Estudo premiado da EERP mostra que enfermagem pode ajudar a proteger direitos da criança

Trabalho buscou compreender as experiências de enfermeiros que atuam em Unidades de Saúde da Família em uma cidade de Minas Gerais.

Camila Ruiz e Tauana Boemer/Serviço de Comunicação Social da Prefeitura do Campus de Ribeirão Preto

Quando se trata do atendimento a crianças, o papel do enfermeiro pode ir além dos cuidados que envolvem a assistência prestada nos serviços de saúde. Por estarem próximos, especialmente quando atuam na Estratégia Saúde da Família (ESF), estes profissionais também podem ajudar a identificar situações de risco e vulnerabilidade dos menores, protegendo-os e garantindo seus direitos.

Esta contribuição aos direitos da criança foi identificada em uma premiada pesquisa desenvolvida na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP. Com o tema Em defesa da saúde da criança: o cuidado de enfermagem e o direito à saúde no contexto da atenção primária, o estudo recebeu duas menções honrosas – a primeira no evento Conferências USP, realizado em agosto deste ano, e, a segunda, em outubro, quando recebeu o Prêmio Capes Tese 2013 da área de enfermagem.

O trabalho de Raquel Dully Andrade foi orientado pela professora Débora Falleiros de Mello e buscou compreender as experiências de enfermeiros que atuam em Unidades de Saúde da Família. As pesquisadoras avaliaram os achados sob a perspectiva do cuidado e da defesa do direito à saúde da criança. Para isso, realizaram entrevistas com 14 enfermeiros que atuam na Estratégia de Saúde da Família no município de Passos, Minas Gerais.

Os resultados foram agrupados nos temas: a puericultura como momento de defesa; a visita domiciliar como parte das ações no contexto de defesa; parcerias positivadas e não positivadas; e componentes da competência do enfermeiro no processo de defesa da criança.

Os enfermeiros retrataram várias experiências de defesa da saúde da criança; entre elas, aquelas em que identificam situações vulneráveis ou de privação, uso de álcool e drogas pelos pais e ou familiares, comunicação entre os profissionais e os serviços e interação e envolvimento com a criança e sua família.

Segundo Raquel, esses profissionais vivem situações que os fazem conhecedores de condições pertinentes à defesa dos direitos das crianças. “Eles também ocupam um espaço de proximidade que permite a identificação de demandas, necessidades e ou violações, compondo uma posição de grande responsabilidade em relação ao bem-estar infantil”, comenta.

Além disso, quando os pais não assumem seu papel de proteção e cuidado, tornando-se algumas vezes os violadores dos direitos da criança, outros membros familiares, a comunidade e os profissionais tornam-se especialmente importantes para a defesa e garantia dos direitos infantis.

Assim, explica a pesquisadora, “compreender como profissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF), em especial os enfermeiros, podem ajudar a identificar situações de vulnerabilidade, contribuindo para preservação dos direitos de crianças e assegurando seu bem-estar, pode ser decisivo para proteção da saúde infantil”.

Mais informações: email radully@gmail.com

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