda ter resolvido a prevalência de doenças infectocontagiosas, que atingem diferentes faixas etárias. Segundo a gerontóloga, há poucas décadas, o Brasil era um país jovem e hoje, devido às melhorias das condições sanitárias, descobertas de fármacos que diminuíram os efeitos das doenças crônicas e campanhas de vacinações, a situação mudou. Os 12,5% de idosos que compõem a população brasileira hoje vão chegar a uma taxa de 30% até a metade do século.

Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Foto: Marcos Santos/USP Imagens

 

Perfil profissional

Diferentemente da geriatria, que trabalha com patologias específicas da faixa etária, o gerontólogo se ocupa do processo do envelhecimento de forma mais ampla. Ele promove ações para que as pessoas vivam a idade madura com saúde, independência e autonomia. “Procuramos mudar a lógica que impera no meio social de considerar o envelhecimento somente como perdas e uma fase da vida improdutiva e inativa”. As pessoas podem viver mais e com qualidade de vida, conclui.

O mercado de trabalho tem sido promissor para os gerontólogos e deverá melhorar nas próximas gerações. Em instituições de longa permanência de idosos (ILPIs), eles atuam como gestores de equipe e como programadores de atividades para que o local tenha caráter socializador, o que vai além do cuidado de enfermagem e alimentação. Em hospitais, atuam em procedimentos que não precisam de internação. As possibilidades profissionais são inúmeras. Eva, por exemplo, além de trabalhar em uma casa de repouso, oferece consultoria no Portal da Terceira Idade respondendo perguntas de internautas sobre Alzheimer.

Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Em 2005, a USP foi pioneira no Brasil na implantação do curso de gerontologia na graduação da EACH, no campus da USP na Zona Leste. A proposta do curso era ser inovadora e atender às necessidades de um grupo social que estava em crescimento. A grade curricular propunha uma abordagem do envelhecimento humano com atenção aos aspectos biológico, social e psicológico.

Depois da EACH, a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) criou um curso similar ao da USP e atualmente algumas universidades particulares solicitam junto ao Ministério da Educação aprovação de novos cursos em suas instituições.

Dia 28, a EACH fará uma celebração com seus estudantes e a Associação Brasileira de Gerontologia (ABG) irá promover pela sua página no Facebook uma campanha incentivando profissionais de gerontologia a tirarem fotos em seu ambiente de trabalho portando dois laços de fita laranja e verde, as cores da geronto, como é conhecida no meio a profissão. A foto mais curtida será premiada pela ABG e publicada nas mídias da Associação.

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